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Surfe

Michael Rodrigues é vice-campeão de QS 6000 na Espanha

O cearense Michael Rodrigues garantiu o Brasil em todas as decisões das etapas mais importantes do WSL Qualifying Series esse ano. Ele ainda tirou a maior nota na grande final deste domingo na Espanha para confirmar 100% de vitórias em torneios do QS 6000, mas o francês Jorgann Couzinet conseguiu acabar com a hegemonia brasileira na última onda que surfou na bateria que fechou o Pull&Bear Pantin Classic Galicia Pro. A nota 7,67 recebida, virou o placar para 16,60 a 14,20 pontos e o francês ganhou a briga direta por vaga no grupo dos dez surfistas que o WSL Qualifying Series classifica para o World Surf League Championship Tour. Com o vice-campeonato, Michael Rodrigues subiu para o 12.o lugar no ranking, ficando bem próximo de aumentar para cinco o número de brasileiros no G-10 do QS.

“Eu precisava ganhar para somar mais pontos e é meio decepcionante ficar em segundo novamente, mas foi um ótimo resultado também e estou bem mais animado para os próximos eventos”, disse Michael Rodrigues, que entraria na zona de classificação para o CT se vencesse a etapa espanhola. “Perder com a maior nota da bateria não é fácil, mas é assim mesmo, o Jorgann (Couzinet) aproveitou bem as oportunidades dele e mereceu vencer. Eu adoro competir aqui em Pantin e agora vamos pros Açores (QS 6000 em Portugal semana que vem), que costuma ter boas rampas para voar também como aqui”.

As manobras aéreas eram a arma do cearense para vencer baterias na Playa de Pantin. Para chegar na decisão do título, Michael teve que passar por dois duelos brasileiros com surfistas do grupo dos dez que estão se classificando para o CT 2018 pelo ranking do QS. O primeiro foi contra o número 6 do ranking, o catarinense Yago Dora, na abertura das quartas de final. Depois, derrotou o líder Jessé Mendes, único que já tem sua vaga garantida na elite do ano que vem e tentava chegar em sua quarta decisão nas quatro etapas do QS 6000 esse ano. Ganhou duas delas e só perdeu a primeira, para Yago Dora.

“Está sendo um ano abençoado para mim, porque já estou classificado e os bons resultados continuam acontecendo”, disse Jessé Mendes, que lidera o ranking do QS conquistando um incrível índice de 74,3% dos pontos disputados nas cinco etapas computadas. “Ser consistente no circuito tem sido meu objetivo desde que comecei a competir e finalmente consegui fazer isso em toda a temporada esse ano. Estou muito feliz e espero que continue assim”.

No domingo, Jessé Mendes só enfrentou surfistas da América do Sul nas ondas de 2-3 pés da Playa de Pantin. O primeiro duelo foi paulista, contra Alex Ribeiro, pelas oitavas de final. Depois, derrotou o peruano Miguel Tudela, que conquistou seu melhor resultado em etapas importantes do WSL Qualifying Series. Miguel dividiu o quinto lugar no QS 6000 Pantin Classic com Yago Dora, o australiano Josh Kerr e o norte-americano Kanoa Igarashi, campeão desta etapa no ano passado, que foi barrado pelo havaiano Keanu Asing por uma pequena diferença de 11,96 a 11,66 pontos.

VITÓRIAS APERTADAS – Também por pouco, Jorgann Couzinet passou pelo seu primeiro desafio do domingo na Espanha. O número 4 do ranking, Tomas Hermes, ficou muito perto de derrotar o francês em sua apenas terceira e última onda surfada na quinta bateria do dia, pelas oitavas de final. O catarinense precisava de uma nota excelente de 8,84 pontos para superar os 14,17 das duas ondas dele. Três dos cinco juízes avaliaram que valia de 9 pra cima e a vitória, mas dois acharam que não e deram nota 8.

Uma delas acabou entrando no resultado e a média das três intermediárias ficou em 8,67. Com isso, o placar foi encerrado em 14,17 a 14,00 pontos para Jorgann Couzinet, que avançou para as quartas de final. O francês depois passou pelo australiano Josh Kerr e quase perde de virada de novo nas semifinais, na última onda do havaiano Keanu Asing. Foi outra vitória apertada, por 12,17 a 11,47 pontos. Do outro lado, Michael Rodrigues vinha derrubando os favoritos nos duelos brasileiros com Yago Dora nas quartas de final e o líder Jessé Mendes nas semifinais.

DECISÃO DO TÍTULO – Na grande final, quem conseguiu a primeira nota no critério excelente dos juízes foi Jorgann Couzinet, após quatro tentativas frustradas, errando em ondas fracas. Ela valeu 8,93 e na seguinte recebeu 4,17 para liderar a bateria. Isso até Michael Rodrigues acertar um aéreo incrível que arrancou 9,03 dos juízes. O brasileiro passou à frente com o 5,17 da sua onda anterior, mas o francês achou outra boa no final para tirar 7,67 e faturar o prêmio de 25.000 dólares da vitória por 16,60 a 14,20 pontos.

“Eu já estava enlouquecendo de sempre ser vice-campeão e conseguir minha primeira vitória aqui em um QS 6000 é quase inacreditável”, disse Jorgann Couzinet. “Para mim, está parecendo um Natal antecipado. Estou muito feliz e nem sei como descrever tanta emoção. Eu queria poder celebrar mais tudo isso, mas não é a hora, pois temos mais um evento muito importante na semana que vem em Portugal e preciso manter meu foco nas competições para atingir meu grande objetivo”.

G-10 PARA O CT – Com os 6.000 pontos conquistados no Pull&Bear Pantin Classic Galicia Pro, Jorgann Couzinet saltou da 17.a para a sétima posição no ranking do WSL Qualifying Series, voltando a figurar no G-10 nessa reta final da temporada. Na terça-feira, começa mais um QS 6000, o Azores Airlines Pro nas Ilhas Açores de Portugal, que no ano passado foi vencido pelo brasileiro Ian Gouveia. O francês foi o único a entrar na zona de classificação para o CT 2018 na Espanha, tirando o japonês Hiroto Ohhara da lista.

O Brasil continuou com os mesmos quatro surfistas que já garantiam maioria no G-10, o paulista Jessé Mendes na liderança do ranking e três catarinenses, Tomas Hermes em quarto lugar, Yago Dora em sexto e Willian Cardoso, que caiu para a perigosa nona e penúltima posição, acima apenas do norte-americano Patrick Gudauskas. Michael Rodrigues se aproximou bastante com o vice-campeonato na Espanha, subindo do 28.o para o 12.o lugar.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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