Em 2014, o caminho para o primeiro título mundial foi sedimentado com a emblemática vitória em Teahupoo, no Taiti, de maneira mais do que convincente, sobre o ícone Kelly Slater – 18,96 a 18,93. No ano seguinte, Gabriel Medina foi o segundo colocado e ano passado o terceiro, numa decisão questionada contra John John Florence, mesmo tirando uma nota dez na semifinal, terminando 19,66 a 19,23.
Com um retrospecto para lá de favorável e que o credencia a ser um dos favoritos, o surfista brasileiro mostra animação para lutar por nova vitória na sétima etapa do WCT e, mais do que isso, seguir na disputa pelo bicampeonato mundial. O Billabong Pro Tahiti tem o período de espera iniciando na sexta-feira (11) e Medina chega animado pelo terceiro lugar em J-Bay (sexta etapa do Tour em Jeffreys Bay, África do Sul) e por estar totalmente recuperado da lesão sofrida ainda na etapa inicial, na Gold Coast, Austrália. “É uma das minhas ondas favoritas, se não for a preferida”, revela.
“Estou me sentindo 100%. Esta etapa de J-Bay eu fui super focado, me dediquei bastante para ir bem e agora para Teahupoo estou tentando fazer o mesmo”, avisa Gabriel, que segue confiante na disputa pelo bicampeonato mundial. “Tem 50 mil pontos em jogo e vou lugar para fazer o meu melhor. Quero chegar no Havaí com chance de título e, se Deus quiser, sair de lá bicampeão. Mas tem de focar passo a passo”, destaca o atleta patrocinado por Rip Curl, Oi, Guaraná Antarctica, Coppertone, Audi e Vult e com apoios de Cabianca e FCS.
Neste ano, Gabriel abriu a temporada com um terceiro lugar, mesmo com uma lesão grau 2 sofrida logo no começo da etapa. Depois, competiu machucado nas outras duas disputas australianas. Seguiu em tratamento nas etapas do Rio e de Fiji e repetiu o terceiro lugar em J-Bay, já recuperado. Atualmente ocupa o nono lugar no ranking. “Qualquer um dos dez primeiros que vença uma etapa, já está na disputa direta. Só dependo de mim”, determina.
“Foi difícil competir machucado. Era algo que não esperava. Mas no surf, quando quer ser o melhor, acaba acontecendo. Aconteceu essa infelicidade, num aéreo, mas não desisti. Continuei competindo. Teve etapa que o joelho atrapalhou, mas faz parte. Vida de atleta é assim. Agora estou recuperado, me sentindo bem e é pensar para a frente, não olhar para trás e fazer o que for necessário até o final do ano”, fala o surfista.
A vontade de chegar ao título vem de sua cobrança pessoal, sua conhecida garra por vencer. “Sou muito competitivo e essa meta de estar entre os primeiros estará sempre na minha vida. Quero me manter no topo, com certeza. É o desejo de qualquer surfista que está no Tour. Eu batalho por isso. É para isso que eu vivo. Pode ter certeza de que toda a etapa estarei brigando para ser campeão”, anuncia Gabriel Medina.
Ele lembra bem a primeira vitória em Teahupoo, enfrentando ninguém menos que Slater. “Era uma onda que Kelly domina. Sempre teve ótimos resultados. Com certeza, acharam que ele iria ganhar, mas eu gosto dessas baterias que pensam que o outro vai ganhar antes de entrar na água. Isso me deixa mais concentrado, com mais vontade. Eu acreditei, tive paciência, cautela, veio a onda e fui feliz”, recorda.
Na etapa do Taiti, Gabriel Medina estreia na nona bateria da 1ª fase, enfrentando o também brasileiro Caio Ibelli e o australiano Stuart Kennedy.