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Com liberação gradual de praias, como está o surfe pelo mundo

Principais surfistas do Brasil, como Medina e Tati West, contam como está no surfe onde estão passando a quarentena

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Praias começam a ser liberadas ao redor do mundo (WSL/Laurent Masurel)

Para um surfista ficar longe do mar…não é fácil. A pandemia de coronavírus cancelou competições e impediu a maioria dos atletas de e estar em seu habitat natural. O problema, no entanto, atingiu cada lugar de maneira diferente, assim como cada um dos brasileiros, que estão espalhados pelo mundo. Alguns puderam voltar a treinar o surfe nas praias antes, outros tiveram a liberação mais recente. Há, ainda, quem não parou de treinar, enquanto tem aqueles que seguem sem cair na água. 

Por isso, o Olimpíada Todo Dia preparou um resumo sobre a situação dos principais surfistas brasileiros durante a pandemia de coronavírus. Confira abaixo.

A “sorte” do atual campeão

Campeão do Circuito Mundial de surfe de 2019, Ítalo Ferreira está desde o início da quarentena em sua casa em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte. A cidade bloqueou o acesso de turistas, e registrou apenas um caso de coronavírus e nenhum óbito. Assim, o líder do CT tem conseguido treinar dentro e fora da água, tomando as devidas precauções. 

Além disso, com uma academia em casa, Ítalo explica que tem postado partes de seus treinos nas redes sociais para “incentivar as pessoas a fazerem o mesmo e se sentirem bem. Mas tento aproveitar a vida sem as mídias sociais e tem sido uma ótima experiência”.

O retorno dos campeões

Ao contrário de Ítalo, Gabriel Medina e Adriano de Souza, o Mineirinho, estavam impossibilitados de treinar no mar até pouco tempo atrás. Mineirinho ficou cinco semanas em isolamento, até que as praias em Santa Catarina foram liberadas e ele, assim, pôde voltar a surfar. “Desde o dia 15 de março que eu não surfava. Confesso que estava com muita saudade. É uma alegria imensa de poder surfar, de tocar na água e sentir a adrenalina de novo”, disse em entrevista ao Esporte Espetacular

Bicampeão mundial de surfe, Medina só voltou a cair na água na última quarta-feira (13), quando as praias de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, foram liberadas para a prática de esporte.

Medina, no entanto, havia levantado um ponto importante quando ainda estava impossibilitado de surfar. “Tem lugares que não proibiram o surfe, como na Austrália, no Havaí. Eles continuam surfando, treinando, tendo a rotina normal, e claro que isso acaba nos prejudicando”, pontuou também ao programa dominical da TV Globo.

Medina agora poderá correr atrás do prejuízo e já postou um vídeo do retorno ao mar em Maresias, com a companhia da namorada, a atriz Yasmin Brunet, da mãe Simone Medina, do padrasto Charles, da irmã Sophia e do jovem surfista Fernando Júnior.

Vale ressaltar, no entanto, que o acesso às praias de São Sebastião será liberado apenas de segunda a quinta-feira. As regras incluem o uso de máscara e a prática de esportes sozinho.

A saudade aumenta

Diferente de Medina e Mineirinho, Lucas Chumbo ainda não conseguiu voltar ao mar. Isso porque o atleta, considerado um dos melhores de ondas gigantes do mundo, está em Saquarema, no Rio de Janeiro, um dos estados brasileiros mais afetados pelo coronavírus. 

“Confesso que está difícil ficar longe do mar. Mas temos de respeitar as autoridades e ficar em casa”, enfatizou.

Vale lembrar que a etapa de Saquarema do Circuito Mundial de surfe foi adiada. O evento estava marcado para 18 a 27 de junho, mas ainda não tem nova data prevista para ocorrer.

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E nos EUA?

Nos Estados Unidos, a situação não é diferente. Natural de Ubatuba, Filipe Toledo mora em San Clemente, na Califórnia, desde 2014. É lá que ele está passando a quarentena, ao lado da família. Depois de um período mais rígido na região, com o estabelecimento do lockdown, as praias foram reabertas e Filipinho pôde, enfim, voltar a fazer o que ama. 

“Aqui na Califórnia houve um período mais severo e eu aproveitei para cuidar da casa, curtir meus filhos, Mahina e Koa, e andar com meu simulador de surfe smoothstar, que me aproxima do esporte. Agora que já temos algumas praias liberadas, posso voltar para a água”, celebrou.

Tatiana Weston-Webb, por sua vez, assim como Ítalo Ferreira, teve “sorte”. A gaúcha, filha de uma brasileira e um inglês, tem passado o período de pandemia do coronavírus em Kauai, ilha do arquipélago havaiano. Lá, não houve proibição e ela pôde continuar surfando.

“Aqui no Kauai podemos surfar e estou aproveitando para passear nas cachoeiras, plantando no meu jardim, cozinhando e me alimentando muito bem. Fazendo coisas que me deixam feliz”, disse Tati West, que está morando com o noivo, o surfista Jesse Mendes.

“Estávamos juntos quando descobrimos sobre a pandemia e quando nossos eventos foram cancelados, decidimos permanecer juntos . Assim Jesse veio para Kauai, porque não queríamos de jeito nenhum ficar longe”, completou Tati West, que está classificada para as Olimpíadas de Tóquio.

As lições do isolamento

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Tati West e o noivo Jesse Mendes (Instagram/tatiwest)

“É algo que me faz pensar. Será que não devemos desacelerar um pouco? Mudar nossos hábitos? Cuidar mais do planeta? Tenho fé e acredito que vamos tirar uma lição importante disso. São tantas coisas que temos que repensar e melhorar para termos um mundo melhor”, refletiu Medina.

“Acho que nada acontece por acaso e devemos sempre tentar tirar o melhor. Então vamos pensar pelo lado bom, o tanto que grandes empresas e pessoas têm se mobilizado para enfrentar o coronavírus”, completa Chumbo.

Tati West, por sua vez, diz que passa o ano todo em campeonatos e muito focada em seu próprio universo do surfe, mas afirma que a pandemia de coronavírus a fez mudar. “Tenho pensando muito mais nas pessoas do que em mim. Acho que hoje muita gente está mais ligada no mundo inteiro”.

“Esse é um tempo de reflexão para todos nós. Temos de agradecer pela vida e pensar no que podemos melhorar”, finaliza Ítalo Ferreira.

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