O carioca Lucas Silveira conquistou neste sábado na Indonésia, a sua primeira vitória em etapas do WSL Qualifying Series e a quinta do Brasil esse ano no circuito que classifica dez surfistas para a elite dos top-34 da World Surf League. A decisão do título do QS 3000 Krui Pro, nas esquerdas perfeitas de 6 pés sólidos em Ujung Bocur, na ilha Sumatra, foi contra o australiano Mitch Coleborn, que tinha barrado o bicampeão mundial Gabriel Medina nas quartas de final que abriram o último dia do evento. Também no sábado, foi encerrado o QS 6000 Ichinomiya Chiba Open no Japão, com Nat Young vencendo uma final norte-americana com Evan Geiselman em Shida Point para assumir a vice-liderança no ranking, que continua com o brasileiro Jadson André na frente, mesmo sem competir nessa semana.
“Que dia! Eu nem consigo acreditar que tudo isso está acontecendo. Esta é a minha primeira vitória no QS e isso significa muito para mim”, disse Lucas Silveira. “As ondas estavam muito boas hoje (sábado), ou melhor, estavam boas a semana toda e eu gostaria que tivéssemos ondas assim em mais eventos, mas, lamentavelmente, isso não acontece com muita frequência. Eu nunca tive um bom começo de ano no QS. Normalmente, só consigo bons resultados no final do ano, então eu nunca estive tão perto de me classificar para o CT, então espero entrar neste ano com mais alguns grandes resultados como esse agora”.
Com a vitória no QS 3000 Krui Pro, Lucas Silveira subiu da 65.a para a 22.a posição no ranking. Na decisão do título, Lucas Silveira começou bem a bateria, escolhendo uma onda que abriu uma parede limpa para mandar suas pancadas de backside e largar na frente com nota 7,00, contra 5,83 do australiano. Não demorou e logo o carioca pega outra onda boa, aproveita a chance ao máximo para receber 7,83 e atingir imbatíveis 14,83 pontos. Mitch Coleborn ainda tentou a virada em sua última onda, mas só conseguiu 6,63 e terminou com 12,46 no total.
Esta foi a segunda vitória de Lucas Silveira na World Surf League. A primeira aconteceu em 2015, quando conquistou o título mundial da categoria Pro Junior em Portugal. Ele já havia disputado duas finais em etapas do WSL Qualifying Series desde 2012, quando apareceu pela primeira vez no ranking. A primeira em 2016, perdendo a decisão para o francês Joan Duru no QS 1500 de Lacanau, na França. A segunda no ano passado, no QS 1500 Reef Paris Peñascal Pro no Peru, vencido pelo peruano Cristobal de Col.
VAGAS NO G-10 – Com os 3.000 pontos do Krui Pro, Lucas Silveira poderia ter subido até mais do que o 22.o lugar no ranking, isso se nesta mesma semana, não estivesse rolando uma etapa mais importante, de 6.000 pontos no Japão. O campeão do Ichinomiya Chiba Open, Nat Young, foi um dos três que entraram no G-10 do QS neste sábado. Ele estava em 11.o na classificação e passou a dividir a vice-liderança com o australiano Matt Banting. Ninguém tirou o primeiro lugar do potiguar Jadson André, que decidiu os títulos das três primeiras etapas do QS 6000 no ano e venceu a primeira, o Oi Hang Loose Pro Contest em Fernando de Noronha.
Os outros dois que entraram na zona de classificação para o CT 2020 no Japão, foram o japonês Hiroto Ohhara e o australiano Connor O´Leary. Ambos perderam nas quartas de final do QS 6000 Ichinomiya Chiba Open. Os três tiraram da lista dois sul-americanos que não competiram em nenhuma das duas etapas, o peruano Miguel Tudela e o brasileiro Krystian Krymerson, além do francês Gatien Delahaye, que tinha entrado no G-10 com a vitória na estreia do Claro Open Pro – Copa Tubos QS 3000 no Peru.
Os sul-americanos se dividiram nesta semana. A maioria escolheu a maior pontuação do Japão, mas a melhor participação nas pequenas ondas de Shida Point foi a do brasileiro Flavio Nakagima. Ele foi o único a chegar nos duelos homem a homem das oitavas de final, quando perdeu para o havaiano Barron Mamiya. Com o nono lugar no QS 6000 Ichinomiya Chiba Open, o paulista do Guarujá entrou no grupo dos 100 primeiros no ranking, subindo de 117 para 73 na classificação geral das 24 etapas completadas neste sábado no Japão e na Indonésia.
GABRIEL MEDINA – Os que preferiram competir nas ondas bem melhores da Indonésia, mesmo valendo menos pontos, saíram satisfeitos, pois foram premiados com esquerdas perfeitas durante toda a semana no palco do QS 3000 Krui Pro em Ujung Bocur, como outras ondas do sul da ilha de Sumatra. Um deles foi Gabriel Medina. O bicampeão mundial foi a grande atração do evento e o único top da elite que preferiu manter o “rip” de competição depois do Rip Curl Pro Bells Beach. Ele já está na Indonésia se preparando no clima e energia da próxima etapa, que começa em 13 de maio nas direitas de Keramas, na ilha de Bali.
Medina estreou na quinta-feira dando um show de aéreos em Krui e passou mais duas baterias na sexta-feira, sempre atendendo aos fãs que o cercavam toda vez que saía do mar. Ele era o grande favorito ao título, mas acabou perdendo para o australiano Mitch Coleborn nas quartas de final que abriram o sábado decisivo. Ficou a frustração para a torcida, mas o resultado não importava para ele e sim o treinamento em ondas perfeitas para tentar recuperar a lycra amarela do Jeep Leaderboard no Corona Bali Protected na semana que vem.
CAMINHO DA VITÓRIA – Já para o carioca Lucas Silveira, um bom resultado era importantíssimo para ele entrar na briga pelas dez vagas para o CT 2020. Ele começou bem o dia, com seu ataque de backside nas esquerdas de Ujung Bocur já sendo bem avaliado pelos juízes, que deram nota 7,50 na sua primeira onda. Depois, somou um 6,90 para bater Gatien Delahaye por 14,40 a 12,33 pontos, na bateria que iniciou o seu caminho da vitória no sábado. Com o quinto lugar nas quartas de final, o francês acabou sendo ultrapassado no ranking por quatro surfistas no Japão. Ele saiu do G-10, caindo do nono para o 13.o lugar.
Nas semifinais, as ondas ficaram perfeitas e foi quando Lucas Silveira fez a sua melhor apresentação, massacrando uma esquerda com uma série incrível de grandes manobras que valeram a maior nota do último dia, 9,5. Ele já havia surfado bem uma que rendeu 7,17 e ganhou a segunda vaga na grande final por 16,67 a 14,73 pontos do neozelandês Elliot Paerata-Reid. Na decisão contra o australiano Mitch Coleborn, computou notas 7,83 e 7,00 para festejar sua primeira vitória no WSL Qualifying Series por 14,83 a 12,46 pontos.