Depois de mais de 3 meses de espera, o mundial de surfe 2019 vai começar. Nesta terça-feira (02), a Gold Coast australiana terá sua janela aberta e os 54 melhores surfistas do mundo entrarão em ação. No masculino, o favoritismo se concentra nos brasileiros Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo, no australiano Julian Wilson e no havaiano John John Florence. No feminino, a havaiana Carissa Moore, a australiana Stephanie Gilmore, as norte-americanas Lakey Peterson e Courtney Conlogue e a brasileira Tatiana Weston-Webb são as candidatas a levantar a taça. Assista à etapa ao vivo aqui no Olimpíada Todo Dia, a partir das 18h.
Baterias da noite desta sexta-feira:
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Confira abaixo um resumão de tudo que vai rolar na temporada de 2019:
Possível mudança no local e previsões
Na tarde da última segunda-feira (01), a World Surf League informou a possibilidade de uma mudança no pico que receberá o evento. Ao invés da tradicional Snapper Rocks, que sofreu mudanças na bancada de areia devido a um ciclone no oceano, é possível que Duranbah, que fica a 1km de distância, receba o campeonato.
A entidade máxima do esporte também informou que é grande a possibilidade da competição começar já na primeira chamada, às 18h30 de Brasília desta terça-feira (03). As condições de vento não são as ideais, mas isso deve se perpetuar em toda a janela da primeira etapa do mundial de surfe 2019.
Vagas nos Jogos Olímpicos
Pela primeira vez na história do esporte, o surfe estará no programa olímpico. A estreia acontecerá em Tóquio e a principal forma de qualificação para as 20 vagas por gênero, será através do CT 2019.
No masculino, serão 10 vagas. Isso não, necessariamente, significa que os 10 primeiros colocados do mundial de surfe 2019 se classificarão, pois há um limite de dois surfistas por país. Caso o que aconteceu em 2018 se repita e tenhamos 3 brasileiros no top-4, por exemplo, só os dois melhores iriam a Tóquio. Para um país que possui quase um terço dos integrantes da elite, duas vagas é muito pouco.
No feminino são 8 vagas através do circuito de 2019, com a mesma restrição de duas vagas por país. Como são poucos países representados, a tendência é que tanto Tatiana Weston-Webb, quanto Silvana Lima, consigam a classificação. Somente uma campanha muito ruim de uma delas não as deixaria com a vaga.
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12 brasileiros
Na primeira etapa do mundial de surfe 2019, na Gold Coast, serão 13 brasileiros em ação, contando o feminino com Tatiana Weston-Webb. É possível afirmar que três são postulantes ao título, casos de Ítalo Ferreira, Filipe Toledo e Gabriel Medina. Correndo por fora, Yago Dora, Jesse Mendes e Jadson André, que estão em ótimo momento em suas carreiras. Deivid Silva e Peterson Crisanto farão suas estreias oficiais como participantes fixos do CT. Caio Ibelli entrou no lugar de Mineirinho, lesionado, e busca uma boa posição para receber mais convites ao longo do ano.
Wildcards
Seriam duas vagas reservadas para as triagens na Gold Coast, porém a Quiksilver decidiu dar uma delas para o campeão mundial júnior, o brasileiro Mateus Herdy. Por ter um “seeding” mais baixo, ele entra na bateria de Gabriel Medina e do australiano Ryan Callinan. A outra vaga de wildcard ficou para o vencedor das triagens, que foi o australiano Reef Heazlewood. Ele entrará na bateria ao lado de Julian Wilson (AUS) e Seth Moniz (HAV).
Novo formato de baterias do mundial de surfe 2019
Com a intenção de dar mais dinamismo para as etapas masculinas do mundial de surfe 2019, a WSL resolveu fazer mudanças na disposição das baterias nos primeiros rounds.
Veja abaixo o novo formato do masculino:
round 1: 12 baterias de 3 surfistas (2 melhores de cada avançam direto para o rd 3 e o pior vai para o rd 2)
round 2: 4 baterias de 3 surfistas (2 melhores de cada avançam para o rd 3 e o pior é eliminado)
round 3: 16 baterias de 2 surfistas* (o vencedor de cada uma avança para o round 4)
round 4: 8 baterias de 2 surfistas (o vencedor avança).
quartas: 4 baterias de 2 surfistas (o vencedor avança)
semis: 2 baterias de 2 surfistas (o vencedor vai para a final)
final: 1 bateria de 2 surfistas (o vencedor é o campeão).
* No round 3, obrigatoriamente serão cabeças de chave os vencedores das 12 baterias do round 1.
Veja abaixo o novo formato do feminino:
round 1: 6 baterias de 3 surfistas (as 2 melhores de cada avançam para o rd 3 e a pior vai para o rd 2)
round 2: 2 baterias de 3 surfistas (as 2 melhores de cada avançam para o rd 3)
round 3: 8 baterias de 2 surfistas (a melhor de cada avança para as quartas)
quartas: 4 baterias de 2 surfistas (a vencedora avança)
semis: 2 baterias de 2 surfistas (a vencedora vai para a final)
final: 1 bateria de 2 surfistas (a vencedora é campeã).
Estreantes
O mundial de surfe 2019 terá seis estreantes, quatro no masculino e duas no feminino. Vamos conhece-los:
Deivid Silva (BRA), 24 anos
“DVD” é local de Bertioga e Guarujá, litoral paulista. Ele batalhou por 4 anos no QS, conquistou 7 eventos e, finalmente, após vencer o QS 6.000 de Sidney em 2018, conseguiu pontos suficientes para o acesso. Já participou de dois eventos da elite, ambos no Rio, como convidados. Seu melhor desempenho foi em 2016, quando chegou ao round 3 e perdeu para Medina. Mas, no ano seguinte, teve revanche e, no QS de Maresias, ele superou o compatriota. No seu surfe dá sinais de que ainda precisa evoluir se quiser se manter na elite, mas tem um potencial gigante.
Peterson Crisanto (BRA), 27 anos
O paranaense Peterson Crisanto lutou muito no QS. Foram 7 anos de derrotas, aprendizados e daquele gostinho de “quero mais”, até conseguir a classificação para o CT 2019. Seu grande momento foi no QS de Ballito, na África do Sul, que lhe rendeu 10.000 pontos, que praticamente, colocaram-o na elite. Com outros resultados consistentes, Crisanto finalizou o ano no top-5 do QS 2018. É o estreante mais guerreiro e que reflete isso no seu surfe.
Seth Moniz (HAV), 21 anos
Seth Moniz é o típico surfista de família havaiana. Seu pai Tony foi um dos pioneiros do esporte nos anos 80, sua irmã Kelia é bicampeã mundial de longboard e o seu irmão Josh compete no QS. Mas, mesmo assim, o que Seth conquistou nos 2 últimos anos foi de se encher os olhos. Ele saiu da 142ª posição do QS, em 2016, para a 2ª em 2018. Uma ascensão meteórica. Ganhou o convite para participar do Pipe Masters ano passado e fez bonito ao eliminar o notável Owen Wright, com um tubaço e um aéreo na sequência. É, provavelmente, o estreante mais forte.
Soli Bailey (AUS), 23 anos
A trajetória de Soli é parecida com a de Peterson Crisanto. Ele estava no QS desde 2012 e já havia batido na trave algumas vezes. Em 2018 foi diferente. Ele não conseguiu nenhum resultado espetacular, mas vários consistentes e, assim chegou ao CT com a penúltima vaga. É apontado como o rookie mais frágil, mas quantos já não foram e surpreenderam? Italo Ferreira foi um deles.
Brisa Hennessy (CRC), 19 anos
Não é comum ver uma surfista costarriquenha na elite. Por isso, causou surpresa para quem vê de fora a entrada de Brisa Hennessy. Mas para quem a conhece, certamente, não foi algo de outro planeta. Isso porque ela morava no Havaí desde pequena e sempre se destacou em ondas maiores. Recentemente, sua família se mudou para Fiji. Portanto, pode se esperar que em ondas grandes, ela se destaque.
Macy Callaghan (AUS), 18 anos
Ao lado da norte-americana Caroline Marks, Macy Callaghan é a surfista mais promissora do mundo. Ela já vem chamando a atenção desde os 15 anos de idade no QS e bateu na trave em 2017. Devido às várias lesões no ano, foi chamada para competir em 7 das 10 etapas, conquistando um 2º lugar na França. Terminou na 6ª colocação do QS 2018 para sacramentar sua entrada na elite.