Nesta quinta-feira (14), Gabriel Medina deu sua última entrevista coletiva antes de embarcar para a Austrália, local em que iniciará sua caminhada rumo ao tricampeonato mundial a partir de 3 de abril. Além de anunciar a renovação de patrocínio com a Audi por mais um ano, ele também falou sobre a expectativa de buscar a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio em um 2019 “especial”, citou seus três principais concorrentes na busca por uma das duas vagas do país e ainda falou da rivalidade com o havaiano John John Florence.
A 20 dias do início do CT 2019, Medina parece mais focado do que nunca. Na entrevista deixou claro que este é o “ano mais importante de sua vida” e que seu objetivo é conseguir uma das duas vagas brasileiras para os Jogos Olímpicos de Tóquio e, se possível, com o tricampeonato mundial. Por isso, afirmou: “passei 10 dias fazendo treinos intensos no COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Lá tem uma aparelhagem avançada, que eu não estava acostumado. Então, foi muito produtivo”.
Vale lembrar: apenas dois surfistas por país podem se classificar para Tóquio. Tendo em vista que o Brasil teve três atletas no top-4 de 2018 está evidente que a disputa vai ser muito acirrada. Quando perguntado sobre os principais concorrentes a essas vagas e ao título, Gabriel não teve dúvida:
“Dentre os brasileiros, pelos resultados tem três ou quatro que vão disputar o título e as vagas. Eles têm mostrado isso nos últimos anos. Eu posso citar nomes: Mineirinho, Filipinho e o Ítalo. Esses são os caras que eu sempre vejo em cima no ranking, que sempre estão brigando comigo. Teve um ano (2015) em que todos nós estávamos ali no topo da tabela. É claro que todos brasileiros podem ganhar um evento e serem campeões mundiais. Então, não dá pra vacilar.”
Confira abaixo outros trechos importantes da entrevista coletiva do bicampeão mundial Gabriel Medina:
Você se identifica com a onda de Chiba, onde vai ser realizada a Olimpíada, e você pretende ir para o Japão treinar?
“Eu nunca fui para o Japão. Vai ser minha primeira vez, eu devo ir para conhecer o lugar, me ambientar. Eu não tenho a menor ideia de como é lá e nem como são as ondas. Vai ser mais uma missão, mas tem bastante tempo e dá para fazer tudo com calma. A única coisa que eu fiquei sabendo é que é lugar de onda pequena, vamos ver como vai ser.”
O COI quer atingir um público mais jovem colocando o surfe no programa olímpico?
“O surfe e o skate são esportes que a galera mais jovem gosta, que vieram para ficar. Até pela geração que a gente têm assistido no surfe brasileiro, com menos de 28 anos se destacando…isso vai ajudar, vai ajudar nas Olimpíadas. O surfe era para estar nos Jogos Olímpicos faz tempo, mas que bom que deu tudo certo. Nós, que disputamos o circuito mundial, sabemos da importância da entrada do esporte.
Diferenças do mundial para os Jogos Olímpicos
“Estamos todos muito ansiosos, animados, vai ser algo diferente, porque estamos acostumados a disputar todo o ano o título mundial, sempre igual. Na Olimpíada, é uma chance a cada 4 anos.”
1º semestre com mais dificuldades
“Eu preciso corrigir o que eu tenho feito de errado nos últimos anos. Esse começo de ano pra mim é o mais difícil, são três etapas complicadas de surfar de backside. Mas, tenho aprendido bastante. Então, é uma coisa que eu quero corrigir, porque mais pra frente meu surfe encaixa…e se eu começar o ano bem tenho certeza que vai ser difícil me parar. E eu sei que a perna australiana vai ser muito importante.”
Rivalidade com John John Florence
“A nossa relação é muito boa. É que sempre criam uma rivalidade né? Esse ano ele está voltando, fiquei sabendo que ele está bem. Fico ansioso, porque ele estava fora na última temporada, então vai ser bom ter ele de volta. Eu gosto da rivalidade, me inspiro nele e gosto de ter alguém competitivo como ele, porque eu amo competir com os melhores. John John está nesse patamar.”
Demora para conquistar o 2º título causou ansiedade?
“Foram 4 longos anos. Como meta, eu queria ter conquistado mais rápido, mas é muito difícil. Já é difícil ser campeão, duas vezes é mais ainda. Mas, foram anos de muito aprendizado, treinei demais, disputei o título algumas vezes, perdi bastante, ganhei e sempre trabalhando a cabeça para continuar. Uma hora eu sabia que ia chegar. Agora, eu quero ser tricampeão e eu vou trabalhar para conseguir.”