O campeão do Oi Hang Loose Pro Contest será conhecido neste domingo em Fernando de Noronha e o único que pode conseguir um inédito bicampeonato na ilha é o espanhol Aritz Aranburu, que venceu a edição de 2007 na Cacimba do Padre. O paulista Miguel Pupo ganhou a última em 2012, mas parou nas oitavas de final que fecharam o sábado de ondas menores na Cacimba do Padre, sem tubos, mas com boas condições para manobras de borda e aéreas. Foi voando que o bicampeão mundial Gabriel Medina fez os recordes do dia e ele vai abrir as quartas de final com Jadson André no domingo. Mais dois brasileiros da elite do CT vão tentar a vitória no primeiro QS 6000 do ano, que vale a liderança no ranking do WSL Qualifying Series, Italo Ferreira e Yago Dora.
No sábado, não teve paralisação no meio do dia. As quatro baterias restantes da quarta fase foram iniciadas às 7h30 e as oitavas de final aconteceram em seguida, antes de desabar um temporal que prosseguiu durante toda a tarde em Fernando de Noronha. Gabriel Medina não deu qualquer chance para o jovem americano Nolan Rapoza na primeira disputa por vagas para as quartas de final do Oi Hang Loose Pro Contest. Ele acertou todos os aéreos que tentou em suas primeiras ondas para atingir imbatíveis 17,30 pontos com notas 8,90 e 8,40.
“O mar está bem divertido, mesmo menor do que os outros dias, com maré cheia e foi bom porque deu para fazer os aéreos”, disse Gabriel Medina. “Aquele primeiro, tentei dar um aéreo reto, só que não pegou muito bem. Mas, o segundo entrou e saiu uma nota boa (8,90). Depois, tentei ficar trocando a segunda nota e acabou dando tudo certo, graças a Deus. Eu tenho usado a mesma prancha todos os dias, estou me sentindo bem com ela e isso te deixa mais confiante pra arriscar as manobras. Agora estou nas quartas e vamos ver como vai estar o mar amanhã (domingo). Espero que tenha boas ondas para fechar o campeonato”.
O seu adversário na primeira quarta de final do Oi Hang Loose Pro Contest, prevista para começar as 7h30 do domingo em Noronha, 6h30 no restante do Brasil, será contra o potiguar Jadson André, que está retornando a elite do CT este ano. Jadson também passou fácil pelo australiano Reef Heazlewood, mas conquistou a vitória nas direitas que entravam no meio da praia, diferente de Medina que deu o seu show nas esquerdas. O vencedor deste clássico brasileiro será o primeiro semifinalista do QS 6000 de Fernando de Noronha.
“Eu assisti a bateria do Gabriel (Medina) e vi que as esquerdas estavam melhores, mas estava prestando bastante atenção nas direitas que vinham escorrendo na bancada a praia inteira. Eu sabia que as esquerdas iam sumir quando a maré começasse a secar, então essa é uma vantagem de quem vem pra Noronha há mais de 15 anos, o conhecimento”, disse Jadson André. “Minha estratégia era surfar as direitas e fui só aumentando os scores (notas) a cada onda. Agora é focar para amanhã (domingo). Vai ser alucinante as quartas de final com o Gabriel e espero que dê boas ondas para a gente dar um show aqui para o público”.
VITÓRIAS ESTRANGEIRAS – Depois de duas vitórias brasileiras nas oitavas de final, vieram duas derrotas consecutivas que formaram uma semifinal estrangeira. O catarinense Tomas Hermes não achou boas ondas e até cometeu uma interferência no final, quando a eliminação para o sul-africano Adin Masencamp já estava consumada. No duelo seguinte, Miguel Pupo começou bem com nota 8,5 na primeira onda, só que o americano Cam Richards estava com os aéreos no pé e despachou o último campeão em Fernando de Noronha com o segundo maior placar do dia. Os 16,36 pontos que totalizou, só ficaram abaixo dos 17,30 de Gabriel Medina.
“Tá bem divertido na água. As ondas estão boas para fazer aéreos e estou feliz em conseguir mostrar esse lado do meu surfe”, disse Cam Richards. “Eu fui criado na costa Leste dos Estados Unidos e tive muitos surfistas bons como referência lá quando eu estava crescendo, os irmãos Lopez (Shea e Cory), Hobgood (C. J. e Damien), Geiselman (Eric e Evan), a lista é grande e somos muito próximos uns dos outros. É muito legal ter sempre esse apoio deles e viajei pra cá confiante em conseguir um bom resultado aqui”.
O ex-campeão mundial C. J. Hobgood é um dos poucos estrangeiros que conseguiram vencer o Hang Loose em Noronha. Ele foi o melhor nos tubos da Cacimba do Padre em 2010 e um sul-africano como Adin Masencamp também levou um troféu de campeão do evento mais tradicional do surfe brasileiro em 2004, Warwick Wright. Antes, a África do Sul sempre comparecia em grande número no arquipélago pernambucano, mas agora Adin Masencamp está sozinho representando o seu país até o último dia do seu primeiro evento no ano.
“As ondas estão pequenas hoje (sábado) em relação aos outros dias, mas bem consistentes para manobras e estou feliz pela vitória”, disse Adin Masencamp. “Esse lugar é muito bonito, tem altas ondas e só quero agradecer todo mundo, especialmente meus pais que fizeram de tudo para eu chegar até aqui e a todos que sempre me apoiam. Meu técnico é incrível e me ajudou muito antes do evento. Nosso foco era conseguir um bom resultado aqui e na Austrália, em vez de competir em ondas menores, então estou feliz em estar nas quartas de final”.