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Samuel Pupo fala em superar Slater e ser melhor da história

Em entrevista, Samuel Pupo revela sonho de superar Kelly Slater e se tornar o maior surfista de todos os tempos. Confira!

Imagem: WSL

Campeão sul-americano júnior, 3º colocado no mundial da categoria e classificado para disputar as etapas mais valiosas do QS em 2019, Samuel Pupo não esconde seus planos e sonhos ambiciosos para o futuro. Com apenas 18 anos, o garoto natural de Camburi – praia do litoral norte de São Paulo – é uma das principais promessas do surfe brasileiro e conta com a ajuda do experiente irmão Miguel e do pai e shaper Wagner Pupo para atingir seus objetivos. O de 2019 é nítido: conseguir uma das 10 vagas para o CT 2020 e, se possível, junto com o irmão.

O objetivo começa a ser traçado, justamente, em águas brasileiras. Dia 19 de fevereiro na Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha, não só ele, mas também outros grandes nomes do surfe brasileiro, como Gabriel Medina, Italo Ferreira, Yago Dora, Miguel Pupo, Alejo Muniz, Jadson Andre, entre outros, devem fazer a estreia na temporada.

A jornada está no início. Porém, Samuel é claro ao responder sobre o maior sonho:

“Meu sonho máximo é, pelo menos, chegar perto do recorde do Kelly (Slater). Quero ser o melhor ou o segundo melhor surfista da história. Seria incrível.”

Veja a entrevista completa no vídeo abaixo:

Confira abaixo algumas perguntas da entrevista:

Já sabe qual vai ser seu primeiro evento em 2019?

“Meu primeiro evento vai ser em Fernando de Noronha, no final de fevereiro, QS 6.000. Fazia tempo que não rolava competição lá. A última vez foi meu irmão que ganhou, em 2012. Então, estou feliz de voltar lá, lugar que eu já competi no Young Guns. Esse primeiro 6.000 do ano acho que vai estar todo mundo com fome de competir, faz tempo que a gente não compete. Então, acho que a maioria dos surfistas da elite vão querer competir, vai ser um dos melhores QS do ano e, provavelmente, vão ter altos tubos.”

Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha. Foto: Divulgação

2018 foi seu último ano como júnior. Você começou o ano mal, mas terminou muito bem…

“Ano passado foi difícil para mim…competi muito mal na primeira metade do ano, competi no CT em Portugal, mas também não estava me sentindo muito bem e aí acabei indo para o Peru com meu pai e fazia tempo que eu não viajava com ele. Ele me deu aquela vontade de vencer de novo e aí que eu consegui ser campeão sul-americano júnior e daí engrenei.”

Samuel Pupo comemora título sul-americano júnior. Foto: WSL South America

Você já competiu em 2 eventos do CT até hoje e os dois você caiu no round 2, uma vez para o Filipe Toledo e outra para o Joel Parkinson. Você sentiu a diferença do QS para a elite?

“Senti muita diferença. Primeiro CT que eu competi em Bells, eu estava bem nervoso na primeira bateria…na segunda contra o Joel, eu consegui me impor, fazer boas notas, mas acabei perdendo. É uma diferença muito grande porque são os melhores do mundo e eu quero muito estar lá. Então, foi uma boa experiência para mim, saber como é, botar a lycra, estar todo mundo assistindo. É uma pressão a mais, mas se eu tiver outra chance vou fazer melhor.”

Quem é seu maior ídolo no surfe?

“É o Owen Wright (AUS). Desde pequeno sou fã dele e ano passado tive a oportunidade de surfar com ele na França. Então, pra mim foi incrível. Ficamos na praia conversando o dia inteiro e surfando. Ele é firmeza, muito gente boa. Tem alguns australianos que tem preconceito com a gente no tour, mas ele é um cara que quem ele gostar ele vai falar…”

Owen Wright em Fiji. Foto: WSL

O que você acha que precisa evoluir para chegar no CT e fazer igual ou melhor que seu irmão, que ficou vários anos lá?

“De surfe, eu estou tentando evoluir o máximo que eu posso. Esse ano eu vou fazer viagens para ondas maiores, tubulares. Porque meu objetivo é me classificar o mais rápido possível e isso pode acontecer a qualquer momento. Quando acontecer, eu quero estar pronto para me dar bem. Simplesmente, você nunca pode achar que estar 100% perfeito e tem coisas a melhorar.”

Como é sua relação com o Miguel? Ele te dá muitos conselhos?

“A gente está viajando bastante junto e ele é um cara que eu me espelho muito. Toda fase que ele passa e algo ruim aconteceu pra ele, acaba refletindo em mim. Se ele está bem, eu também estou. E, a gente vai viajar bastante junto esse ano. Espero que a gente se classifique junto.”

Irmãos Pupo. Foto: Aleko Stergiou

Você e o Miguel nunca se enfrentaram. Como você acha que isso vai acontecer?

“Todos os irmãos que estão no surfe, a galera espera uma bateria e ela não acontece, né? Tem vários casos. No ‘free surf’ a gente sempre compete. Ele geralmente ganha, né? Irmão mais velho, mais experiente…”

Qual seu ponto forte?

“Os aéreos, com certeza. Desde que eu comecei a surfar, eu sempre quis dar um aéreo. E, quando eu consegui, com 10 anos, eu fui mostrar pra todo mundo.

No tempo livre, tirando o surfe, o que você curte fazer?

“Eu curto muito jogar tênis. Sou viciado. Assisto a maioria dos campeonatos que tem. Eu e meu irmão jogamos o tempo inteiro.”

Você tem um grande ídolo no tênis?

“Meu grande ídolo é o Denis Shapovolov (CAN), que é um cara que eu conheci na internet. Uma vez eu postei um vídeo dele jogando e ele me respondeu…ele é bem novo, está se dando bem nos campeonatos, no top-40 do mundo, e funciona muito bem na hora da pressão”

O canadense Denis Shapovolov. Foto: ATP

Qual etapa que você quer mais surfar do CT?

“Keramas. É uma onda que encaixa muito em mim, eu vou pra lá desde pequeno. É uma onda que eu ia me destacar.”

Indo mais além, em uma final em Keramas, quem você queria enfrentar?

“Acho que uma final eu e o Kelly Slater ia ser legal.”

E sua onda favorita no mundo?

“É Jeffreys Bay. Eu fui pra lá e fiquei abismado com a onda.”

Quais outros jovens surfistas do mundo vão chegar forte nos próximos anos?

“Tirando os brasileiros, acho que Finn McGill (HAV), Barron Mamyia (HAV), Yuji Nishi (JAP) e o Rio Waida (IND).”

Alguma onda já te deu medo?

“Ah, tem várias. Mas acho que Teahupoo em 2014, no ano que o Medina ganhou. Estava gigantesco. E Sunset Beach, quando está grande também dá muito medo, porque é muito longe da praia. Uma vez eu perdi o leash lá e tive que voltar remando, tomando onda na cabeça.”

Samuel Pupo em ação no CT. Foto: WSL

Como você espera que 2019 termine?

“Quero ser campeão do QS. Principalmente nesta primeira metade do ano quero ficar entre os 10 primeiros, pra ficar confortável e soltar meu surfe no fim do ano. E aí ser campeão é meu foco.”

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