Cinco modalidades estão entre as novidades no programa esportivo dos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028 e uma delas é o Squash. A temporada de competições de 2024 está em fase final e em 2025 o calendário retoma com os atletas iniciando a corrida visando a próxima edição do megaevento. O Olimpíada Todo Dia (OTD) passou uma tarde com o brasileiro Diego Gobbi, melhor jogador do Brasil no ranking mundial de simples do Squash e atual campeão Brasileiro, sendo detentor de três títulos nacionais na história. E coube a ele apresentar detalhes da modalidade e suas expectativas olímpicas.
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“O Squash é um esporte britânico, de colônia inglesa. Então, a maioria dos países que foram colonizados pelos ingleses possuem a parte histórica da modalidade mais conhecida e, obviamente, mais quadras e competições. E, tudo isso, gera melhores jogadores. Apesar disso, o principal país da modalidade hoje em dia é o Egito. E nem tanto por estruturação e profissionalismo, mas porque, na ponta do iceberg, eles têm muitos atletas jogando bem e dominando o ranking internacional. O squash, para eles, é como se fosse o nosso futebol”, explicou Diego Gobbi com exclusividade ao OTD.
Conheça o Squash
O Squash é uma modalidade jogada com uma raquete e uma bola de borracha. O esporte pode ser praticado por dois ou quatro atletas e em chaves de simples e duplas. O jogo acontece em uma sala fechada por quatro paredes e os competidores alternam tacadas na parede frontal, que conta com três linhas demarcando onde é possível atingir a bola. A quadra oficial deve ter 9,75 metros de comprimento por 6,4 metros de largura. A parede frontal deve medir 4,75 metros de altura e a caixa de serviço deve ser um quadrado perfeito de 1,6 por 1,6 metros.
O nascimento do squash não tem um única versão. A única certeza é que ele foi criado em meados do século XIX. E o nome surgiu de um termo inglês denominado “squishable”, referindo-se a uma bola apertável ou esmagável. A narrativa mais difundida é que a modalidade é oriunda do século XIX e teria surgido com presos da penitenciária inglesa Fleet Debtors utilizando paus e bastões no lugar de raquetes e uma bola de borracha. Eles davam tacadas contra os muros. A história mostra que, além de paus e bastões, alguns já usavam raquetes, por isso, do surgimento do termo “Rackets”.
Existe uma outra versão, porém, sem muito consenso histórico, que indica o surgimento do esporte na escola Harrow School e outros colégios britânicos de prestígio e tradição. De toda forma, dados históricos apontam que foi em 1864 onde a primeira quadra de Squash foi construída na Harrow School. A partir desse momento, esporte passou a ser mais conhecido e logo disseminado pela Europa e pelo mundo. No Brasil, o esporte também o envolvimento dos ingleses. E a primeira quadra surgiu no início do século XX no estado de Minas Gerais, nas minas de ouro da cidade de Nova Lima.
E quem é Diego Gobbi?
Diego Gobbi está com 29 anos e é natural de São Paulo, oriundo da Zona Norte da capital paulista. Ele nasceu no dia 08 de Junho de 1995 e começou no Squash por influência de seu irmão. Ele é o único atleta brasileiro a ser campeão juvenil do Brasileiro e do Sul-Americano e, profissional, do principal campeonato nacional. O jogador é representante da equipe Brasileira de Squash e o melhor do país no ranking internacional ocupando, no momento, a 92ª colocação. Em conversa exclusiva com o OTD, Diego Gobbi contou sobre sua trajetória na modalidade.
“Sou natural de São Paulo, mais precisamente da Zona Norte e de uma família do tênis. Até que meu irmão conheceu, em uma academia de musculação, uma quadra de squash. Ele experimentou, se apaixonou pelo esporte, começou a jogar bem e, posteriormente, a dar aula. Já eu sempre fui um moleque do esporte e até brincava quando me perguntavam sobre profissão. Eu sempre falava que eu ia ser profissional de alguma área do esporte. Aconteceu que meu irmão me levou para o squash, deu doce na boca da criança, e estou jogando até hoje”, revelou Diego Gobbi.
“Estar no esporte era meu sonho de criança e é meu sonho como profissional. Estou lutando todos os dias pelo meu melhor e para ter uma melhor estrutura. Agora, com esse ciclo olímpico, vou lutar por uma vaga, não só para mim, mas para o Brasil e minha raquete mostra isso pelos cores dela. Espero que esse meu esforço posso ficar para as próximas gerações”, acrescentou o jogador que, no início de dezembro de 2024, pode conhecer a estrutura do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e agradeceu aos profissionais do Time Brasil pela recepção e pelo apoio ao Squash.
Preparação fora do país
O OTD esteve com Diego Gobbi em uma quadra de squash no Esporte Clube Pinheiros, agremiação que o apoia e lhe oferece estrutura de treinamento. Porém, pensando em Los Angeles-2028, ele revelou planos de se preparar fora do país. “A gente sabe que o Squash não é muito conhecido aqui e que também faltam recursos humanos. Ainda temos atletas muito bons e consigo treinar com eles, mas eu, como número 1 do Brasil, preciso estar entre os melhores. Eu preciso buscar esses recursos e ter treinadores voltados 100% para mim. Meu objetivo é ir para Barcelona em 2025”, contou.
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“O objetivo é Barcelona se tornar a minha base. Quero ficar o máximo possível em Barcelona porque a academia é muito boa e vou estar entre os melhores jogadores. Resumindo, quero transferir a minha base aqui de São Paulo para Barcelona. Coitada da minha namorada sabendo disso, mas, enfim, que a gente possa conciliar e equilibrar isso. Ela sabe que estou indo para lá por um objetivo único e do tamanho do meu sonho. Sou muito grato por ter uma pessoa que entende isso e me apoia. Estou disposto a usar todas as minhas forças e as de quem estará comigo nessa jornada”, completou Diego Gobbi.
Projeção até Los Angeles-2028
Diego Gobbi tem seus planos bem claros em sua mente. E a busca por vaga em Los Angeles-2028 já começa em 2025. Ciente do que precisa ser feito, o atleta estabeleceu algumas metas. “A busca pela vaga tem que partir de mim mesmo. Eu vou me preparar para essa vaga. Eu vou atrás dessa vaga. Não vou esperar ela bater na minha porta. Pela projeção que tenho tido, subindo 30 posições por ano, acredito que, pelo menos em quatro anos, eu esteja entre os 50 melhores do mundo”, planejou o jogador, campeão brasileiro de 2024.
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“Eu preciso dar o primeiro passo e subir para 70 do mundo. Já o segundo passo é subir para 60. Em seguida, aparecer entre os 40. Alcançando essa expectativa, acho que essa vaga estará com as cores do Brasil”, concluiu Diego Gobbi, único brasileiro entre os 100 melhores do mundo. Após ele, o Brasil tem mais dois atletas na chave de simples masculina entre os 200 do mundo, com Pedro Mometto, atual 169º, e Guilherme Melo, 194º. No individual entre as mulheres, Laura Silva, campeã brasileira de 2024, está na 111ª posição, seguida por Bruna Marchesi Petrillo, 137ª, e Luiza Carbonieri, 172ª.
Squash em Jogos Pan-Americanos
Antes de entrar no programa esportivo dos Jogos Olímpicos, o squash foi incluído nos Jogos Pan-Americanos e a primeira edição com a modalidade foi em Mar del Plata-1995. Na primeira aparição, o Brasil conquistou a medalha de bronze no masculino por equipes. Já Winnipeg-1999, no Canadá, o time brasileiro ganhou uma prata por equipes entre os homens e dois bronzes: equipes feminino e com Ronivaldo Conceição no individual masculino.
Na edição seguinte, em Santo Domingo-2003, na República Dominicana, o squash do Brasil também ganhou uma medalha de prata e duas de bronze. O segundo lugar foi por equipes no masculino, com Rafael Alarcón, Ronivaldo Conceição e Luciano Barbosa. Já as terceiras posições aconteceram no simples entre os homens, com Ronivaldo Conceição, e por times no feminino, com Karen Redfern, Patrícia Pamplona e Flávia Roberts
Quatro anos depois, no Rio de Janeiro, nos Jogos Pan-Americanos-2007, o Brasil levou uma medalha de bronze. O pódio foi conquistado por equipes masculinas com Eric Galvéz, Jorge Baltazar e Marcos Mendez. A modalidade do país também acabou com o bronze por equipes entre os homens na edição de Guadalajara-2011. Os medalhistas foram Rafael Alarcón, Vinícius de Lima e Vinícius Rodrigues. O Brasil ficou sem pódios nas edições de Toronto-2015, Lima-2019 e Santiago-2023.
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