R$ 2,635 bilhões, 5153 projetos, 1216 proponentes, 1,5 milhão de pessoas beneficiadas. Estes são alguns números da Lei de Incentivo ao Esporte de 2007 a 2018, instrumento importantíssimo para o fomento e, como o próprio nome já diz, o incentivo do esporte no Brasil. (PAOLUCCI, 2019)
Visto a importância e expressividade dada a essa política pública, ocorreu no dia 7 de junho, na Unicamp, com objetivo de abrir um debate entre os atores envolvidos na área política, de pesquisa e do contexto da prática, o “Fórum Permanente – Gestão do Esporte: a Lei de Incentivo em foco”, organizado pelo grupo de pesquisa “Sport.Map” e oferecido pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Unicamp.
O evento contou com grandes nomes envolvidos com a LIE, entre eles, o Prof. Dr. José Roberto Gnecco, ex-membro da Comissão Técnica da Lei de Incentivo ao Esporte Federal e um dos participantes da mesa redonda nomeada “O olhar do poder público sobre as Leis de Incentivo ao Esporte (LIE)” trazendo a seguinte afirmação:
“Se deixarmos que somente o mercado decida que tipo de esporte deve existir, teremos somente o futebol adulto masculino – não vai existir outro tipo de esporte no Brasil. O patrocínio das empresas estatais, por exemplo, é parte importante dos recursos hoje destinados ao esporte brasileiro. O voleibol brasileiro só é o que é atualmente graças ao patrocínio do Banco do Brasil; a gente só tem seleção brasileira de futebol feminino graças à Caixa Econômica Federal. Se o mercado fosse a única fonte de recursos, seríamos uma monocultura do futebol, assim como fomos uma monocultura do café na década de 30”.
Ainda, houveram mais duas mesas com profissionais debatendo e trazendo visões da prática e do mundo acadêmico, tornando ainda mais forte a importância da conversa e contribuição mútua entre esses “dois mundos”, como reforçou a Profa. Sabrina Vitório:
“É muito comum no esporte, infelizmente, ainda vemos pessoas que colocam as pesquisas e estudos de forma dissociada da atividade prática. Por esse motivo é tão importante esse debate entre o ambiente acadêmico e com o olhar da prática, pois os estudos servem para nos mostrar um caminho, para termos referência, capacidade de avaliar as nossas ações e, consequentemente, melhorar nossa prática; Em contrapartida, as pesquisas devem buscar a realidade e a sua aplicação prática é, na verdade, uma via de mão dupla, quanto mais pudermos fazer essa aproximação, mais perto estaremos de termos mais efetividade na Lei.”
O Fórum foi um momento de grande importância para o cenário esportivo no Brasil pela grande aproximação entre a academia, gestão pública e privada, no debate de uma das Leis com maior poder de democratização, fomento, desenvolvimento e que significa parte expressiva do orçamento do esporte no país.
Além disso, foi o momento de lançamento do curso de extensão “Elaboração de projetos para Lei de Incentivo ao Esporte” com propósito de capacitar os interessados que queiram desenvolver e submeter projetos esportivos que pleiteiam as diferentes opções de LIE, com foco na opção Federal e na do Estado de São Paulo.
Mais informações e inscrições do curso de extensão no link: https://tinyurl.com/y23zb6gh
Referência:
PAOLUCCI, Ricardo. Lei de Incentivo ao Esporte – Análise e Atualização dos Valores (2007-2018). Disponível em: http://www.incentiveprojetos.
Leonardo Risso é graduando em administração na Unicamp, fundador e atual vice-presidente da Liga de Marketing, membro do grupo de pesquisa Sport.Map (Sports Management and Policies research group) e vencedor do 1° Hackathon Allianz Parque.
