Gestão e planejamento. São esses dois pontos que a Soul Brasil Esportes, uma startup focada no desenvolvimento do atleta, se baseia para impulsionar os esportistas brasileiros e mudar o esporte brasileiro. Com uma plataforma recém implementada no mercado, a Soul Brasil busca aliar a tecnologia com ganho de resultados e novas oportunidades de patrocínios através do autocontrole do atleta. A plataforma é a nova parceira do Olimpíada Todo Dia e, por isso, conversamos com a co-fundadora da startup, Maria Teresa Dias, que deu mais detalhes sobre o negócio e explicou seu funcionamento.
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O grande objetivo da Soul Brasil é mudar o esporte brasileiro. “E como faremos isso? Através dos atletas. Acordando e despertando o atleta para que ele tenha mais autonomia, seja mais pró-ativo e que esteja mais envolvido na carreira dele”, resume a co-fundadora da startup, carinhosamente conhecida como Tetê.
Como funciona a plataforma
Foram cerca de dois anos de estudos, testes e validações até o lançamento da plataforma, em abril deste ano. A primeira versão disponibilizada foca no planejamento de carreira. Na versão gratuita, o atleta consegue inserir uma série de pontos de sua carreira, como gestão de treinos, calendário de competições, definição de objetivos e metas, histórico de lesões e evolução no ranking da modalidade.
Também há um acesso pago para os atletas, em que eles podem inserir todo o seu histórico do passado, incluindo resultados de competições e rankings. Nessa versão, há um dashboard completo onde os esportistas conseguem ver sua evolução. A ideia é observar o passado para tomar decisões conscientes para a carreira no futuro. Além disso, os atletas também podem avaliar seus treinamentos, tanto na questão da execução quanto no fator emocional.
Por enquanto, o acesso pago ainda está em período de testes e é disponibilizado apenas para a esgrima, mas a ideia é que no meio do ano esteja disponível para outras modalidades. Além disso, a ideia é que um novo usuário também seja liberado: o de treinador. O técnico terá acesso ao perfil de seus atletas e poderá fazer uma análise em conjunto com eles.
“Nós entramos em detalhes que às vezes as pessoas não estão olhando, que é o psicológico, alimentação, autoavaliação e autocrítica. A parte técnica deixamos para o treinador”, explica Maria Teresa.
Planejamento é essencial
Em uma pesquisa de diagnóstico realizada em 2020, a Soul descobriu que 64% dos atletas não conhecem o próprio calendário de competição de forma integral. Foi pensando justamente nisso que a plataforma decidiu iniciar seus trabalhos nesse ponto de principal dor, que é o planejamento de carreira. “Se o atleta consegue se planejar, ele vai começar a entender as outras necessidades que ele tem e vamos explorar esses outros lados”, diz Tetê.
Através dessa e de outras pesquisas com os atletas, a Soul estabeleceu os sete pilares fundamentais para o desenvolvimento pleno do atleta, com os quais trabalha até hoje: planejamento de carreira, planejamento financeiro, preparação física, marketing e branding, apoio psicológico, apoio pedagógico e apoio nutricional. Não necessariamente todos esses pontos estarão presentes constantemente na carreira de um atleta, mas em algum momento de sua vida eles serão necessários, como destaca a startup.
Além do lado de gestão de carreira, a Soul Brasil também trabalha com o ponto de vista de negócios. A plataforma quer montar uma grande base de dados dos atletas para disponibilizar para as empresas interessadas em patrocinar o esporte brasileiro. A partir dos perfis elaborados, a Soul Brasil os apresenta para os possíveis parceiros e eles escolhem para onde irão seus investimentos. Maria Teresa faz uma alusão desse processo ao investimento na bolsa de valores.
“Não entendo nada de bolsa de valores, por isso não vou sair investindo em qualquer coisa. Vou procurar um especialista, que vai me dizer em quais carteiras investir. A Soul Brasil vai ser quase que uma bolsa de valores de atleta. Quando chegar uma marca, vamos dizer para investir nesse e naquele esporte. Nós entendemos do negócio. Não quero falar com quem (empresário) quer ir pelo hype, quero falar com quem quer investir no esporte”, comenta ela.
Planos para o futuro
Ainda nova no mercado, a Soul Brasil já tem um planejamento bem definido para o futuro. A ideia é montar um “super app” do esporte. “Eu quero que o atleta entre no aplicativo da Soul e tenha a sua performance, resultados, quadro de medalhas, propostas de patrocínio, market place de fisioterapeuta, de psicólogos, conteúdos e cursos. Quero que ele entre e fale: ‘aqui eu consigo achar ferramentas para que possa me desenvolver e para que eu tenha uma carreira de sucesso no esporte’”, diz Tetê.
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A co-fundadora reitera, porém, que “uma carreira de sucesso” não envolve apenas chegar numa Olimpíada ou ser convocado para uma seleção, já que a plataforma é aberta para todos os tipos de esportistas, não somente aqueles de alto rendimento. Isto envolve atletas masters, universitários, amadores e entre outros.