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São Paulo fecha o calendário 2024 com o SLS Super Crown

A capital paulista recebe pelo segundo ano consecutivo a grande final da Liga Mundial de Skate Street, com Rayssa Leal e companhia

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Icônico Ginásio do Ibirapuera recebeu o skate pela primeira vez em 2023 Crédito: Daluz Photo

Acostumada a receber os maiores eventos esportivos do mundo, São Paulo se prepara para encerrar seu calendário de 2024 em grande estilo, com o SLS Super Crown World Championship, a grande final da Street League Skateboarding (SLS), que acontecerá nos dias 14 e 15 de dezembro no icônico Ginásio do Ibirapuera. Além disso, o Skate.

A cidade recebe o evento pelo segundo ano consecutivo após o sucesso do SLS Super Crown 2023, que consagrou o bicampeonato de Rayssa Leal e o título inédito de Giovanni Vianna. O SLS trará ao Brasil a elite do skate street mundial e skatistas olímpicos, com Rayssa Leal, Giovanni Vianna, Chloe Covell, Nyjah Huston, entre outros, além de milhares de fãs apaixonados por uma das modalidades mais emocionantes de Paris 2024.

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São Paulo e skate, uma relação de amor e ódio

O skate em São Paulo tem uma história que extrapolou sua origem como esporte de rua para se tornar um estilo de vida e fenômeno cultural. Surgindo na década de 1950, na Califórnia, o skate chegou à capital paulista nos anos 1970 e encontrou seu espaço em locais icônicos como o Vale do Anhangabaú, a Praça Roosevelt e o Parque do Ibirapuera, onde os skatistas pioneiros, como os Ibiraboys, transformaram o asfalto em palco para manobras radicais e expressão criativa.

No entanto, a trajetória do skate na cidade também foi marcada pelo preconceito contra os praticantes e até mesmo a proibição do esporte na cidade. Isso aconteceu em 1988, quando o então prefeito de São Paulo, Jânio Quadros, proibiu a prática durante os dias de semana no Parque do Ibirapuera, onde funcionava a sede da prefeitura.

A medida gerou a revolta dos skatistas, que organizaram uma manifestação exigindo a liberação da prática e o fim da marginalização dos praticantes. O prefeito, então, sentiu-se afrontado e publicou decreto ampliando a proibição para toda a cidade, prevendo inclusive a prisão dos skatistas desobedientes. Contudo, a medida não durou muito. Já em 1989, a nova prefeita Luiza Erundina aboliu o decreto e devolveu aos paulistanos o direito de explorar a sua cidade como bem entenderem.

A comunidade do skate em São Paulo perseverou, utilizando a resistência como forma de afirmação cultural. Assim, hoje consegue ocupar um dos espaços mais nobres da cidade, o icônico Ginásio do Ibirapuera, palco de momentos históricos do esporte brasileiro.

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Paulista em terras mineiras. Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais. Apaixonado por esportes.

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