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Skatistas brasileiros querem manter independência da modalidade

Skatistas brasileiros reafirmam desejo de continuar sendo representados pela CBSk e rejeitam fusão com os roller sports

Mas - Pâmela Rosa anda sobre corrimão nos Jogos Olímpicos
Pâmela Rosa nos Jogos Olímpicos de Tóquio (Foto: Wander Roberto/COB)

O skate está envolvido em uma briga política em pleno período de classificação olímpica. A World Skate (WS), que é a federação internacional que organiza o skate olímpico perante o COI, quer que seus países filiados tenham apenas uma entidade associada, enquanto os skatistas querem manter a independência do skate em relação aos outros esportes “de rodinhas” que estão dentro do escopo da WS como a patinação e o hóquei sobre rodas.
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Dessa forma, um grupo de skatistas brasileiros enviou uma carta à WS e outra ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) manifestando a vontade dos atletas de manter a independência do skate. “É ruim que a gente tenha que estar falando sobre esse tema no meio da corrida olímpica. Mas, ao mesmo tempo, é importante nos posicionarmos. Porque essa decisão nos afeta diretamente. Acreditamos que a World Skate vai entender. Só queremos que o skateboard permaneça independente como sempre foi”, disse a campeã mundial e atleta olímpica Pâmela Rosa em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
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Já o vice-campeão olímpico Pedro Barros relembrou todo sua trajetória representando a CBSk há mais de duas decadas. “Conquistamos todo esse espaço com momentos difíceis e muita luta para chegar aqui, e não tendo a obrigatoriedade de se unir com quem quer que seja que não tenha participado dessa luta. Acredito que chegaremos numa solução que fique boa para o skateboard”, afirmou Pedro Barros ao OTD.

Entenda a situação

O skate foi aprovado no programa olímpico em 2016, para estrear nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na época, a única entidade brasileira filiada à WS (e ao COB) era a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP). Mas os skatistas pressionaram para que a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) fosse a representante da modalidade no Brasil. A situação se repetiu em vários países, como nos Estados Unidos onde também existe uma confederação para o skate e outra para os roller sports.

Porém, recentemente, a WS teve uma mudança estatutária que prevê que cada país tenha apenas uma confederação filiada à federação internacional. Desde então atletas têm se manifestado contra a fusão das entidades. No último mês, a CBSk realizou uma assembleia onde, por unanimidade, foi refutada a fusão com os roller sports.

Pedro Barros compete em bowl de skate park
Pedro Barros nos Jogos Olímpicos de Tóquio (Foto: Gaspar Nóbrega/COB)

Foco em Paris

Até o início do ano, a WS ainda não tinha divulgado um calendário completo para a classificação olímpica, mas depois do Campeonato Mundial em janeiro, a entidade divulgou uma lista de eventos que valerão pontos para o ranking olímpico. Porém, os atletas ainda têm algumas dúvidas sobre o processo.

“Eles têm se esforçado, percebo isso, mas não dá para comparar com o que eu já vivenciei de circuitos como o Vans Park Series, X Games, Dew Tour e o STU. Eu vivenciei o skate correndo o circuito mundial com pelo menos 10 eventos por ano e hoje ainda está muito inseguro. Não sabemos direito como se classificar para as Olimpíadas. Regras ainda vão ser definidas e isso é uma insegurança. Após o Mundial de Dubai ficamos sabendo que apenas os 40 melhores colocados irão seguir adiante – e temos só dois eventos para essa definição – na corrida para as vagas a partir de 2024, quando isso já deveria ser esclarecido logo após a Olimpíada de Tóquio” – Pedro Barros

Mas no final, o que os atletas mais querem é competir e levar a cultura do skateboard para todo o Mundo. “A gente ama andar de skate e todos querem estar em Paris. Cada evento é uma oportunidade que nos aproxima desse sonho. Eu acredito que a World Skate vai entender nosso ponto de vista. Não somos contra nenhuma modalidade. Queremos apenas manter a independência do skateboard”, disse Pâmela.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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