Depois de um dia de descanso, a ação voltou ao STU Open Rio com a disputa do paraskate park. A competição contou com 15 atletas de deficiências variadas na semifinal. Os oito melhores se classificaram para a final, que foi vencida por Vinícius Sardi, que sobrou na pista com 87,14. Tony Alves ficou com o vice-campeonato com 78,05 e Ítalo Romano terminou em terceiro com 77,21.
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“O trabalho que a gente está fazendo é de inclusão para trazer mais paratletas para os eventos. Ter um campeonato que teve semifinal e final de paraskate, que vai ter amanhã também no street, é gratificante demais. A gente está conseguindo cada vez mais mudar a vida de pessoas com deficiência física através do esporte. Para mim, isso não tem preço. É melhor do que ganhar um campeonato. Dar um rolê com todo mundo aqui é a melhor coisa”, afirmou o campeão, que é o presidente da Associação Brasileira de Paraskate (ABPSk), que foi fundada recentemente.
SKATE MUDA VIDAS!
O próprio Vinícius Sardi é um exemplo de como o skate pode mudar a vida de uma pessoa com deficiência. Aos 26 anos, ele comemora uma década desde que descobriu o esporte. “Eu comecei a andar de skate com 16 anos depois que eu vi o Ítalo Romano, que estava aqui agora, descendo a mega rampa do Bob (Burnquist) e foi uma inspiração muito grande para mim. Eu comecei a andar e não parei mais. Me dei bem nos campeonatos e isso mudou minha vida. Eu era uma pessoa muito tímida, eu tinha vergonha da minha deficiência. Hoje eu sou grato e eu tento hoje fazer pelo skate o que o skate fez para mim”, conta.
PARASKATE NA PARALIMPÍADA
O sonho de Vinícius Sardi é ver o paraskate nos Jogos Paralímpicos. O problema é que a World Skate, a federação mundial da modalidade, perdeu o prazo para inscrever o esporte para Los Angeles-2028, mas o brasileiro acredita que a decisão pode ser revertida. “Tivemos alguns problemas aí com a World Skate porque eles perderam o prazo, mas eu tenho certeza de que a gente vai conseguir reverter essa situação, mostrando o trabalho que a gente está fazendo porque o skate é uma parada completamente diferente de qualquer esporte paralímpico. Quando ele entrar, ele vai impressionar e ele vai ficar”.
A ABPSk, inclusive, se coloca à disposição para liderar o movimento para levar o paraskate para os Jogos Paralímpicos. “O Brasil é o primeiro país que tem uma entidade para cuidar do paraskate. É o primeiro país que está tentando realmente usar as regras paralímpicas para fazer os campeonatos e correndo atrás para a introdução do paraskate em todos os campeonatos, divulgando a categoria”.
CAMPEONATOS POR CLASSES
O objetivo, em breve, é conseguir realizar campeonatos para todos os tipos de classe paralímpica. No STU Open Rio, os skatistas de variadas deficiências competiram juntos. “Hoje está todo mundo na mesma categoria porque a gente não tem tantos atletas assim para fazer todas as categorias. Mas o certo até em questões olímpicas e paralímpicas, é cada deficiência ser uma categoria diferente e a gente está trabalhando para isso”.
O primeiro passo para isso será dado no Paraskate Tour, circuito que Vinícius Sardi organiza em São Paulo. “Pela primeira vez vai ter uma bateria só para cegos para não ficar tão injusto porque, além de ser injusto para o atleta, é muito difícil pro juiz julgar também”