Um bandeirão na arquibancada trazia força de Lorena para Luiz Francisco. No pé, o skate tinha uma homenagem com a foto do avô, falecido há dois anos. Na cabeça, a ideia de andar por ele e pelo irmão, André Mariano, que luxou o ombro na véspera. Com tudo isso junto e mais sua habilidade habitual, o skatista foi o melhor brasileiro na final do park no STU Open Rio. Com 79,07, ele terminou em terceiro lugar, colado no americano Tate Carew, que foi o vice-campeão. O melhor de todos foi o campeão olímpico, Keegan Palmer, da Austrália, que sobrou com 85,23. No feminino, Sky Brown ficou com o título e Raicca Ventura foi a melhor brasileira em quarto lugar.
A participação de Luiz Francisco no STU Open Rio foi marcado pela emoção. Nas quartas-de-final, ele só passou de fase na última volta do dia graças ao apoio dos outros skatistas e também de toda a arquibancada. No dia seguinte, na semifinal, ele de novo deixou para a última volta para conseguir a classificação para a final e ainda teve que fazer suas manobras minutos depois da queda que lesionou o irmão. Na final, ele competiu por ele e por André Mariano para chegar ao pódio.
PELO IRMÃO
“Desde o início era por ele. A última mensagem que eu falei para toda a família foi falando que o dia (sábado) foi muito triste, o Minhoca (apelido de André) machucou e que hoje eu iria por ele, pela família e seja o que Deus quiser. Graças a Deus, deu tudo certo”, comemorou o skatista, que contou com a presença do irmão torcendo por ele de perto.
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“Se ele não tivesse presente, seria totalmente diferente, uma vibe totalmente ruim. Ontem quando ele voltou do hospital, ele já foi tomar uma e falei para ele esquecer o ombro dele agora, para ele aproveitar poque depois ele vai ter que voltar para São Paulo, fazer ressonância e cuidar do ombro. E quem tava ferrado era eu que ia ter que andar hoje. Só falei para ele esfriar a cabeça. Então, ontem eu tive notícia dele, vi que estava bem, me tranquilizou. Então, ele aqui hoje me deu força total”, disse o skatista, que competiu com uma homenagem ao avô colada no shape do skate.
HOMENAGEM
“Meu avô era de Recife, faleceu há dois anos e nunca me viu andar de skate. Dessa vez, eu colei uma foto dele com a minha verdadeira avó porque a outra é postiça, mas está no coração também. Coloquei ele no skate para ele andar comigo dessa vez e a nuvenzinha é o céu, que é onde ele está agora”, explicou mostrando o skate.
Além de Luiz Francisco, outros dois brasileiros disputaram a final do park masculino. Murilo Peres terminou na sexta colocação com 76,23, enquanto Pedro Barros foi o sétimo com 65,57.