A definição dos finalistas do park do STU Open Rio foi marcada pela superação e pela emoção. Primeiro, Raicca Ventura deixou a pista chorando após a primeira bateria após errar três de suas quatro voltas, mas depois voltou sorrindo ao conseguir se classificar em sétimo lugar. Depois, no masculino Luiz Francisco garantiu a vaga novamente na última volta. Mas, desta vez, teve ainda mais emoção. Ele foi para a sua última tentativa depois de ver seu irmão, André Mariano, sofrer uma grave lesão no ombro e foi para a pista pelos dois para alcançar o resultado que precisava.
Os estrangeiros foram os destaques das semifinais do park no STU Open Rio, mas o Brasil é o país com o maior número de finalistas: Dora Varella, Raicca Ventura e Isadora Pacheco se classificaram entre as mulheres, enquanto Pedro Barros, Murilo Peres e Luiz Francisco se garantiram entre os homens. Os melhores desempenhos foram da britânica Sky Brown, no feminino, e do portorriquenho Steven Piñero, no masculino.
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CHORO… DE ALEGRIA!
A disputa deste sábado no STU Open Rio começou com a primeira bateria do feminino. Campeã da temporada 2022 do STU National, Raicca Ventura era a principal esperança brasileira. A skatista, no entanto, só acertou a primeira de suas quatro voltas. Depois de três erros nas tentativas seguintes, a atleta deixou a pista chorando muito porque achava que não teria chance de passar para a final.
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Raicca Ventura somou 42,67 na única volta que completou e ficou na quarta colocação da primeira bateria. Para que ela se classificasse, era preciso que, no máximo, quatro das skatistas que entrariam em ação a seguir fizessem mais pontos do que ela. O duro é que o grupo era fortíssimo. Entre as oito skatistas estavam a campeã olímpica Sakura Yosozumi, do Japão, e a medalhista de bronze Sky Brown, da Grã-Bretanha, além das três representantes do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Dora Varella, Isadora Pacheco e Yndiara Asp.
SORTE?
Raicca Ventura, no entanto, estava com sorte. Apenas três a ultrapassaram. Sky Brown e Sakura Sakura Yosozumi sobraram, respectivamente, com 61,33 e 56,13. Além delas, apenas Dora Varella a superou ao marcar 47,00. Assim, o choro de decepção com o desempenho se transformou em alegria com a classificação em sétimo lugar.
“Graças a Deus estou na final. Fiquei na bolha ali… Quase que eu não passo. Independente de tudo, estou muito feliz que eu passei. Quando eu caí e errei a última vez, na minha última chance, eu fiquei muito triste. Eu não esperava passar. Achei que eu não ia passar, mas eu vou treinar para acertar a manobra que eu errei e não saia chorando”, prometeu Raicca Ventura.
MEDALHISTAS FAVORITAS
A oitava e última vaga para a final do STU Open Rio foi conquistada por Isadora Pacheco, que somou 42,13. Ela superou uma queda feia em sua terceira volta, que fez com que ela precisasse de atendimento médico na pista, e mesmo assim conseguiu se classificar. “Quando eu caí no chão, fiquei sem ar, bati o cóccix, bati o cotovelo, que está inchado. Fiquei triste porque não consegui completar minha volta e comecei a chorar ali no chão. Aí desceram com uma maca e aí eu levantei, saí fora, disse que estava bem, passou um pouco o nervoso e eu usei isso de motivação para acertar minha última volta”, conta.
Segundo Isadora Pacheco, Sky Brown e Sakura Yosozumi são as grandes favoritas ao título do STU Open Rio, mas é possível tentar surpreender. “Elas estão em outro nível de skate realmente. Estão um passinho a frente. Giram o corpo, giram o skate junto. A variação do skate, manobras difíceis, mas dá para alcançar. Não sei se neste campeonato, mas eu vou fazer de tudo para conseguir. Vou jogar o flip e seja o que Deus quiser. Eu vou para cima”, prometeu.
BRILHO PORTORRIQUENHO
No masculino, o portorriquenho Steven Piñero roubou a cena na semifinal do STU Open Rio. Depois de ter ficado em 14º nas quartas de final com 62,37, ele foi brilhante neste sábado ao alcançar 78,67 para terminar em primeiro lugar. Melhor colocado na véspera com 78,00, o australiano Kieran Wooley ficou em terceiro na semifinal com 75,83, superado pelo americano Tate Carew, que ficou em segundo com 76,90. Já o campeão olímpico Keegan Palmer terminou em quarto com 75,50.
QUESTÃO DE HONRA
O melhor brasileiro na semifinal masculina do STU Open Rio foi Pedro Barros, que ficou em quinto com 75,13, seguido por Murilo Peres com 74,00. Como na véspera, o último a conseguir se classificar foi Luiz Francisco. Até a última volta, ele ocupava apenas o 14º lugar. Antes da derradeira tentativa, um fato tornou tudo mais dramático. O irmão dele, André Mariano, que até então estava em oitavo, sofreu uma queda, deslocou o ombro e foi obrigado a deixar a competição.
Quando Luiz Francisco foi para a pista novamente, ele andou por ele e pelo irmão. A conquista da vaga virou questão de honra para colocar a família na final. E ele conseguiu. Com 73,50, ele garantiu a sétima colocação. Ao final da volta, ele foi direto abraçar André Mariano, que já estava imobilizado.
“Quando vi o que aconteceu com ele, aquilo mexeu comigo, claro. Além de irmãos, somos muito amigos, muito colados mesmo. Ele mal poderia voltar para dar a última volta dele, nem sequer disputar a final. Ele virou pra mim e disse: ‘vai lá e faz essa por mim, você merece, essa é sua!’. Imagina como eu entrei na pista, né! Vinha errando umas manobras e aquela era minha última chance. Apontei pra ele e fui. Fiz por mim e por ele. E deu tudo certo. Não tinha como não deixar a pista e correr para o abraço com ele”, relatou Luizinho.
