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Tóquio 2020

Lisonjeado, Felipe Gustavo lapida históricas voltas olímpicas do skate street

Brasileiro do street afirma que vai poder mostrar para os filhos seu nome na lista dos primeiros skatistas da história a participar de uma edição olímpica

Felipe Gustavo skate street Olimpíada
Felipe Gustavo durante treino na pista olímpica (CBSk/Julio Detefon)

Tóquio – Felipe Gustavo chega na Olimpíada de Tóquio com muita bagagem no mundo do skate street. Aos 30 anos, tem diversas participações na maioria dos grandes campeonatos específicos. Só em X Games são quatro, sendo a primeira lá em 2014, em Austin, e a mais recente em 2019, em Minneapolis. Agora, na capital japonesa, vai colocar mais uma marca no currículo. Fará parte da primeira geração de skatistas que participou dos Jogos Olímpicos. Ele, ao lado de Giovanni Vianna e Kelvin Hoefler, no masculino, e Pâmela Rosa, Letícia Bufoni e Rayssa Leal, no feminino, são os representantes do Brasil no skate street.

“Vou tentar deixar esse legado, falar para os meus filhos que eu fui um dos primeiros caras (do skate) a andar na Vila Olímpica, junto com o Giovanni. Os três primeiros brasileiros a fazer parte das Olimpíadas. Me sinto lisonjeado. Muito esforço e sacrifício, valeu a pena”, diz o atleta, que rompeu o ligamento no pé direito em março de 2019 e passou mais de um ano andando de skate com dores. A relação pai e filho é forte para ele. Tem o dele como grande influência, ao lado da mãe e dos dois irmãos, esses responsáveis por introduzi-lo no mundo do skate aos sete anos de idade.

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Base de apoio

Em 2007, Felipe Gustavo chamou a atenção ao vencer um campeonato na Flórida mesmo chegando sem ser conhecido. Seu pai havia vendido o carro da família a fim de comprar as passagens para que o flilho pudesse participar da competição. “Fiquei muito feliz. Eu sabia que aquele era o meu dia para tentar provar a mim mesmo”, comentou há um mês, para o site da Red Bull. O torneio deu o pontapé inicial na carreira profissional do brasileiro.

Reconhecimento do esporte

Natural de Brasília e residente em Los Angeles, ele comemora também a progressão do skate street como modalidade esportiva. “O skate chegou nesse ‘level’, então fico feliz de fazer parte dessa história, ter o reconhecimento dos outros atletas. A galera do futebol tirou foto com a gente, a galera do surfe da Nova Zelândia, saca? Todo mundo tem o reconhecimento do que o skate realmente é. Todo mundo curte hoje em dia”, afirma. Até por conta disso, foca em fazer uma boa competição na Olimpíada de Tóquio. “Chegamos no auge do esporte, vamos ter de ir para cima como a gente nunca foi antes.”

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Para isso, segue treinando forte, mesmo sob o escaldante calor que vem fazendo capital japonesa sede da Olimpíada. “A pista está irada, bem melhor do que a gente imaginava. Geralmente a gente vê a foto 3D, começa a imaginar um monte de coisa, aí quando a gente chega aqui tá bem diferente. Está bem melhor do que eu esperava. Só o Sol que está de matar, mas esperamos três anos para isso, agora nada vai parar a gente”, diz. Dia a dia, treino a treino, vai montando a apresentação que poderá mostrar para os filhos e que ficará nos livros de história como uma das primeiras da história olímpica. “Todo dia eu penso em manobras diferentes, junto com o técnico, o Mancha, vai se acostumando com a velocidade, tempo, e daqui para os próximos dias vai melhorar mais”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

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