Tóquio – As altas temperaturas estão castigando Tóquio neste fim de julho, período em que são realizados as primeiras disputas dos Jogos Olímpicos. Uma delas será a de skate street, onde o calor acima dos 30°C tem causado mais do que fadiga e cansaço em excesso. A vela costumeiramente usada para ajudar nas manobras realizadas em corrimãos estava derretendo muito fácil, deixando a pista menos viável e também mais insegura. Diante disso, o brasileiro Kelvin Hoefler procurou os responsáveis pelo local de competição para tratar da questão e foram realizadas mudanças.
“A gente desce bastante corrimão, então usa bastante vela e está derretendo. Isso trava. Eu consegui falar com o pessoal da California Skate Parks, que fez a pista. Eles lixaram todos os corrimãos e passaram acrílico em cima, Isso faz com que não precise de tanta vela”, disse Kelvin, logo depois de deixar o segundo dia de treinos visando a competição marcada para começar às 20h30 de sábado (24) com final agendada para às 00h25 de domingo (25), ambos horários de Brasília. “Ontem tava travando demais, muita gente se machucando. Se trava, a gente não tem o reflexo pra cair e a queda é muito grande. Hoje muita gente conseguiu andar melhor. Eu sou bem amigo do pessoal que fez a pista, fizeram a minha em casa, então tenho um relacionamento muito bom com eles”, completa. Com a pista renovada, a questão do calor passa a contar apenas na questão física. “Tá bem quente. A gente não está muito acostumado a andar em pista aberta, ao ar livre. A gente sempre anda em arena, fechado.”
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Pista grande, muita opção e medalha
Kelvin Hoefler destacou também o tamanho da pista em Tóquio, “é bem grande, tem como a gente mesclar bastante coisa, tem bastante obstáculo”, disse. “Hoje consegui tirar da mente o que eu gostaria de fazer e consegui fazer tudo. E a minha volta, o que é mais importante. Agora vou pensar nas cinco manobras, que é mais a estratégia”, acrescentou o atleta de skate street. O brasileiro acredita que pode sair da capital japonesa com um pódio. “Todo mundo tem chance de medalhas e eu tenho uma bagagem de manobras muito forte e eu acho que só quem tem essa bagagem são os japoneses e os americanos. A briga é bem forte entre a gente. Se eu conseguir acertar as minhas manobras, eu consigo trazer medalha, com certeza”, dispara. Se, de fato, conseguir, tem ciência de que seu nome vai ganhar uma notoriedade além da que já tem no meio específico, mas nada que o coloque sob pressão. “Eu sou bem tranquilo, gosto de andar de skate, sou bem pacato, na minha. Fazer o meu e ir para casa ficar tranquilo com a minha família”.
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Um ponto que pode influenciar a disputa é a falta de público, elemento sempre muito marcante das competições de skate street por conta da interação com os atletas. “Eu gosto daquela pressão do público estar junto. Para algumas pessoas não é muito bom, eles acham que é uma pressão que dificulta, que treme um pouco as pernas. Eu gostaria do público, mas infelizmente não tem”, afirma Kelvin Hoefler, admitindo estar vivendo uma experiência muito nova, já que essa é a primeira vez em que o skate está nos Jogos Olímpicos. “A gente nunca tinha pensado em estar aqui. O skate é uma parada muito fechada, até então a gente nunca precisou de Olimpíada. Vai ser uma experiência nova, ainda mais representando o Brasil. Antes a gente nunca tinha isso, a gente ia pela nossa conta e fazia o corre. Agora a gente tem toda a legião de fãs e levando a bandeira do Brasil que é uma pressão um pouco a mais, mas eu acho legal.”