Daqui a 365 dias Tóquio terá atletas competindo no skate park pela primeira vez na história de uma Olimpíada. Em 4 de agosto de 2021 ocorrerá toda a competição masculina e o primeiro campeão olímpico da modalidade será conhecido. O Brasil é um dos fortes concorrentes para os lugares no pódio possivelmente com Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas dentro do top seis mundial.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, um total de 20 atletas competirão na estreia olímpica do skate park masculino. Uma vaga ficará para o representante do país-sede, três para os medalhistas do último Campeonato Mundial antes da realização da Olimpíada (ainda não tem local e data definidos). As outras 16 irão para os melhores colocados no ranking olímpico, respeitando alguns critérios.
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Segundo o regulamento, nenhum país pode ter mais do que três representantes na Olimpíada. Com isso, caso haja mais de um atleta dentro do ranking mundial, apenas os três melhores classificados ficam com as vagas.
“A meta da CBSk é classificar o número máximo de 12 skatistas para Tóquio. É com esse objetivo que trabalhamos as duas modalidades, Park e Street, masculino e feminino. Temos certeza que todos os skatistas brasileiros que estiverem em Tóquio chegam em condições de brigar por medalha. Tanto pelo talento dos nossos skatistas quanto pela estrutura que temos buscado oferecer com a presença de uma comissão técnica”, comentou Eduardo Musa, presidente da CBSk.
Também existe a necessidade de todos os continentes estarem representados nos Jogos Olímpicos em Tóquio. Se algum deles não estiver através do ranking olímpico, a última vaga para o Japão passa a ser do melhor atleta do continente na classificação, independente da posição.
Por conta da pandemia do coronavírus, o ranking olímpico do skate park teve que ser estendido até o dia 29 de junho de 2021. Para classificação dos atletas serão levados em consideração os dois melhores resultados do skatista em 2019 e os quatro melhores em 2020/2021, sempre nas competições com a chancela da World Skate (Federação Internacional de Skate).
” O adiamento das Olimpíadas fez com que todo nosso planejamento precisasse ser revisto. Em um primeiro momento, nossa maior preocupação era a saúde dos atletas para além do esporte. Hoje, estamos em uma fase de preparação para a retomada da prática do skate. Temos 22 atletas na Seleção Brasileira, somando Park e Street, masculino e feminino. Então, a comissão técnica montou 22 planejamentos diferentes, levando em conta as particularidades de cada um dentro do contexto que ainda enfrentamos por conta da Covid-19″, disse o presidente.
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Como foi o ciclo brasileiro
Desde de 3 de agosto de 2016, algumas coisas mudaram no skate. Após o anúncio pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) de que a modalidade faria parte do programa olímpico, passou-se a conviver com a apreensão de como se daria a corrida pela vaga na Olimpíada. Um dos nomes mais conhecidos, Pedro Barros largou bem na busca pela vaga no Japão.
No Vans Park Series World Championships de 2017, o skatista brasileiro terminou na segunda colocação. Já no Mundial de 2018, foi ainda melhor. Na competição disputada na China, o atleta conseguiu o título com 86,71 pontos de nota da final.
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A partir de 2019, os Mundiais passaram a valer pontos para o atual ranking olímpico, e na edição realizada em São Paulo, Pedro Barros não foi tão bem. Apesar de competir em casa, o skatista terminou na sexta colocação. E mesmo com a conquista de uma etapa do Dew Tour Long Beach, que é um torneio com menor pontuação no ranking olímpico, acabou caindo um pouco no disputa pela vaga nos Jogos de Tóquio, ocupando atualmente a quarta posição geral.
Luizinho e Quintas
Luiz Francisco, de 20 anos, e Pedro Quintas, de 18, vêm crescendo na modalidade. A dupla ocupa atualmente a segunda e a sexta posições, respectivamente, no ranking olímpico. Desta forma, estariam disputando a Olimpíada de Tóquio se não houvesse o adiamento por conta do coronavírus.
Luiz Francisco vem conquistando resultados importantes desde o começo de 2019. No ISO (International Skateboard Open) 2019, disputado em Nanjing na China, foi o segundo colocado. O mesmo aconteceu no Mundial de Skate Park, em São Paulo. Impulsionado pelos dois resultados, subiu no ranking olímpico e hoje é o melhor brasileiro no skate park no mundo.
“Isso foi consequência de muito trabalho e o que me motiva mesmo é todo apoio que recebo dentro e fora do skate, ajudar minha família e tudo mais. Se for confirmada a classificação vou buscar sim uma medalha, dar o melhor em todo o momento para trazer a primeira para o skate brasileiro”, comentou Luiz Francisco.
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Pedro Quintas vem de retrospecto semelhante. Com o terceiro lugar conquistado no Mundial de skate park de 2019, na capital paulista, o atleta se colocou dentro do top seis do ranking olímpico, abriu vantagem para os demais brasileiros na corrida para os Jogos e, atualmente, é o terceiro atleta do país na modalidade com vaga garantida em Tóquio.
“A expectativa é sempre a melhor, me manter cada vez melhor no ranking e trazer uma medalha para casa. Sempre mantendo o físico, alimentação e treinos regrados. Eu vou pensando em vencer. Me empenho muito para isso, me manter bem nos eventos classificatórios para garantir a vaga e chegar bem nas Olimpíadas.”, comentou Pedro Quintas.
Na corrida pelo ouro
Entretanto, se o Brasil tem metade dos atletas do top seis mundial no momento, existe outro país que está muito bem colocado na corrida pela medalha de ouro. Levando em consideração a última atualização do ranking olímpico, os Estados Unidos possuem nove dos 20 melhores atletas da modalidade, incluindo o líder.
O melhor skatista do mundo no estilo é o americano Heimana Reynolds. Aos 22 anos, o atleta é o atual campeão mundial e do ISO 2019. Além disso, no mundial de 2018, vencido por Pedro Barros, Heimana ficou com a prata. Com os resultados do último ano, o representante dos Estados Unidos lidera o ranking olímpico com boa vantagem.
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Em terceiro aparece outro americano, Cory Juneau. No último ano, o skatista venceu a etapa do STU (Skate Total Urbe) no Rio de Janeiro e foi segundo no Dew Tour Long Beach e, apesar das competições terem pontuações menores do que o Mundial, fizeram com que Cory se mantivesse no top três do ranking.
Com isso, parece que a disputa do pódio olímpico será entre Brasil e Estados Unidos, mas um australiano quer mudar isso. Aos 17 anos, Keegan Palmer vem colecionando bons resultados desde 2019. Além de ter vencido o campeonato nacional de seu pais, o atleta do skate park ficou em terceiro em uma etapa do Dew Tour Long Beach e foi quarto colocado no último mundial, em São Paulo. Com isso, o jovem skatista é o quinto colocado no ranking olímpico da modalidade e espera atrapalhar a disputa entre brasileiros e americanos.