Rayssa Leal está apenas na fase de transição de criança para adolescente, mas, mesmo tão nova, com 12 anos, já tem um currículo vitorioso no skate brasileiro e internacional. A skatista ocupa a segunda posição no ranking da World Skate, colocação que lhe garante a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021 por conta da pandemia de coronavírus.
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Em entrevista concedida em uma live no instagram da Confederação Brasileira de Skate (CBSK), a atleta contou que conheceu o skate por intermédio de um amigo e que ele também lhe apresentou outras coisas, como o patins. Rayssa revelou que no começo não gostava de seu apelido e lamentou o adiamento da Olimpíada de Tóquio.
“Sou a fadinha, mas antes não gostava e achava chato todo mundo me chamando assim. Agora não tem problema”, disse, para na sequência comentar sobre o adiamento da Olimpíada.
“Foi um pouco chato ter recebido a notícia [do adiamento], mas já sabíamos que isso aconteceria por causa do coronavírus. Acabei ficando triste por não poder treinar e ter que ficar em casa nesse período. Isso me pegou de surpresa”, completou a skatista, que ainda disputa uma vaga para a Olimpíada de Tóquio.
Resultados esportivos aliado aos estudos
Em 2019, Rayssa proporcionou um momento histórico para o skate brasileiro. Na época com 11 anos, a garota nascida no Maranhão ganhou pela primeira vez uma etapa do SLS (Mundial de Skate Street), em Los Angeles, se tornando a atleta mais jovem a conseguir essa façanha. A skatista tem que lidar com a dedicação ao esporte em alto rendimento e, ao mesmo tempo, se empenhar nos estudos.
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“Quero terminar meus estudos, pois considero algo essencial e estou conseguindo conciliar. Meus pais são fundamentais na minha vida e meus heróis. Eles sempre brigaram por mim para que eu pudesse fazer o que gosto. Hoje todo mundo apoia, mas antes tinha gente da família que não gostava”, contou a garota.
A skatista tem preenchido seu tempo na quarentena jogando videogame, em especial, jogos de ação, e tem feito também tarefas da escola. Bastante obstinada, Rayssa deixa uma mensagem para quem deseja andar de skate. “Uma coisa que sempre digo é para que nunca desistam de seus sonhos. Mesmo que ninguém coloque fé que você vá conseguir. Digo que somente se não tentar é que não vai conseguir”, disse.
Horas de treino para aprender novas manobras
Pequena na altura, gigante na pista
Ainda pequena em idade e altura, Rayssa parece uma gigante na pista com várias manobras de alto grau de dificuldade. E para conseguir colocar em prática alguns movimentos radicais precisou treinar bastante. “Já cheguei a demorar de 6 a 8 horas tentando fazer uma manobra nova. Não conseguia nem pensar em parar. Ficaria triste se não acertasse. Dei meu melhor e continuo para não demorar tanto na próxima vez”, contou a skatista.
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Rayssa está com saudades de competir, no entanto, sabe da importância da quarentena por consequência do coronavírus. “Fiquem em casa. Isso é bastante importante, pois é uma maneira de se prevenir para não pegar o coronavirus. Se ficarmos em casa logo isso tudo vai passar e estaremos andando de skate e se divertindo”, concluiu a atleta.
Depois de um 2019 vitorioso, Rayssa foi indicada ao Laureus em 2020. A skatista da seleção brasileira competiu na categoria Atleta de Ação do Ano, porém, o prêmio ficou com a snowboarder Chloe Kim, atleta dos Estados Unidos, mas a atleta brasileira segue bem posicionada pensando em Tóquio.
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No ano passado, a competidora subiu ao pódio nas etapas de Londres, Inglaterra, e Los Angeles, Estados Unidos, com as medalhas bronze e ouro, respectivamente. Ela ainda se tornou campeã brasileira ao ganhar duas etapas e ficar com o segundo lugar no terceiro e último evento do circuito nacional de Street.