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Entre ouros e a escola, Rayssa Leal almeja medalha em Tóquio

Na semifinal do Mundial de Skate Street, Rayssa Leal, a “Fadinha”, se divide entre as provas e conquistas e sonha com pódio no Japão

Júlio Detefon

11 anos, 1,37m e 29kg. Com jeito, cara e fala de criança, Rayssa Leal é uma das grandes esperanças de medalha do Brasil em Tóquio 2020. Atualmente, a brasileira ocupa a segunda posição do ranking mundial de skate street e caminha a passos largos para representar o país na próxima edição dos Jogos Olímpicos.

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Mesmo mundialmente conhecida, Rayssa não pode fugir das responsabilidades de uma criança da sua idade. Cursando o sexto ano do ensino fundamental, a atleta e sua família sabem da importância dos estudos. Sendo assim, mesmo viajando para competir, a skatista não deixa de estudar.

“A escola sabe de todas as viagens e, por isso, adianta a matéria comigo ou me manda as coisas pelo celular. Como eu viajo com todos os livros, sigo fazendo os exercícios. Hoje, eu sei que quando sair daqui, eu tenho dever de casa me esperando e, segunda, eu tenho prova de português e matemática”, comentou.

Competindo ao redor do mundo com o Skate Street, Rayssa também tem as suas preferências na escola. “Eu gosto mais de Geografia e não sou tão fã de matemática. Tem umas equações de segundo grau que eu não consigo fazer. Eu não sei fazer direito ainda. Preciso aprender para a prova”, confidenciou a atleta.

Oficialmente morando em Imperatriz, no Maranhão, Rayssa Leal vive rodando o mundo. Nesta semana, a atleta está em São Paulo para a disputa do Mundial de Skate Street. Como é a segunda colocada do ranking mundial da modalidade, a brasileira entra direto na semifinal, que acontece neste sábado (21), a partir das 14h (horário de Brasília).

“Estar aqui no Brasil e competindo entre os melhores é muito bom. Sei que a torcida vai vir. Algumas pessoas estão me mandando mensagem falando que irão vir para me assistir e, com certeza, a força da torcida vai nos ajudar a realizar todas as manobras”, disse Rayssa, que pela idade ainda tem a conta do Instagram monitorada pela mãe.

Atuando no Brasil, incentivada pela torcida e sabendo da expectativa sobre ela, a “Fadinha”, como era chamada e ficou conhecida, não esconde o que quer no Mundial de Skate Street. “Quero colocar o Brasil no lugar mais alto do pódio e sei que eu posso. Tem eu, a Pamela Rosa, a Letícia Bufoni, outras meninas boas…  Mas eu gosto, tenho gostado, muito de dourado. Pintei as unhas de dourado e gosto de estar com a medalha de ouro”, falou a skatista.

Atrás somente da compatriota Pamela Rosa no ranking mundial, Rayssa Leal sabe da responsabilidade que tem na maior competição do ano do skate street. Além de valer pontos para sua classificação na temporada, o torneio na capital paulista também vale para a corrida olímpica do skate e ela não esconde a ansiedade de estar em Tóquio.

“Eu nunca fui ao Japão e espero ir ano que vem. Sempre tive o sonho do skate ser esporte olímpico. Lembro de assistir a última edição, em 2016, e ficar feliz com a conquista da Rafaela Silva no judô, que mostrou para toda a galera que a gente é forte aqui no Brasil”, relembrou a atleta.

Pódio 100% brasileiro?

Hoje, o Brasil ocupa as três primeiras colocações no ranking mundial de skate street com: Pamela Rosa, Rayssa Leal e Letícia Bufoni, respectivamente. Se a corrida olímpica para Tóquio acabasse hoje, as três seriam as representantes do país nos Jogos Olímpicos.

Não só pela posição que ocupam no ranking Mundial dessa temporada, mas com o que vem apresentando nas últimas temporadas, não é absurdo afirmar que as três brasileiras são capazes de brigar por uma medalha olímpica. Para Rayssa, elas podem ainda mais no Japão no próximo ano.

“Eu quero estar lá e elas também. Se acontecer, nós vamos brigar pelas medalhas. Depois que o meu sonho do skate se tornar esporte olímpico se realizou, agora, eu quero uma medalha. Mas já imaginou eu subindo no pódio com a Pamela e a Letícia? Fazendo um pódio todo do Brasil na Olimpíada? Seria muito legal”, projetou e sonhou Rayssa Leal.

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