Uma final à altura do maior mundial de skate da história da América Latina. Na manhã deste domingo, 30/04, os skatistas do Skate Total Urbe Open (STU Open) entraram na pista da Praça Duó, diante de uma arena lotada, para a grande decisão. E o grau de dificuldade das manobras comprovou o altíssimo nível da competição. No Open Feminino, o pódio teve dobradinha brasileira, com Pâmela Rosa em primeiro e Gabriela Mazetto em segundo. A austríaca Julia Bruckler ficou com a terceira colocação. No Masculino, o japonês Yuto Horigome usou toda a pista e com muita ousadia e versatilidade garantiu o título, seguido pelo neozelandês Tommy Finn e pelo amador brasileiro Lucas Alves. Ao longo de todo o torneio, os juízes avaliaram mais de 3.000 manobras dos competidores, entre erros e acertos.
Com muita velocidade e 100% de aproveitamento na bateria, a bicampeã mundial e duas vezes medalha de ouro nos X Games, Pâmela Rosa, embaixadora do Oi STU Open, entrou na decisão determinada a conquistar o título. Usando muito bem toda a pista, a skatista de São José dos Campos levantou a plateia com manobras perfeitas como um frontside smith grind e um backside rockslide no corrimão maior.
“Estou muito feliz. Só tenho a agradecer à organização do evento, que foi fantástico, e a todos que me apoiam. Foi uma experiência incrível competir aqui no Rio, com toda essa torcida e energia. A pista da Praça Duó também ficou maravilhosa e foi muito gostoso andar nela”, comentou Pâmela Rosa, sem esconder que pretende fazer de tudo para estar nos Jogos de Tóquio 2020, quando o skate estará presente pela primeira vez.
Na avaliação dos competidores do Oi STU Open, os juízes usaram como critérios o nível de dificuldade das manobras, a quantidade de aterrissagens corretas (menor número de faltas), além da utilização do maior número de espaços e obstáculos na pista. Na disputa masculina, o embaixador do Oi STU Open Kelvin Hoefler começou bem na bateria, mandando, entre outras manobras, um lindo kickflip backside rockslide. Porém, não conseguiu manter a mesma pegada na sequência e com algumas falhas ficou com a sexta colocação no torneio.
Melhor para o japonês Yuto Horigome, que com muito estilo obteve 83.83 como nota final, levando o título. O neozelandês Tommy Finn também se destacou pelo grau de dificuldade das manobras e, com 80.83, ficou em segundo. Mas a história mais incrível na competição foi, sem dúvida, a de Lucas Alves. O curitibano iniciou a disputa ainda no Round 1, composto apenas por amadores, e com uma trajetória sensacional chegou ao terceiro lugar no pódio. “Cheguei a ficar em primeiro na bateria, mas acabei errando três manobras na parte final e perdi pontos. Estou muito feliz. Quase não tenho palavras para descrever. É uma conquista muito importante para a minha carreira”, declarou o skatista, que espera se profissionalizar nos próximos anos com foco nos jogos olímpicos.
Ao todo, as finais do Oi STU Open contaram com a presença de representantes de oito países e quatro continentes: Brasil (seis), França (quatro), Argentina, Estados Unidos, Holanda, Áustria, Japão e Nova Zelândia.
Entenda como funcionou o Oi STU Open
As disputas em todo o torneio aconteceram em formato de Jam Session Ordenada, onde os competidores se alternam na pista em ordem pré-determinada. Cada competidor pode tentar uma manobra por vez e, acertando ou errando, deve esperar todos os outros competidores tentarem suas manobras para poder tentar sua segunda manobra e assim por diante. A classificação final é determinada de acordo com a pontuação obtida pelo atleta no somatório geral das baterias de cada round.
No Open Masculino, 176 skatistas competiram, sendo 104 profissionais (78 brasileiros e 26 estrangeiros) e 72 amadores (54 brasileiros e 18 estrangeiros). No feminino, foram 28 as competidoras inscritas, sendo 19 do Brasil e nove de fora. Além disso, o Comitê Técnico Organizador (CTO) ofereceu 20 Wild Cards: 16 para o Open Masculino e quatro para o Feminino.
As etapas do Open Masculino foram organizadas da seguinte forma. O Round 1 classificou 12 amadores para o Round 2. No Round 2, os 24 classificados (12 do Round 1 + 12 pré-classificados nas seletivas estaduais) se enfrentaram por oito vagas na fase seguinte. No Round 3, os oito amadores classificados no Round 2 se juntaram aos competidores profissionais (brasileiros e estrangeiros) previamente inscritos. Classificaram-se os 30 melhores resultados para o Round 4.
No Round 4, os 30 classificados se juntaram aos 10 profissionais convidados pré-classificados em busca de 16 vagas. Já no Round 5, os 16 mais bem colocados no Round 4 se uniram aos outros 16 profissionais convidados pelo Comitê Organizador (Silver e Gold Wild Cards). Destes 32 competidores, 16 passaram à semifinal, e, em seguida, oito avançaram à final. No Open Feminino, 32 skatistas disputaram o Qualifying, com as oito melhores seguindo para a decisão.
A competição teve a maior premiação já vista em um campeonato de skate na América Latina, num total de R$ 400 mil. O torneio é chancelado pela International Skateboard Federation (ISF), a World Cup Skateboarding (WCS), a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) e a Federação de Skateboard do Estado do Rio de Janeiro (Faserj), e soma pontos para o ranking da WCS. Vale lembrar que o skate será esporte olímpico a partir de Tóquio 2020, e o street uma das duas modalidades presentes nos Jogos.
Classificação Final Open Masculino
Yuto Horigome (JAP) – 83.83
Tommy Fynn (NZ) – 80.33
Lucas Alves (BRA) – 78.33
Joseph Garbaccio (FRA) – 74.67
Vincent Milou (FRA) – 74.33
Kelvin Hoefler (BRA) – 73.67
Carlos Ribeiro “Dudu” (BRA) – 71.00
Classificação Final Open Feminino
Pâmela Rosa (BRA) – 84.83
Gabriela Mazetto (BRA) – 80.33
Julia Brueckler (AUS) – 80.33
Mariah Duran (USA) – 70.33
Candy Jacobs (HOL) – 68.50
Charlotte Hym Paris (FRA) – 62.83
Helene Gerard (FRA) – 58.17
Vitória da Silva (BRA) – 50.00
Premiação*
Open Masculino (192 competidores no total)
1º lugar – R$ 66 mil
2º lugar – R$ 48 mil
3º lugar – R$ 36 mil
Open Feminino (32 competidoras no total)
1º lugar – R$ 20.700
2º lugar – R$ 16.200
3º lugar – R$ 13.500