Dezenas de jogadores internacionais de handebol iniciaram, nesta quarta-feira, uma campanha sobre o alto número de jogos em um curto intervalo de tempo nas competições continentais e internacionais. Com uma ação nas redes sociais, grande parte dos principais nomes do handebol na atualidade alertaram sobre as consequências do atual calendário na integridade física dos atletas.
A campanha, intitulada #DontPlayThePlayers (não brinque com os jogadores, em tradução livre), é encabeçada pela Associação dos Jogadores Profissionais de Handebol (AJPH) e pelo Sindicato dos Jogadores de Handebol da Europa (EPHU).
No vídeo de divulgação da campanha, aparecem nomes como Uwe Gensheimer, Isabelle Gulldén, Vincent Gérard, Stine Bredal Oftedal, Nikola Karabatic, Cristina Neagu, Nora Mork, Mikkel Hansen, Niclas Ekberg, Magnus Rod entre outros.
“Decisões são tomadas sem as necessárias considerações sobre a carga de trabalho dos jogadores e o impacto disso na integridade física e mental dos jogadores”, dizem os atletas no vídeo. “Com diversos dias de descanso nós asseguramos que os jogadores fiquem fisicamente preparados e, portanto, poderão fazer o seu máximo em quadra”.
Jogadores brasileiros que atuam na Europa – como Thiagus Petrus, Felipe Borges, Duda Amorim e César Bombom – também compartilharam o vídeo nas redes sociais.
Listen to the players and unite in the battle against physical erosion. #DontPlayThePlayers @ihf_info @EHF pic.twitter.com/Rxdy6q2W4M
— EHPU-handball (@EHPU_handball) April 3, 2019
Dez jogos em 17 dias no último Mundial
Entre as ações da campanha, serão enviadas, aos presidentes da Federação Internacional de Handebol (IHF) e Federação Europeia de Handebol (EHF), cartas com estatísticas sobre lesões nas últimas competições internacionais.
“Os objetivos desta campanha são claros”, disse Bastien Lamon, presidente da AJPH. “Queremos integrar mais dias de descanso entre as partidas das competições internacionais. Está fora de questão repetir uma competição em que jogos de tamanho desafio estão ligados sem um único dia de descanso entre eles”.
Em uma estatística citada, está o fato de que a seleção francesa, por exemplo, jogou 10 partidas em um intervalo de 17 dias no último Campeonato Mundial, além de ter realizado três viagens em dias de descanso.
Lamon também expressou o desejo dos jogadores em participarem, com voz ativa, nas tomadas de decisões da IHF.