A mascote de edição faz parte de uma tradição dos Jogos Olímpicos, que demorou a começar. De Atenas-1896 à Cidade do México-1968 não havia esse costume. A estreia foi com o cachorro Waldi em Munique-1972. De lá para cá, todas as sedes escolheram o seu símbolo, cada um deles com suas características e sua história. Vamos conhecer a seguir cada um deles:
Munique-1972: Waldi
O cachorrinho Waldi, da raça dachshund, popularmente conhecido como “salsicha” no Brasil, foi o pioneiro entre as mascotes dos Jogos Olímpicos. Escolhido para representar Munique-1972 porque este tipo de cães possui características importantes para os atletas como resistência, tenacidade e agilidade. Criado por Otl Aicher, um dos mais importantes designers alemães do século XX, o cãozinho foi um sucesso comercial. Mais de 2 milhões de Waldis foram vendidos em 20 países espalhados pelo mundo.
Montreal-1976: Amik
A mascote dos Jogos Olímpicos de Montreal-1976 foi um castor chamado Amik. A escolha pelo animal, nativo do Canadá, aconteceu também por ter características importantes para um atleta: paciência e trabalho duro por conta do esforço que faz para construir as barragens onde vive. O nome pelo qual foi batizado significa castor na língua algonquin, a mais difundida entre os índios do país.
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Moscou-1980: Misha
O urso Misha pode ser considerado a maior “celebridade” entre todas as mascotes da história dos Jogos Olímpicos. A imagem das lágrimas caindo de seu rosto na cerimônia de encerramento de Moscou-1980 emocionou o mundo. O ursinho foi um verdadeiro sucesso comercial, virou desenho animado na TV e teve sua imagem estampada em diversos tipos de produtos. O criador foi Victor Chizhikov, um ilustrador de livros infantis, que ganhou um concurso contra mais de 60 concorrentes.
Los Angeles-1984: Sam
A mascote inicialmente aprovada para representar os Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 era um urso, animal presente na bandeira da Califórnia, estado onde fica a cidade-sede. Mas o sucesso feito por Misha em 1980 fez com que os organizadores decidissem trocar de animal. Os estúdios Disney foram contratados e a águia, ave nacional americana, foi a escolhida. O nome Sam tinha conotação política também, já que remetia ao Tio Sam, famoso personagem dos cartazes de recrutamento do exército do país. Bob Moore, um dos principais desenhistas do Pato Donald, foi quem idealizou a mascote, que fez sucesso, mas, nem de longe, chegou aos pés do prestígio de Misha.
Seul-1988: Hodori
O tigre Hodori passou por uma verdadeira maratona até ser escolhido como a mascote dos Jogos Olímpicos de Seul-1988. O Comitê Organizador ofereceu um prêmio em dinheiro para quem tivesse o desenho escolhido e, por conta disso, recebeu mais de 4 mil inscrições. Depois dessa fase inicial, 14 artistas foram selecionados para a final e o design escolhido foi de um tigre que usava um chapéu típico de músicos populares sul-coreanos com uma fita em forma da letra S de Seul. O tigre faz parte do foclore do país por representar vigor e espírito de luta. O nome foi escolhido entre mais de 6 mil opções, uma mistura de horangi, que significa tigre, e dori, diminutivo de garoto.
Barcelona-1992: Cobi
20 anos depois do Waldi, um cachorrinho voltou a ser a mascote dos Jogos Olímpicos. Em Barcelona-1992, o escolhido foi CoBi, cãozinho de design moderno, e nome simples: uma forma reduzida de Comitê Organizador de Barcelona e fácil de ser pronunciado em qualquer língua. O idealizador de CoBi foi Javier Mariscal, cujo desenho honrou a tradição da cidade de Gaudí, com visual moderno, sem a intenção de ser fofinho e com traços e cores chapados.
Atlanta-1996: Izzy
Não dá para negar que Izzy, a mascote escolhida para os Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, tinha lá sua simpatia. O difícil era dizer do que se tratava, tanto que o nome dado pelos organizadores é uma abreviação de “Whatizit”, pronúncia informal da perguntat “What’s it?” (O que é isso?). Ela foi selecionada entre propostas feitas por 20 empresas e a vencedora foi a do estúdio DESIGNefx.
Sydney-2000: Olly, Syd e Millie
Pela primeira vez, foram três as mascotes em uma edição de Jogos Olímpicos. Feitas pelo designer Matthew Harton, que venceu um concurso aberto a concorrentes do mundo todo, elas representavam animais nativos australianos. Olly, cujo nome deriva de Olimpíada, é um pássaro kookaburra, Syd, versão reduzida de Sydney, é um ornitorrinco, e Millie, batizada em homenagem ao novo milênio, era um equidna, uma espécie de porco-espinho.
Atenas-2004: Athena e Phevos
As mascotes dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 eram uma homenagem à mitologia gregra, mas não eram lá muito carismáticos. Athena e Phevos foram batizados com os nomes de irmãos do Olimpo. Athena era a deusa da sabedoria e deu o nome à cidade-sede da Olimpíada. Phevos era o outro nome de Apolo, deus da luz e da música. A inspiração do desenho, feito por S. Gogos, foi uma “aitala”, boneca de terracota do século VII encontrada em escavações.
Pequim-2008: Beibei, Jingjing, Huanhuan, Yingying e Nini
Os Jogos Olímpicos de Pequim-2008 tiveram a marca da ostentação e, por vezes, do exagero. A cerimônia de abertura foi a mais cara da história e o revezamento da tocha olímpica foi disparada a mais longa e que teve o maior número de condutores. Tudo isso se refletiu também nas mascotes. Elas nunca foram tantas: cinco ao todo! Beibei, Jingjing, Huanhuan, Yingying e Nini. Juntas, considerando apenas a primeira sílaba de cada nome, elas formam a frase “Pequim lhe dá boas vindas”. Coletivamente, elas eram chamadas de fuwam, que significa “crianças de boa sorte”. Internacionalmente, ficaram conhecidas como friendlies (amistosas).
Londres-2012: Wenlock
Wenlock foi a mascote dos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Segundo a história idealizada pelo escritor infantil Michael Morpurgo, ela representa gota de aço utlizada na construção do Estádio Olímpico. O nome tem a ver com Much Wenlock, local visitado em 1890 pelo Barão de Coubertin, que teria assistido ali uma competição que o inspirou a criada a Olimpíada da Era Moderna. A mascote dos Jogos Paralímpicos era chamado de Mandeville, numa referência a Stoke Mandeville, local que foi o berço do Movimento Paralímpico.
Rio de Janeiro-2016: Vinícius
Vinícius, nome escolhido em homenagem ao músico Vinícius de Moraes, representa a diversidade dos animais do país – tem a agilidade dos felinos, o gingado dos macacos e a leveza das aves. Tem o olfato apurado, capaz de farejar aventuras, e uma audição que ajuda a encontrar as torcidas mais animadas. Além disso, pode esticar seus braços e pernas como quiser: pode estar com a cabeça no Pão de açúcar, com os pés no Maracanã e as mãos no Corcovado – tudo ao mesmo tempo! Morador de uma casa na árvore na Floresta da Tijuca, faz o tipo hiperconectado – compartilha sempre as novidades nas redes sociais. Carioca da gema, é apaixonado por música brasileira e passa o dia inteiro na ativa. Além de praticar todos os esportes Olímpicos, está sempre fazendo surfe, slackline, stand up paddle ou kitesurf.
Tóquio-2020: Miraitowa
A mascote escolhida para representar os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 foi escolhida depois de um concurso que recebeu 2.042 desenhos enviados por moradores japoneses. O vencedor é um robô chamado Miraitowa, nome que junta as palavras “mirai” (futuro) e “towa” (eternidade). Segundo a descrição oficial, ele simboliza “o velho e o novo, ecoando o conceito de inovação pela harmonia”.