Em menos de dois anos após conhecer o vôlei sentado, Luiza Fiorese já foi convocada pela seleção brasileira para a disputa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. Lá, o Brasil conquistou a medalha de bronze, o segundo pódio do país na modalidade na história do evento multiesportivo. Para o Programa Sem Limites, ela relembrou sobre o momento “mágico” da sua curta carreira, mas revelou possibilidade de ter que se aposentar precocemente do esporte.
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Sonho realizado e aposentadoria próxima
“Foi mágico. Eu pude entrar em alguns momentos, fazer um saque, fazer um bloqueio, um ataque. Mas eu sabia que ainda não poderia ser a responsável por essa medalha. Mas eu estava vivendo o sonho da menina de 15 anos, sabe? Aquele sonho que tinha sido destroçado e realmente faltava algo. O que é diferente do que eu estou vivendo hoje. Hoje eu sinto que eu posso fazer a diferença para o meu time. Eu posso entrar, eu posso contribuir mais. Então, hoje tá sendo além de um sonho. Está sendo uma coisa mais palpável, mais real e que eu sei que eu posso ajudar”, contou Luiza sobre a medalha de Tóquio-2020 e sua participação na atual equipe que vai para os Jogos de Paris-2024.
Durante o Sem Limites, Fiorese também explicou sua forte relação com a família, principalmente com seus avós. “A minha base familiar sempre foi muito forte. A calça que eu joguei em Tóquio foi minha avó que fez. Eu vivo para dar orgulho para minha família e ver os meus avós orgulhosos de mim foi um preço impagável. A gente fez uma carreata de corpo de bombeiro na minha cidade e eu fiz questão que eles estivessem lá em cima, sabe?”, relatou.
No entanto, a atleta de vôlei sentado perdeu seus avós durante a pandemia da Covid-19, acontecimento que a fez repensar sobre a vida de esportista e o seu futuro na modalidade. “Perdê-los foi uma coisa que fez mudar um pouco a minha cabeça em relação a vida como um todo. Antes eu tinha muito essa coisa de “quero viver o mundo, quero viver tudo que eu posso viver, quero conquistar tantas coisas”. Eu ainda quero, mas hoje tenho mais vontade de voltar para mais perto da minha família”, contou. “Essa vida do esporte, de quem vive longe, abre mão de muita coisa. E eu não sei se eu tô querendo abrir mão de tanta coisa mais, por isso que esse ciclo de Paris para mim é tão importante”, completou.
Além disso, Luiza Fiorese ainda disse que problemas na sua prótese podem forçá-la a ter que se aposentar precocemente. “Eu também tenho problemas com a minha perna, que pode ser que eu tenha que me aposentar logo depois de Paris, se eu fizer uma outra cirurgia. Ser atleta reduz a vida útil da prótese. E esse era um risco que eu já sabia, só que eu quis correr. Eu só tenho um pedacinho de osso e esse osso já não tá aguentando tanta pancada”, explicou.