Fernando Possenti foi o segundo convidado do Sem Limites, o talk show do Olimpíada Todo Dia. O treinador detalhou o processo de evolução de Maria Fernanda Costa, a Mafê, a nova estrela da natação brasileira. A jovem de 21 anos teve uma ascensão meteórica e baixou 15 segundos em relação à sua melhor marca nos 400m livre, em um intervalo de cerca de 13 meses, desde que passou a ser orientada pelo técnico campeão olímpico.
“Isso é muito, é uma coisa impressionante. Mas para quem a acompanha no dia a dia, era prevísivel. Faltava um olhar voltado para aquilo que ela mais precisava. Ela tinha muito potencial e não era explorado. Quando a gente divide a responsabilidade, consegue deixar o atleta em uma situação em que ele entende que não só é possível, mas também que todo mundo está trabalhando para o melhor dele”, disse Fernando Possenti.
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“Isso trouxe uma noção de profissionalismo para a Maria Fernanda que ela não tinha. E também teve um olhar clínico. Ela tinha esse potencial, mas os treinadores ou outras pessoas que trabalharam com ela não enxergavam. Eu consegui enxergar e extraí dela. E tem outro ponto que vale para qualquer atleta: ela acreditou no processo”, completou o treinador.
Acreditar no processo
Mafê Costa e Fernando Possenti iniciaram a parceria no final de 2022, depois que a atletas procurou o treinador. Ela não possuía resultados expressivos nem mesmo no cenário nacional, mas pouco mais de um ano depois tornou-se uma das melhores nadadoras do mundo. Segundo Possenti, Mafê aceitou o caro preço que teria que pagar para alavancar sua carreira e “acreditou piamente” no processo comandado pelo treinador e a equipe multidisciplinar.
“A história mais divertida da Maria Fernanda é a de Recife, do primeiro Troféu Brasil que a gente nadou junto. E foi a primeira vez também que ela foi campeã da competição, nos 200m borboleta. Eu passei uma estratégia para ela ir sentindo a prova e no final ela ganhou. Ela quebrou o protocolo, nunca tinha ganho uma prova. Em vez de ir para a entrevista ou pro pódio, deu a volta e veio me abraçar. E falou: ‘Nossa, é muito mais fácil! É só fazer o que você falou. Se der errado, a culpa é sua'”, lembrou, aos risos.
O Furacão Mafê
Cerca de 13 meses depois do início da parceria, Mafê impressionou o mundo no Mundial de Esportes Aquáticos, em Doha, no Catar, em fevereiro deste ano. Ela foi finalista dos 200m livre e dos 400m, batendo o recorde sul-americano em ambas as provas. A carioca ficou em quinto lugar nos 200m e em quarto nos 400m, a menos de cinco décimos do pódio, algo que faz com que ela sonhe com uma medalha olímpica em Paris-2024.
“Nunca é fácil brigar por medalha em Jogos Olímpicos, mas vai depender muito da evolução de cada uma das adversárias, incluindo da Maria Fernanda. Medalha sempre é difícil, mas ela tem um ciclo a mais, onde muitas das adversárias já vão ter se aposentado. Para quem apareceu no cenário em junho do ano passado, ela está em um caminho bem promissor para fazer essa final e dar uma emoçãozinha”, projetou Possenti.