Bia Ferreira prepara-se para sua primeira disputa de cinturão profissional, neste sábado, diante da argentina Yanina Del Carmen Lescano, em Liverpool, pelo título da Federação Internacional de Boxe (IBF), mas já tem planos ambiciosos para o futuro. Em entrevista ao Sem Limites, a brasileira disse que projeta se despedir da carreira olímpica com o ouro em Paris-2024 para depois se dedicar a colecionar cinturões. Segundo o técnico Mateus Alves, a Matchroom Boxing, empresa britânica que gerencia a carreira da pugilista, quer fazer da atleta baiana a campeã indiscutível de sua categoria.
“Acredito que em Paris eu vou trazer a mãe de todas, dourada, e acredito que depois vou focar só no profissional mesmo, mas vamos ver o que o mundo vai trazer para mim. Em princípio, o plano é esse. Eu estava colecionando medalhas e agora eu vou colecionar cintos”, acredita Bia Ferreira.
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“A Matchroom Boxing é uma das maiores promotoras de boxe no mundo e a Bia tem sim um projeto de carreira bem desenhado com o manager direto dela, que é o Brian Peters, que é o mesmo da Katie Taylor, que é um dos maiores nomes do boxe feminino mundial. E ele realmente tem planos para ela de unificação de cinturão, unificar em mais de uma entidade e de tentar buscar o que a gente chama que é o campeão indiscutível, que é o campeão que unifica as quatro entidades: Federação Internacional de Boxe (IBF), a Associação Mundial de Boxe (WBA), o Conselho Mundial de Boxe (WBC) e a Organização Mundial de Boxe (WBO)”, acrescenta Mateus Alves.
Fenômeno na mira
Com apenas quatro lutas e quatro vitórias em sua carreira profissional, Bia Ferreira ganhou a oportunidade de disputar seu primeiro cinturão graças ao fato de Katie Taylor ter unificado os quatro cinturões da categoria e depois ter mudado de peso, deixando o título vago. Assim, a brasileira, que era a terceira colocada do ranking, foi desafiando as oponentes até que encontrou a argentina Yanina Del Carmen Lescano, que topou lutar pelo título.
“A Katie Taylor fez uma coisa fenomenal no boxe profissional. Ela conseguiu ser campeã indiscutível na categoria 130 libras, na 135 libras e na 140 libras. Então, ela foi de três categorias a campeã de quatro entidades. Além disso, ela foi campeã da Ring Magazine, que é uma revista super conceituada no mundo do boxe e que tem também um cinturão. Então, ela conseguiu anexar 15 cinturões e, coincidentemente, a Bia trabalha com o mesmo manager da Katie Taylor”, explica Mateus Alves.
Até por conta disso, Bia Ferreira tem Katie Taylor como referência e quer, claro, batê-la. “Já tenho uma meta”, diz a boxeadora, que revela o desejo de um dia desafiar a irlandesa. “Quem sabe? Eu tenho muita vontade. Mas eu tenho bastante coisa para fazer até a gente chegar nessa oportunidade, mas vai ter”, promete a brasileira.
Bia pode superar Katie Taylor no boxe olímpico
Bia Ferreira vai disputar o cinturão da IBF na categoria 135 libras, enquanto Katie Taylor está lutando na 140. Mas não é impossível que as duas se enfrentem nos próximos anos, já que ambas eram da 60 kg quando lutavam no boxe olímpico. “Eu queria ter enfrentado ela já no boxe olímpico, mas, quando eu comecei, ela saiu”.
No boxe olímpico, Katie Taylor foi medalha de ouro em Londres-2012, mas acabou eliminada numa luta contestada nas quartas de final na Rio-2016. Bia Ferreira, entrentanto, só começou a sua carreira em 2017 e não teve a oportunidade de enfrentar a irlandesa. Medalha de prata em Tóquio-2020, a brasileira pode superar boxeadora que hoje é sua referência com o ouro em Paris-2024.