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Seleção Brasileira

Algo está mudando no basquete brasileiro. E para melhor

Modalidade viveu anos de uma crise tremenda, mas tem mostrado claros sinais de recuperação, tanto fora quanto dentro de quadra

O ala/armador Leandrinho, da seleção masculina de basquete, durante a partida contra a França, pelo Torneio de Lyon (Crédito: Divulgação)

Nos últimos anos, ficamos acostumados a ver o basquete brasileiro frequentar o noticiário esportivo da pior forma possível. Graças à uma gestão incompetente do antigo presidente da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), Carlos Nunes, a modalidade entrou em uma espiral de decadência. Até convite para disputar um Mundial masculino (2014, na Espanha) o Brasil precisou pedir, pela incompetência de ter conquistado a vaga dentro de quadra.

O ápice do vexame foi logo após a Olimpíada Rio-2016, quando atolada em dívidas, a entidade acabou suspensa pela Fiba (Federação Internacional de Basquete). Na prática, o basquete brasileiro estava banido de todas as competições internacionais e impedido de receber recursos de patrocínios da própria Fiba ou mesmo do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

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Bem, de lá para cá, Carlos Nunes foi defenestrado, Guy Peixoto venceu a eleição e começou uma batalha para resgatar a credibilidade daquele que já foi o segundo esporte mais popular do Brasil. Tudo mudou da água para o vinho? De forma alguma. A CBB ainda pena para acertar as contas e nem tem um patrocinador master como na última década, por exemplo. Mas aos poucos as coisas vão entrando nos eixos e ouso dizer que os resultados deste equilíbrio administrativo já começam sim a aparecer dentro de quadra.

Neste último final de semana, a seleção brasileira masculina finalizou sua participação em um torneio amistoso na cidade de Lyon (FRA). A competição, preparatória para a Copa do Mundo da China, que começará no final do mês. Como foi dito na frase anterior, era um torneio amistoso. Logo, é necessário ter cuidado em qualquer análise de desempenho, pois as equipes costumam poupar suas estrelas e “escondem” o jogo na cara dura.

Mas é impossível fechar os olhos para o bom basquete mostrado pelo time do croata Alekxandar Petrovic. Rápido na transição, com muito jogo solidário e rodando bastante o grupo em quadra, o Brasil saiu com duas vitórias (Argentina e Montenegro) e uma derrota (França). Um saldo bastante interessante até em razão do enorme desafio que o time irá encarar no Mundial, quando terá um grupo bastante complicado na primeira fase.

Feminino ressurgindo

Um outro dado que reforça este sentimento de que as coisas estão melhorando também veio neste final de semana. A seleção masculina sub-21 venceu de forma invicta o Sul-Americano da categoria. Na final, bateu a Argentina com boa vantagem (80 a 59). Para quem tem memória curta, o Brasil vinha sendo freguês em todas as categorias na base nos últimos anos. É algo a se comemorar, sim.

E para quem já esqueceu, há cerca de dez dias o basquete feminino brasileiro voltou a sentir o gosto de uma conquista internacional. Sob o comando do competente José Neto, a seleção brasileira levou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima mostrando uma qualidade de jogo que há muito não se via. Independentemente da qualidade técnica do torneio, aquela medalha de ouro traz um sinal de esperança para os próximos anos.

Pode ser fogo de palha (tomara que não), mas o basquete brasileiro está seguindo um caminho bem menos turbulento do que viveu nos últimos anos. Vamos aguardar.

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