A burocracia do COI (Comitê Olímpico Internacional) ainda impede que seja confirmada oficialmente ao Brasil o bronze do revezamento 4 x 100 m da Olimpíada de Pequim-2008.
Mas os atletas que fizeram parte da equipe brasileira já sonham com os detalhes do dia em que terão nas mãos a medalha tão aguardada.
Desde que Corte Arbitral do Esporte (CAS) negou em maio o último recurso para a Jamaica, que venceu a prova em Pequim mas teve o resultado anulado pelo doping de Nesta Carter, os brasileiros aguardam ansiosamente a realocação das medalhas.
A equipe jamaicana, liderada por Usain Bolt, venceu o 4 x 100, mas Carter testou positivo no exame antidoping.
Com a desclassificação jamaicana, o ouro será herdado por Trinidad e Tobago, enquanto o Japão levará a prata.
O Brasil, que ficou em quarto lugar, receberá o bronze. A equipe que correu a final foi formada por Vicente Lenilson, Sandro Viana, Bruno Lins e José Carlos Moreira, o Codó.
Embora na página de resultados da IAAF os resultados do 4 x 100 de Pequim-2008 já estejam atualizados, o COI ainda não oficializou a transferência do bronze para a equipe brasileira.
Uma espera que só vem aumentando a ansiedade dos integrantes da equipe.
“O que temos de confirmação foi a retirada da medalha de ouro da equipe jamaicana. No site do COI já consta a eliminação. Agora está no processo de remanejamento do pódio e só nos resta aguardar”, afirmou ao blog Sandro Viana, um dos integrantes do time brasileiro.
E não só a demora incomoda, como até alguns detalhes aparentemente simples. “No site do COI, estão as fotos da Jamaica comemorando uma medalha obtida de forma desonesta. Não há nenhuma foto sequer do Brasil”, disse Viana, magoado.
Pódio em Tóquio
A demora pode ser compensada com a escolha para o local da entrega da medalha. “Existem seis opções para receber a medalha e a tendência é que ocorra durante a Olimpíada de Tóquio, em 2020”, disse o velocista brasileiro.
Para ele, receber a medalha de bronze em um estádio olímpico repararia o sofrimento nos últimos dez anos.
“Nós já estamos no limite. Porque isso mexe demais com o emocional. Converso com todos os outros atletas da equipe e procuro manter-los esperançosos. É difícil conviver com o fato de pensar onde estaríamos se tudo tivesse sido feito da forma correta. Sobrevivemos como dá e rezo por todos, pois se manter de pé é difícil”, explicou Sandro Viana.