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Basquete masculino brasileiro bebe na fonte certa para tentar se reerguer da crise

O croata Aleksandar Petrovic deve assinar com a Seleção Brasileira masculina. Mas a opção (correta) por um treinador de uma das principais escolas do basquete mundial enfraquece os nossos técnicos

O croata Aleksandar Petrovic, em ação na Rio-2016, que deve comandar a Seleção Brasileira masculina (Crédito: AFP)

Ao que tudo indica, um novo estrangeiro será anunciado em breve para comandar a Seleção Brasileira masculina de basquete. De acordo com o site Globoesporte.com, o croata Aleksandar Petrovic treinará a equipe até Tóquio-2020. Seu primeiro desafio, em novembro, seria dirigir o time nas duas primeiras partidas válidas pelas eliminatórias do Mundial da China, em 2019. Os rivais são Chile, fora de casa, dia 27, e Venezuela, no Rio, dia 29. A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) ainda não confirmou a contratação.

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Para quem conhece um pouco da história do basquete mundial, a decisão da gestão Guy Peixoto, que assumiu a CBB em março, é correta. A Croácia é uma das forças da modalidade e no período da Guerra Fria, integrava uma das repúblicas da extinta Iugoslávia, que ao lado dos Estados Unidos e da União Soviética dominou o basquete mundial.

O currículo de Aleksandar Petrovic é bastante respeitável. Muito mais do que o do espanhol Moncho Monsalve, que ainda na gestão de Gerasime Boziks, o Grego, tornou-se o primeiro estrangeiro a dirigir o Brasil. Nem tanto quanto o do argentino Rubén Magnano, campeão olímpico em Atenas-2004, contratado durante o mandato de Carlos Nunes, de tão triste memória para o basquete nacional.

Petrovic levou a Croácia às quartas de final da Olimpíada Rio-2016 e recentemente caiu nas oitavas do Eurobasket, diante da Rússia. Como atleta, foi bronze nos Jogos de Los Angeles-1984 e duas vezes terceiro colocado em Mundiais (1982 e 1986). É irmão do falecido craque Drazen Petrovic, morto em acidente de carro em 1993 e que brilhou no Portland Trail Blazers, da NBA.

A opção de Petrovic pela CBB é acertada, pois o basquete brasileiro, que chegou ao fundo do poço no ano passado, ao ser suspenso por calote financeiro pela Fiba, tem uma oportunidade de ouro para se reerguer. A aposta na nossa nova geração de treinadores, como foi feita com Cesar Guidetti na péssima campanha na última Copa América, falhou sem dó nem piedade. Uma eliminação vexatória na primeira fase, que tirou a equipe inclusive do Pan-Americano de Lima, em 2019. Outro ponto interessante é que, caso o croata aceite a proposta, terá seus salários pagos pela COB (Comitê Olímpico do Brasil).

Mas por que um estrangeiro de novo?

É de se questionar, contudo, o motivo de novamente a opção da CBB por um treinador estrangeiro. Isso sinaliza, a meu ver, dois caminhos: a oportunidade de ter alguém que trabalha em uma das melhores escolas do basquete mundial e sem ter que desembolsar nada; ou então a falta de confiança nos principais nomes que trabalham nas equipes nacionais.

Ao voltar as costas para os técnicos brasileiros, a CBB mostra preocupação em resolver um problema imediato, que é devolver a competitividade para a Seleção masculina com um treinador de alto nível. Contudo, a entidade precisa também valorizar o bom trabalho que vários técnicos realizam nos torneios nacionais, como o NBB. Um pouco de equilíbrio não faria mal a ninguém.

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