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Seleção Brasileira

‘Seleção feminina chegará muito forte para Tóquio-2020’, afirma dirigente do rúgbi

Eliminação da Seleção no circuito mundial de 7s não preocupa dirigentes do rúgbi brasileiro, que planejam o caminho para chegar na próxima Olimpíada

No último final de semana, a Seleção Brasileira feminina de rúgbi disputou a última etapa da Série Mundial de 7s, evento que reúne as principais forças da modalidade. Em Clemont Ferrand (FRA), a equipe ia atrás da última chance de se manter  na competição para a temporada 2017/18, mas ao terminar apenas na 11ª posição, o Brasil perdeu a vaga de equipe fixa no torneio. Participação agora, só com eventuais convites.

Para uma modalidade que ainda busca se consolidar no cenário olímpico do país, perder a oportunidade de intercâmbio com as principais forças do rúgbi, logo no começo do ciclo olímpico para Tóquio-2020, poderia ser encarado como uma tragédia. Não é o que pensa o argentino Agustin Danza, CEO da CBRu (Confederação Brasileira de Rugby).

“Deveremos manter o trabalho de longo prazo, muito intenso e focado em Tóquio-2020. Acredito que o time feminino continuará trazendo resultados inéditos todos os anos, e chegará muito forte para a próxima Olimpíada”, afirmou Danza. Confira a entrevista exclusiva dele ao blog:

Na avaliação da confederação, quais as causas para a seleção brasileira não ter conquistado o objetivo de se manter na Série Mundial de 7s feminino para a próxima temporada?

Nosso time está passando por uma grande renovação. Várias jogadoras importantes que se aposentaram depois dos Jogos do Rio-2016 e outras que vão se aposentar agora. Esta queda na performance estava programada, mas será momentânea.

A mudança no comando técnico da seleção, em relação aos Jogos Olímpicos Rio-2016, teve influência neste resultado?

Não. Pelo contrário, o time tem desenvolvido um estilo de jogo muito mais completo, com ataques mais agressivos e uma defesa mais sólida. Embora não tenhamos ficado com vaga fixa para a próxima edição, foi nossa melhor performance em circuitos, ganhando pela primeira vez da Inglaterra (duas vezes), Rússia e Espanha. Isto é consequência da melhoria do time.

Quais os efeitos negativos que esta eliminação poderá ter em relação ao trabalho da seleção neste ciclo olímpico?

Não acreditamos que terá um efeito negativo, porque já estávamos prontos para este cenário. Explico porque não terá efeito. O fato de agora contar com um ano e meio até o início do circuito em que alvejamos ser permanentes novamente (Dez/2018), nos permitirá realizar um trabalho bem aprofundado de detecção e desenvolvimento de talento nas academias de Alto Rendimento da CBRu. Já temos identificadas várias jogadoras com muita promessa, de entre 15 e 17 anos de idade, nas que trabalharemos intensamente, e pretendemos identificar mais.

Como a confederação pretende manter a seleção feminina em atividade? Apenas com as competições na América do Sul?

Compensaremos o fato de não poder jogar as 6 etapas com várias competições. Por exemplo, classificação para jogar a etapa de Las Vegas; classificação para jogar o torneio internacional de Hong Kong; Convites da World Rugby para jogar mais uma ou duas etapas (Dubai e Londres); Participação dos torneios internacionais: London Invitational e Amsterdam Invitational; treinos internacionais com EUA e Canadá em Chulavista. Isto nos proporcionará 6 ou 7 torneios de alto nível para estar prontos para nossa volta para o circuito em dezembro de 2018.

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O resultado obtido pela seleção terá algum efeito em relação à mudança na comissão técnica ou mesmo no grupo de atletas?

Não, como falamos, este cenário estava planejado desde antes da nova comissão técnica assumir. É muito irreal pedir a um novo técnico, que está assumindo um projeto de 4 anos, que com uma equipe herdada e com jogadoras se aposentando, que ele permaneça na elite mundial onde nunca antes tínhamos chegado. A missão da nova comissão técnica passa por detectar e desenvolver o novo talento para chegar a um pico de performance em Tóquio-2020.

Este calendário mais reduzido é o bastante para dar condições da equipe se classificar para a Olimpíada de Tóquio?

Sim, o calendário mais reduzido coincidirá com um trabalho muito intenso de detecção e desenvolvimento de talento. Os treinadores estarão focados nisto durante os próximos messes, com ajuda do staff do sistema de Alto Rendimento. Voltaremos ao Circuito em dezembro de 2018, o que nos dará dois circuitos completos para maximizar nossa preparação para a Olimpíada.

A confederação já sabe o que precisará fazer para classificar tanto a seleção feminina quanto a masculina para os Jogos de Tóquio?

Sim, no caso do masculino, precisamos esperar à performance da Argentina no circuito mundial, já que a posição no circuito poderá classificá-los para a Olimpíada, abrindo então uma vaga para o segundo melhor da América do Sul, que o Brasil pode pleitear. Já ganhamos do Uruguai e do Chile repetidas vezes. No caso do feminino, precisamos continuar ganhado o torneio sul-americano, que ganhamos faz 12 anos de forma invicta.

Na avaliação da confederação, quais as chances de classificação das duas equipes de forma bem realista? E pelo planejamento, quando a confederação espera conseguir um grande resultado com alguma destas equipes?

No feminino, vejo a classificação com grandes chances. No masculino, se a Argentina for pré-classificada, as chances são boas. Sobre grandes resultados, acredito que a equipe feminina já os está obtendo. Ficamos entre as 10 melhores do Circuito Mundial. Lembrando que o rúgbi é esporte principal de muitos países que não conseguiram entrar no circuito. O fato de ter conseguido essa classificação foi muito importante para nosso caminho de longo prazo. As vitórias sobre a Inglaterra, Espanha e Rússia demonstram que o nosso time tem potencial de desafiar até a quarta do mundo, que é a Rússia.

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