Esta quarta-feira marcará a abertura oficial do Campeonato Mundial de ciclismo pista, que será realizado em Londres até o próximo sábado, no mesmo velódromo em que foram realizadas as provas nos Jogos Olímpicos de 2012. Última competição que contará pontos para o ranking mundial da UCI (União Ciclística Internacional) e que serve para selecionar os classificados da Rio-2016, o Mundial também terá um sabor especial para o ciclismo brasileiro: poderá cravar o retorno de um ciclista do país às Olimpíadas depois de 24 anos.
O feito poderá ser alcançado pelo cearense Gideoni Monteiro, que compete na prova do Omnium, um verdadeiro teste de resistência, pois obriga o atleta a disputar seis provas em apenas dois dias: flying lap, corrida de pontos, eliminação, perseguição individual, scracht e contrarrelógio. O último brasileiro a disputar os Jogos Olímpicos no ciclismo pista foi Fernando Louro, em Barcelona 1992, na prova por pontos.
Monteiro, que foi medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no ano passado, é o único brasileiro que compete nesta prova em competições internacionais. Os pontos acumulados no ranking olímpico da UCI desde 2014 deixam o brasileiro na 16ª posição. Apenas 18 ciclistas estarão classificados para a Olimpíada do Rio.
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Enquanto aguarda o início de sua prova – o Omnium começará na próxima sexta-feira (4) -, Monteiro tenta controlar a ansiedade. “Eu sempre digo que meu maior desafio é comigo mesmo. Tento me superar a cada competição. Ficar entre os dez primeiros seria importante. Nas Copas do Mundo, fui melhor nas provas do primeiro dia do que nas provas do segundo. Isso me prejudicou. No Mundial, quero ter um desempenho mais linear. Me preparei pra isso”, disse o ciclista brasileiro, que disputava o ciclismo estrada até começar a se dedicar ao Omnium a partir do final da temporada de 2013.
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Mesmo sendo país-sede da próxima Olimpíada, o Brasil não tem nenhuma vaga assegurada no ciclismo pista, o que só aumenta a responsabilidade da equipe brasileira, que em Londres estará representada, além de Gideoni Monteiro, por Flavio Cipriano, Kacio Fonseca e Hugo Osteti. Entretanto, a grande esperança de classificação está com o goiano, que já se prepara para encarar uma competição muito dura. “No Mundial, vou medir forças com boa parte dos ciclistas que estarão nos Jogos Olímpicos. Já competimos juntos nas etapas da Copa do Mundo, mas agora é natural que a motivação de cada um seja maior. Até porque, vão estar em jogo as últimas vagas para as Olimpíadas”