Roberto Alcalde (S6) é um dos atletas da natação brasileira que chegou em Santiago com a missão de defender o título de uma prova. No caso do gaúcho de 31, os 100m peito vinham sendo conquistados desde os Jogos Parapan-Americanos de Toronto-2015. Na capital chilena, garantiu a medalha de ouro pela terceira edição consecutiva.
“Eu sou meio ruim de matemática, mas são 12 anos ganhando essa prova?”, brincou Roberto Alcalde. Anteriormente, o nadador gaúcho já havia conquistado os 100m peito nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto-2015 e Lima-2019. Além disso, em 2013, se sagrou campeão da mesma prova no Campeonato Mundial. Contudo, o caminho até o tricampeonato não foi fácil.
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“Doze anos com o título. Fiquei muito feliz. Foi um ano movimentado. Fiquei fora do Mundial, pois quebrei minha perna antes e nadei a seletiva com ela ainda calcificando. Muitos recomeços”, explicou o nadador.
Trabalhando a mente
Nos 100m peito, Roberto Alcalde conquistou sua primeira, e única, medalha individual nos Jogos Parapan-americanos de Santiago-2023. Além disso, vale destacar que foi sua última prova no evento. Anteriormente, ele já havia vencido nos 4x50m medley misto 20 pontos.
“Perde, aí reseta a cabeça, vai para o próximo. Foram vários momentos assim. Tentando pegar o índice do Parapan, tive mais uma lesão. Recuperei, descansei, fiz tudo certinho e aí voltei para o principal. Não adianta só vim, tem que vir para brigar com os caras. E a responsabilidade sempre cresce, chegando aqui sabendo que tinha que ganhar”, destacou.
A lesão que Roberto se refere aconteceu em seu ombro. Como resultado, o nadador natural de Bagé teve que ficar fora das piscinas por cerca de um mês. “Para isso, tinha que esquecer tudo que aconteceu no ano, esquecer todos os momentos ruins, esquecer todas as dúvidas, todas as vezes que cheguei no quase e não consegui”, completou falando sobre a vitória em Santiago.
Sem plano B
Quando perguntado sobre uma palavra para definir o ano de 2023, Roberto Alcalde falou sobre persistência. Mais precisamente, a teimosia o carregou durante todas as reviravoltas da temporada. Além disso, o entendimento sobre o esporte também pode ter lhe ajudado a superar os momentos complicados.
“A mesma palavra de sempre minha: teimosia. Não ter plano B, desistir não é uma opção. Tem que fazer dar certo, mesmo quando gosto ou não do que faço. Quando está tudo dando bem, tudo dando certo ou tudo dando errado. É insistir, insistir e insistir”, disse Roberto.
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“O esporte, na verdade, é um grande quebra cabeça e a gente precisa saber como montar as peças. Às vezes não vemos tudo direitinho, não faz sentido nenhum, mas a gente vai encontrando peça por peça, vai montando e, quando vê, você está em uma sequência”, finalizou.