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Atletas vivem expectativas diferentes pelo Parapan

Experiente e tetracampeão, Ricardinho está ansioso pelo retorno após lesão; já novatos, querem vivenciar o ambiente da Vila

Foto fechada no rosto de Ricardinho, que usa venda branca tapando os olhos e colete amarelo de treino (Foto: Renan Cacioli/CBDV)
(Foto: Renan Cacioli/CBDV)

Falta pouco! A uma semana da cerimônia de abertura do Parapan de Santiago-2023, que acontecerá na próxima sexta-feira (17), os 37 atletas que defenderão o Brasil no futebol de cegos, goalball e judô paralímpico, modalidades geridas pela CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais), vivem expectativas diferentes pelo início do evento.
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O ala Ricardinho disputará a competição pela quinta vez e conquistou todas as edições já realizadas com o futebol de cegos inserido (Rio-2007, Guadalajara-2011, Toronto-2015 e Lima-2019). Em tese, seria “apenas” mais uma participação. Mas, no caso dele, a bola de guizo rolará com uma sensação especial: a do retorno às quadras. Isto porque o camisa 10 passou os últimos meses se recuperando de uma grave lesão sofrida na final do Regional Sul-Sudeste, no dia 13 de maio, quando rompeu o ligamento cruzado posterior do joelho direito. A infelicidade tirou o jogador de duas importantes competições disputadas pela seleção brasileira no ano: o Grand Prix da IBSA, vencido pelos brasileiros no fim daquele mês, e a Copa do Mundo, em agosto, quando o país ficou com o bronze.

“Estou muito feliz porque já consigo fazer 100% das atividades com a equipe, mesmo com uma carga de treinos bem forte. E acredito que eu possa dar minha colaboração. Fisicamente, por incrível que pareça, estou tendo rendimento bons apesar dos seis meses fora de atuação. Passa muito pelo meu comprometimento, me cuidei muito em relação a recuperação, treinamento e alimentação. E vamos tentar trazer mais uma medalha de ouro para o Brasil”, falou o atleta de 34 anos.

Expectativas dos novatos

Já alguns novatos pensam no que terão de executar dentro de suas respectivas modalidades, mas também no que envolve um evento deste porte fora das áreas de competição. Para 12 dos 37 atletas da CBDV convocados, o Parapan será uma experiência inédita. São os casos do ala Paulo Saturnino, o Paulinho, da seleção masculina de goalball, e da judoca Rosi Andrade, atual líder do ranking na categoria até 48 kg da classe J1 (cegos totais).

“Vou ter a sensação de estar na Vila Parapan-Americana. É um evento muito maior do que o Mundial, então, estou ansioso para chegar, conhecer, ver como funciona. Vou buscar o tetra com os meninos, que foram campeões de 2011 a 2019, e eu vou buscar meu primeiro título”, disse Paulinho, de 25 anos.

“Estou bastante ansiosa, mas aquela ansiedade boa em estar participando de uma competição tão grande e tão importante. É mais um passo enorme na minha carreira. Vou dar o máximo de mim, espero que dê tudo certo!”, afirmou Rosi, de 26 anos.

Sobre o Parapan de Santiago-2023

Os Jogos Parapan-Americanos de Santiago começam no próximo 17 de novembro e terminam no dia 26. O CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) convocou 324 atletas de 17 modalidades para representar o país. Foram chamados também dez atletas-guia do atletismo, três calheiros da bocha e dois goleiros do futebol de cegos. O Brasil estará presente no atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol PC (Paralisados Cerebrais), futebol de cegos, goalball, judô, halterofilismo, natação, rúgbi em cadeira de rodas, taekwondo, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro com arco e tiro esportivo.

Desde 2007, os atletas brasileiros não conhecem outro resultado que não seja o primeiro lugar no quadro geral de medalhas. Foi assim no Rio-2007, em Guadalajara-2011, Toronto-2015 e Lima-2019. Neste último, o Brasil entrou para história com recorde de conquistas. A delegação brasileira chegou à inédita marca de 308 medalhas, sendo 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Nunca nenhum país somou tantas vitórias em uma única edição de Parapan.

*Com informações da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais

Jornalista capixaba formado na PUC-SP e amante dos esportes olímpicos e paralímpicos.

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