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Santiago 2023

Brasil perde para a Argentina e fica com o vice do Pan

Seleção brasileira de handebol faz segundo tempo ruim, fica com o vice do Pan e desperdiça chance da vaga olímpica

Brasil handebol Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023 tabela pré-olímpico handebol masculino
(Foto: Gaspar Nobrega/COB)

Viña del Mar – Não deu para o Brasil. A seleção brasileira de handebol masculino perdeu para a Argentina por 32 a 25, na noite deste sábado (4), e ficou com o vice-campeonato dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Com isso, não obteve vaga olímpica e precisará disputar o Pré-Olímpico Mundial, em março do ano que vem, se quiser ir para Paris-2024.

O Brasil teve uma campanha perfeita até chegar à decisão, com quatro vitórias em quatro jogos, mas não obteve sucesso contra a Argentina. Os hermanos se sobrepuseram sobre e conquistaram a vitória, garantindo o bicampeonato da competição. A seleção verde-amarela passou a maior parte do primeiro tempo em vantagem, mas foi para o intervalo perdendo por 16 a 14. A situação desandou na segunda etapa. O goleiro argentino cresceu e a vantagem no placar se dilatou, terminando com sete gols de diferença.

Este é o terceiro ouro da Argentina no handebol masculino em Jogos Pan-Americanos, o segundo de forma consecutiva. O país se iguala ao Brasil e a Cuba como os maiores vencedores da modalidade. O Brasil, por sua vez, agora acumula três ouros, cinco pratas e dois bronzes, totalizando dez medalhas. Considerando a disputa unificada com o feminino, o handebol brasileiro soma dez ouros, cinco pratas e quatro bronzes em Pans.

Briga pela vaga olímpica

Além de ter perdido o ouro em Santiago-2023, o Brasil desperdiçou a primeira oportunidade que teve de se classificar para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Isto porque somente o campeão continental carimbou o passaporte para a capital francesa. Agora, o Brasil precisará disputar o Pré-Olímpico Mundial, em março do ano que vem, para garantir vaga na Olimpíada.

Vale lembrar que este cenário já aconteceu no ciclo passado, quando o Brasil ficou com o bronze em Lima-2019 e precisou disputar o Pré-Olímpico. Naquela ocasião, o país se classificou para Tóquio-2020 ao vencer Chile e Coreia do Sul e perder para a Noruega. Desde Barcelona-1992, a seleção brasileira de handebol masculino só ficou de fora dos Jogos Olímpicos em Sydney-2000 e de Londres-2012.

Como foi o jogo

O primeiro tempo foi marcado por muitos gols e muita confusão. O começo da partida foi movimentado, com trocas de gols entre as equipes nos primeiros minutos. Em todas as oportunidades, o Brasil esteve a frente do placar, sempre com apenas um gol de vantagem. A partir do décimo minuto, o jogo esquentou. As defesas começaram a ser mais agressivas e os árbitros passaram a ser rígidos nas punições.

Um jogador de cada lado foi expulso: o argentino Diego Simonet e o brasileiro Matheus da Silva. Cada equipe também pôde jogar com dois homens a mais em quadra, mas elas não aproveitaram. A única vez em todo o primeiro tempo em que o Brasil abriu mais de um gol de vantagem foi quando marcou 10 a 8. A Argentina só passou a frente do placar em 14 a 13, a cinco minutos do fim. A equipe ainda conseguiu ampliar a vantagem e foi para o intervalo com 16 a 14.

O segundo tempo

Diferente do primeiro tempo, a segunda etapa foi mais calma. A Argentina voltou melhor do intervalo e conseguiu abrir quatro gols de vantagem rapidamente. A partir daí, cresceu a estrela Juan Manuel Bar, que fechou o gol argentino e impediu que o Brasil encostasse. A diferença no placar permaneceu em quatro gols até o 23 a 19, aos 17 minutos, quando o Brasil ensaiou uma reação. Rangel fez duas boas defesas e impulsionou dois gols de contra-ataque brasileiro, mas parou por aí.

O que caminhava para uma possível remontada foi freada por mais brilhantes defesas de Juan Bar, que seguiu operando milagres debaixo das traves. Enquanto isso, o Brasil se perdeu na defesa e proporcionou gols fáceis à Argentina. Os dez minutos finais foram todos dos hermanos, que contaram com a torcida ao seu lado e, assim, ampliaram o marcador até fechar em 32 a 25.

Paulistano de 23 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri a Universíade de Chengdu, o Pan de Santiago-2023, a Olimpíada de Paris-2024 e a Paralimpíada de Paris-2024.

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