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Santiago 2023

Medalha de bronze em treino de luxo para prova olímpica inédita

Viviane Lyra e Caio Bonfim saem feliz com o pódio conquistado na estreia da maratona marcha atlética com revezamento no Jogos Pan-Americanos, prova que vai estar na Olimpída

Caio Bonfim Viviane Lyra bronze marcha atlética revezamento misto prata ouro medalha pan santiago 2023
(Wagner Carmo/COB)

Santiago – Ao cruzar em terceiro lugar na maratona marcha atlética com revezamento, o Brasil entrou para a história por formar pela primeira vez o pódio da prova em Jogos Pan-Americanos. Caio Bonfim e Viviane Lyra precisaram que quase três horas para completar os 42,195 quilômetros percorridos na Explanada Campo de Marte, em Santiago. Ano que vem, em Paris, será a vez da estreia olímpica e os brasileiros, além de celebrarem a inédita medalha, entenderam a disputa continental como um exemplo de alto nível para o que virá nos Jogos de 2024.

“Fizemos esse treino de luxo nos Jogos Pan-Americanos e trazemos a medalha pra casa. Tô muito feliz, muito orgulhoso de tudo que conseguimos”, afirmou Caio Bonfim, que foi ao pódio também no individual no Pan. “Uma prova que vai estar nos Jogos Olímpicos, em menos de um ano, então é uma coisa bem diferente. A gente nunca tinha vivido isso, experimentar muito perto da Olimpíada. Eu acho que não tem nenhum esporte que está vivendo isso. Talvez foi até um privilégio”, acrescentou. “Bom para aprender, cometer erros, acertar, saber onde dá para melhorar.”

Caio Bonfim Viviane Lyra bronze marcha atlética revezamento misto prata ouro medalha pan santiago 2023 maratona
Viviane fechou a prova (Wagner Carmo/COB)

Paradas e recuperação

A maratona marcha atlética com revezamento começou em Santiago com o masculino largando para cumprir 11,195 quilômetros. Depois o feminino fez mais 10km, os homens voltaram para outros dez e as mulheres fecharam os 11 quilômetros restantes. Um dos pontos decisivos, portanto, são os períodos de parada e retomada. “Criamos uma estratégia de recuperação, junto com a massoterapia e fisioterapia, para recuperar a musculatura. Também a parte da bioquímica que vem acompanhando a gente está ao longo da semana. Conversamos bastante sobre essa hidratação e reposição energética nesse intervalo. Então, fazemos primeiro uma recuperação muscular, se recompõe e volta a aquecer para entrar de novo. Adrenalina pura e entrega”, comenta Viviane Lyra.

Caio Bonfim Viviane Lyra bronze marcha atlética revezamento misto prata ouro medalha pan santiago 2023 maratona
(Wagner Carmo/COB)

Ela acrescentou que “funcionou muito bem. É primeira vez, né, tudo conta como experiência, melhorar para as próximas. Infelizmente, tive pequenos problemas, não me senti muito bem antes e no intervalo. Tive que ir ao banheiro muitas vezes. Não sei se foi a hidratação, o gel, o que tomei, mas deu vontade de ir ao banheiro, de vomitar”, disse após fechar a maratona marcha atlética do pan.

Coroa de bronze

Além da experiência ter sido proveitosa, teve um pódio inédito para Viviane Lyra “A alegria de estar agora no pódio tira esse quarto lugar que eu tenho pela segunda vez”, comentou sobre o resultado da prova individual. “Meu primeiro Pan foi em Lima, fiz os 50 quilômetros e fiquei em quarto. Agora fiz os 20 e também fui quarta, mas uma prova muito forte, fiquei orgulhosa”, disse. “O revezamento, junto do Caio Bonfim, um orgulho imenso. Acho que coroou a minha participação nos Jogos Pan-americanos no final de uma temporada que já foi excelente. Bati o recorde brasileiro dos 35km. Fiz o índice olímpico, finalista de duas provas no Mundial. Agora vou descansar um pouquinho e focar em Paris.”

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Briga por medalha em Paris

Caio Bonfim também estava satisfeito com o resultado na maratona. Lembrou que a dupla brasileira foi a única que disputou integralmente os 20 quilômetros do individual, no domingo (29). “Fizemos um trabalho muito forte. A dupla do Equador, um é campeão mundial e o outro é prata. A campeã do mundo do 35km e do 20km ano passado é a peruana. Brigamos de igual para igual. Estamos entre os melhores da América e sabemos que na Olimpíada os oito primeiros têm chance de medalha. Estamos muito orgulhosos, porque lutamos muito. Fizemos grandes marcas, fomos pra cima. A Vivi foi muito guerreira, teve que ir ao banheiro e mesmo assim ela continuou lutando por essa medalha”.

Após conquistar a quarta medalha em Jogos Pan, o brasileiro acrescentou que a “estratégia foi entregar o nosso melhor, não tinha mais o que tirar. Fizemos o máximo que podíamos, cada um dentro da sua possibilidade. Esquentou bastante, não podia baixar a guarda para não perder nenhuma posição”, disso. “A Viviane aguentou a melhor do mundo por muito tempo. Fizemos uma prova sem nenhuma falta, porque as faltas são conjuntas. Conseguimos fazer uma prova técnica exemplar. Talvez a nossa medalha de ouro foi na parte técnica. Eu estou muito feliz.” Por fim, afirmou que tem de “ter o alto rendimento lá em cima e uma técnica lá em cima. Isso é excelência. Eu acho que a gente conseguiu. Trazer essa medalha inédita para o Brasil é um resultado fantástico.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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