Santiago – Bruna Alexandre marcou seu nome na história do esporte brasileiro nesta quinta-feira (2). A mesa-tenista fez dupla com Giulia Takahashi na estreia do torneio por equipes femininas do Pan de Santiago-2023 e se tornou a primeira atleta paralímpica brasileira a competir nos Jogos Pan-Americanos, que conta com esportistas sem deficiência. Para ela, o feito é a realização de um sonho.
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“É um dia especial para mim, sempre tive o sonho de disputar os Jogos Pan-Americanos. Hoje, eu me vejo como uma atleta olímpica. Para falar a verdade, eu nunca imaginei que teria a oportunidade de jogar uma competição dessas, porque hoje o Brasil tem muito atleta e há muita concorrência. É diferente do paralímpico, que não tem tantos atletas. Toda a equipe está me apoiando e eu fico muito feliz”, falou a atleta, que tem 28 anos de idade.
Bruna perdeu o braço direito com três meses de vida. Por conta de uma vacina BCG mal aplicada, ela teve trombose e o braço precisou ser amputado. A catarinense de Criciúma conheceu o tênis de mesa aos sete anos de idade e hoje é uma das referências nacionais e mundiais da modalidade. Ela participou dos Jogos Paralímpicos Rio-2016 e Tóquio-2020, tendo conquistado duas medalhas em cada uma das edições.
Sonho olímpico
Depois de uma prata no individual da classe 10 e um bronze na disputa por equipes na Paralimpíada de Tóquio, a atleta começou a também se destacar nas disputas olímpicas do tênis de mesa. Ela foi campeã brasileira em 2021 e em 2022 passou a competir na seleção. Ganhou destaque neste ano, quando integrou a equipe feminina campeã do Pan-Americano de tênis de mesa, em setembro, e carimbou o passaporte para Paris-2024.
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“As Olimpíadas são um sonho que eu tenho. Mas quem vai decidir as três meninas vai ser a confederação, que ano que vem que vai sair a convocação. Estou muito feliz, estou conseguindo jogar de igual para igual com as meninas”, falou Bruna, que também quer disputar a Paralimpíada no ano que vem, tornando-se a primeira atleta brasileira a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
“Estar aqui no Pan também me ajuda muito no paralímpico, porque eu tenho o sonho de buscar o ouro paralímpico em Paris-2024, que eu já estou classificada. Fico muito feliz de estar representando todas as pessoas com deficiência, de mostrar que tudo é possível”, completou. Apesar de já ter quatro medalhas paralímpicas, Bruna jamais disputou os Jogos Parapan-Americanos.
Quartas de final
Além de Bruna Alexandre, as irmãs Bruna Takahashi e Giulia integram a equipe brasileira que está disputando os Jogos Pan-Americanos. O time venceu duas partidas nesta quinta-feira, contra a Colômbia (3 a 1) e contra o Chile (3 a 0). Em ambos os confrontos, Bruna Alexandre jogou com Giulia nas duplas e venceu nas duas oportunidades. Assim, a equipe já está classificada para as quartas de final e voltará a jogar na tarde desta sexta-feira.