A ressaca pela derrota na final das duplas na noite anterior, que deixou Hugo Calderano muito abalado, não o atrapalhou a confirmar o favoritismo e garantir a classificação para a decisão da medalha de ouro no torneio individual. O brasileiro jogou em altíssimo nível para superar o mexicano Marcos Madrid por 4 a 1 (11/8, 11/7, 11/8, 9/11 e 11/5). Com o resultado, terá como último obstáculo no caminho do tricampeonato o cubano Andy Pereira, que bateu o canadense Eugene Wang na semifinal.
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“Consegui recuperar muito bem de ontem, claro que tem um pouco de cansaço acumulado, mas estou bem fisicamente e mentalmente. Consegui fazer bastante a diferença no saque e na recepção, joguei muito bem taticamente e consegui explorar alguns pontos importantes. Aqui nas Américas é importante o início dos jogos. Acho que é ali que eu consigo me sobressair um pouco mais no saque e na recepção e nas primeiras bolas com muito efeito e variação de jogo”, analisou Hugo Calderano.
A final será uma espécie de revanche contra Andy Pereira. Já que ele e seu compatriota Jorge Campos impuseram a Hugo Calderano sua única derrota até hoje na história dos Jogos Pan-Americanos. Um resultado negativo dolorido demais para ele, que queria ser campeão ao lado do melhor amigo, Vitor Ishiy.
HUGO DEFENDE HEGEMONIA NAS AMÉRICAS
Apesar de ter perdido na véspera para o cubano em duplas, o brasileiro é praticamente imbatível em disputas individuais nas Américas. Hugo Calderano não perde uma partida de simples contra adversários do continente há sete anos e ganhou 13 dos 14 torneios que disputou.
Ao longo da história, Hugo Calderano venceu 101 dos 103 jogos que fez em torneios das Américas, mas o adversário da final dos Jogos Pan-Americanos só foi enfrentado pelo brasileiro uma vez em torneios do continente. Foi na Copa Latino-Americana, disputada em Havana, em 2015, e a vitória foi por 4 a 1.
Fora das disputas continentais, Hugo Calderano fez apenas mais uma partida contra o cubano. O brasileiro venceu Andy Pereira nos Jogos Olímpicos Rio-2016 por 4 a 0.
“Faz bastante tempo, então é difícil lembrar de muita coisa, mas eu conheço ele há muitos anos. Ele não tem participado de muitas competições internacionais justamente por ser de Cuba porque eles não enviam tanto os atletas para as competições. Mas todo mundo consegue perceber que ele está muito em forma, está muito bem e vai ser uma partida muito difícil”.
Andy Pereira tem 34 anos, sete mais velho que Hugo Calderano. No último confronto entre eles, o brasileiro era um garoto de 20 anos. Hoje, é o quarto colocado do ranking mundial. “Na última vez, na Olimpíada do Rio, eu provavelmente estava ali entre os 50 do mundo. Então, com certeza agora eu tenho mais experiência. Mas, por outro lado, tem também um pouco mais de peso, da responsabilidade de ter ganho tantos títulos, de ter uma meu ranking e as expectativas, mas eu acho que estou acostumado com isso. Não deixo essas coisas me afetarem. Eu pego mais pelo lado positivo”, garante.
Pressão pelo tri?
Campeão de simples dos Jogos Pan-Americanos em Toronto-2015 e em Lima-2019, Hugo Calderano quer muito a conquista do tricampeonato, mas não acredita que exista uma pressão que possa atrapalhar seu desempenho. “Tem um peso, mas é uma coisa natural e uma coisa que só me ajuda. Só vai me deixar mais concentrado e mais focado no meu objetivo, mas nada que acrescente nervosismo, pressão à toa, pressão ruim. Claro que tem uma pressão, mas é uma pressão boa que me faz jogar ainda melhor”.
Campanha
Em Santiago-2023, Hugo Calderano começou sua jornada rumo ao tricampeonato diante do peruano Carlos Fernandez Pardo, derrotado por 11/5, 11/0, 11/5 e 11/5. Nas oitavas de final, superou o canadense Edward Ly por 4 a 1 (11/6, 11/2, 10/12, 11/8 e 11/8).
Nas quartas, atropelou o chileno Gustavo Gómez com uma vitória em sets diretos com parciais de 11/9, 11/7, 11/5 e 11/6. Na semifinal, bateu por 4 a 1 o mexicano Marcos Madrid. Em resumo, Hugo Calderano chega à decisão do ouro com quatro vitórias, 16 sets vencidos e apenas dois perdidos. Que continua assim para o brasileiro subir pela terceira vez seguida no alto do pódio dos Jogos Pan-Americanos.