A torcida brasileira é uma das que está mais fazendo barulho nas arquibancadas dos Jogos Pan-Americanos de 2023. É difícil competir com o “Chi-chi-chi le-le-le viva Chile”, mas o incentivo da torcida brasileira chama a atenção. Dentre eles, estão vários membros do grupo de WhatsApp Notícias OTD, que não só contaram ao Olimpíada Todo Dia como estão sendo suas experiências em Santiago, como se encontraram no Chile.
+ Entre na Comunidade de Whatsapp do OTD
Em comum entre todos está o planejamento antecipado, especialmente de passagens e hospedagem meses antes do início de Santiago-2023. Além disso, houve também a compra de ingressos, que este ano em especial foi muito acirrada, com alguns ingressos esgotando em poucas horas. Carlos Wanderley, de Recife-PE, e integrante do Movimento Verde-Amarelo, disse que começou a se planejar desde que acabou Lima-2019. Foi o mesmo método de Erik Ullysses, de Bom Despacho-MG, e membro dos Chapolins Brasileiros.
Comparação com outros eventos é inevitável
A maioria dos torcedores do grupo já estiveram em outros eventos multi esportivos e a comparação é inevitável. Paulinho Lamena, também de Recife-PE, está em Santiago com credencial de imprensa. Ele comenta que esteve nos Jogos Sul-Americanos de 2014, e esperava que estariam melhor preparados. Comentou que sentiu falta de uma identidade visual nas arenas para identificar os esportes. Samuel Rodrigues, de Aracaju-SE, também esteve em Lima-2019 e nos Jogos Olímpicos de Rio-2016 e acredita que a organização “está ótima”.
Outro já experiente é Jadson Barbosa, catarinense que mora em São Paulo-SP. Ele participou como voluntário da organização, auxiliando a equipe de Guiana. Ele também esteve presente na Rio-2016 e em Lima-2019 e acredita que Santiago não está tão caracterizada como naquelas outras. “No Rio tinha mais clima de festa nos jogos e era muito mais contagiante”, acredita.
Carlos Wanderley já foi em vários da região: Além de Rio e Lima, também esteve nos Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires 2018, nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Cali-2021 e nos Jogos Sul-Americanos de Assunção 2022. “A cidade de Santiago sem dúvidas uma das melhores preparadas pra receber os jogos dentre todas essas, mobilidade muito boa, arenas muito boas, parque com muitas atrações”, avalia.
Dentre os pontos positivos, Erik Ullysses apontou que muitos esportes ficam dentro do complexo do Estádio Nacional, localizado em frente a uma estação de metrô na capital chilena. O transporte da cidade que atende os principais pontos de competição é uma unanimidade entre os presentes. Além disso, “tanto a população chilena quanto os voluntários são muito solícitos”.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIKTOK E FACEBOOK
Reclamações a respeito da organização do Pan
Porém, nem tudo são flores. Alguns problemas estão marcando os Jogos, em especial o erro na distância da marcha atlética. Com acesso interno, Jadson Barbosa faz coro aos comentários de torcedores de que há muitos problemas na organização.
“Não está muito boa no geral. Faltam staff e voluntários em algumas áreas. Não tem muitas pessoas que falam inglês, mesmo entre staff e voluntários, o que dificulta um pouco o acesso à informação”, comentou o catarinense.
Ainda que ele tenha agradecido a recepção dos santiaguinos, acredita que a cidade não respira um clima pan-americano. “A cidade está bem receptiva no geral, não sinto frieza dos chilenos. Mas sinto os jogos meio frios, sem aquele clima de festas e sem bebidas e músicas nos grandes locais de competição, o que esfria o clima”, completou. Nos últimos dias, isso mudou um pouco, mas ainda é uma reclamação constante.
Carlos concorda com essa observação. Com passagens por Rio 2016, Buenos Aires 2018 (Olimpíadas da juventude), Lima 2019, Cali 2021 (Pan Júnior), Assunção 2022 e agora Santiago 2023 ele comentou que a capital chilena é “talvez a cidade com menor clima do evento dentre todas, há poucas referências aos jogos longe das arenas”. Samuel ainda aponta a periculosidade como um dos pontos negativos da cidade.
Atletas no metrô de Santiago é atração, mas atrapalhou volta para casa na abertura
Erik Ulysses apontou para a confusão no fim da cerimônia de abertura como um dos pontos negativos. Por um lado, muito se tem elogiado a decisão dos organizadores de entregar cartões de transporte para os atletas, estimulando eles a andar de metrô, o que é uma atração à parte. Mas por outro, na cerimônia de abertura apenas as estações que serviam a Vila Olímpica ou os hoteis oficiais estavam abertas e muita gente entrou na estação do Estádio Nacional para voltar para casa sem saber disso.
“Foi um absurdo terem deixado 40 mil pessoas sem metrô para voltar para casa; não se planejaram para estender o funcionamento do metrô [de forma completa] em duas horas, que seria o ideal. A entrada na cerimônia de abertura também foi bem desorganizada”, comentou Erik.
“A organização está muito rigorosa com coisas bobas mas também não mostra o mesmo rigor com a entrada dos espectadores nas arenas », comentou Paulino Lamenha. Ainda no tema de público, ele disse que apesar dos ingressos já estarem esgotados, percebe muitos assentos vazios.
Erik também reclamou da confusão na cerimônia de abertura, quando “formou uma fila gigante, sem ninguém para orientar e com escassos voluntários”. Mas, ele completou que com o passar dos dias, a “organização já está bem melhor, sem filas para entrar nos ginásios e com uma boa orientação dos voluntários”.