Em Lima-2019, Hugo Calderano foi campeão de duplas ao lado de Gustavo Tsuboi. De lá para cá, no entanto, praticamente só disputou jogos individuais, tanto que sua escalação para atuar ao lado de Vitor Ishiy em Santiago-2023 chegou a ser uma surpresa. O atual quarto colocado do ranking mundial soma quatro ouros e um bronze na carreira em Jogos Pan-Americanos. Aumentar sua quantidade de conquistas é um objetivo, mas não foi o motivo principal que o fez topar jogar com Ishiy.
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“Ele é o meu melhor amigo. Então, acho que é muito legal para mim e para ele jogarmos juntos num evento assim e brigarmos juntos por esssa medalha”, disse Hugo, empolgado. “A gente já tem uma medalha garantida, mas o objetivo com certeza é o ouro. Não estamos tão entrosados, mas, com o nosso nível individual, vamos conseguir brigar com certeza”, acredita o mesatenista, que nega estar atrás de recordes. “Se fosse isso, poderia ter jogado a dupla mista também”.
CAMPANHA
Hugo Calderano e Vitor Ishiy estrearam juntos no domingo nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Na primeira rodada, eles superaram os mexicanos Rogelio Castro e Marcos Madrid por 4 a 0 (11/7, 11/7, 11/8 e 11/4. Depois, nas quartas de final, sofreram um pouco mais diante dos canadenses Simeón Martin e Edward Ly, que foram derrotados por 11/6, 11/4, 4/11, 6/11, 11/4 e 11/4.
Com a classificação para as semifinais, no mínimo uma medalha de bronze já está garantida. Mas eles querem mais. Às 14h10 desta terça-feira, eles enfrentam os chilenos Gustavo Gómez e Nicolás Burgos por uma vaga na decisão da medalha de ouro.
MELHOR AMIGO
Apesar de Hugo Calderano ter jogado apenas uma partida de duplas pela liga japonesa e duas pela alemã nesses últimos quatro anos, o entrosamento dos amigos dentro e fora da quadra pode ajudar eles a chegaram à medalha de ouro. Os dois moram em Ochsenhausen, na Alemanha, e treinam juntos. Mas a amizade começou muito tempo antes, no Brasil.
“A gente se conheceu em 2008. Foi em um campeonato em São Caetano. A gente se enfrentou nas quartas de final e eu ganhei. E aí a gente fez parte de muitas seleções de categorias de base. Depois, eu me mudei para São Caetano e a gente treinava junto. Então, faz 15 anos que estamos sempre juntos”, lembra Hugo Calderano.
Além disso, os dois costumam viajar para disputar os torneios do circuito mundial e, muitas vezes, Vitor Ishiy fica nos eventos para ajudar o amigo. “A gente viaja muito junto. Ele também me ajuda bastante. Às vezes, me ajuda nos treinamentos também na competição. Tem vez que ele perde a competição e fica um pouquinho mais para ajudar a me preparar para os jogos. Então, tem esse companheirismo, essa parceria e com certeza seria incrível estarmos no lugar mais alto do pódio”, imagina.
QUATRO JOGOS NO MESMO DIA?
Mas como não está acostumado a jogar ao mesmo tempo torneios de simples e duplas, Hugo Calderano vai passar por um desafio nesta terça-feira. “Espero jogar quatro jogos”. Antes da semifinal das duplas, às 12h30, Hugo Calderano joga contra o canadense Edward Ly por uma vaga nas quartas de final do torneio individual. Se vencer, tanto em uma competição como na outra, volta a jogar na sessão da noite.
“É um desafio, mas ao mesmo tempo eu acho que estou bem preparado fisicamente e mentalmente. E acho que com o meu nível individual, eu tenho um pouco de margem para conseguir ganhar jogos com um pouco mais de tranqulidade”, planeja.
Mas Hugo Calderano não é o único nesta situação. Seu parceiro, Vitor Ishiy já encerrou a participação no torneio de duplas mistas junto com Bruna Takahashi e ficou com a medalha de prata. Já nesta terça, ele também tem pela frente uma partida do torneio individual diante do chileno Nicolas Burgos antes de jogar a semifinal das duplas masculinas.
ENTALADO NA GARGANTA
Hugo Calderano e Vitor Ishiy vão disputar juntos também o torneio por equipes dos Jogos Pan-Americanos. Para esta competição, se junta a eles Eric Jouti. O Brasil busca recuperar a medalha de ouro da equipe masculina depois de ter ficado apenas com o bronze em Lima-2019.
“Isso foi com certeza uma coisa que me machucou bastante perder esse ouro em Lima. a gente tinha tudo para sair com o ouro. Podia ter saído com três ouros e ter agora cinco ouros. Acho que houve algumas falhas da equipe, mas, tudo bem, já passou. Acho que agora a gente tem que voltar a brigar por essa medalha de ouro. Desde que começou o Campeonato Pan-Americano em 2017, o Brasil ganhou todas as edições por equipes, então a gente está com certeza com esta vontade de conseguir o ouro”, garantiu.