Samanta Soares teve uma “oportunidade única” nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, como ela mesma descreve. Por muito tempo reserva de Mayra Aguiar na categoria até 78kg da seleção brasileira, ela pôde participar da competição multiesportiva pela primeira vez na carreira e agarrou muito bem a chance: ela venceu três lutas e conquistou a medalha de ouro, mesmo competindo com uma lesão no joelho.
- Egonu cresce e Praia Clube encerra Mundial sem medalha
- Osasco se recupera de susto e vira vice-líder da Superliga
- Larissa Silva marca seis vezes e Gran Canaria vence no Espanhol
- Com atropelo após intervalo, União Corinthians vence Corinthians
- Sesi Franca derrota Vasco e segue na briga pelo G4 do NBB
“Eu acredito que aqui foi uma oportunidade única. Não fui colocada aqui, eu me coloquei. Fiz algumas competições nas Américas, me classifiquei e cheguei aqui. Ou eu abraçava a oportunidade ou outra pessoa vai aproveitar. Desde que saiu a convocação até chegar aqui, falei que iria me dedicar ao máximo, tanto na parte física, técnica e mental, em todos os treinos, para fazer uma ótima competição e trazer essa medalha”, falou Samanta.
A lesão
Número 49 do mundo em sua categoria, Samanta Soares chegou em Santiago como a terceira atleta mais bem ranqueada da competição e, por isso, estreou nas quartas de final. Por lá, ela encarou a cubana Lianet Cardona e venceu com um ippon, após também ter um waza-ari de vantagem. Apesar da vitória “tranquila”, a brasileira se lesionou e passou a ter que lutar com dor no restante da competição.
“Eu acabei sentindo uma lesão no joelho na primeira luta, mas eu pensei: ‘Meu, esquece. Amarra e vamos embora!”. E foi assim que aconteceu nas três lutas. Acredito que o divisor de águas tenha sido a semifinal, porque foi uma adversária dura, que eu não tinha ganhado ainda nas competições que eu fiz. Eu precisava ter mais atenção, paciência e fazer acontecer. Até comecei perdendo, mas fui buscando e depois conseguir jogar”, disse ela.
Força da torcida
Pela semifinal, Samanta sofreu um waza-ari no começo da luta contra a equatoriana Vanessa Chala, mas se manteve firme e conseguiu projetar a adversária, fazendo um ippon. Assim, carimbou o passaporte para a final. A paulistana voltou ao tatame do Centro de Deportes de Contacto na sessão da tarde, agora com a presença em massa da torcida brasileira, que a apoiou rumo à medalha de ouro.
“Eu acho que nunca tinha lutado em um ginásio com alguém chamando meu nome ou com gritaria assim. Ao mesmo tempo que você quer focar na luta, você fica ouvindo as pessoas. A Sara [Menezes], que estava de técnica, falava: ‘Calma, paciência. Vai dar certo’. A gente tem que focar o dobro do que das outras lutas”, falou a atleta, que derrotou a porto-riquenha Sairy Colon com um waza-ari na final.
Samanta Soares foi campeã do Campeonato Pan-Americano de judô em 2017 e já conquistou duas medalhas em Grand Slams na carreira. Mas a conquista em Santiago-2023 ficará marcada em sua vida. “Foi muito bom ter obtido essa medalha. Fazia tempo que eu não sentia essa emoção. Estar aqui nos Jogos Pan-Americanos é uma coisa muito grande, ouvir o hino é maior ainda. Eu emocionei em cima do tablado, é uma sensação muito boa e única. É muito gratificante”, disse ela após o pódio.