Depois de estrear no tatame de Santiago com quatro medalhas de ouro no sábado, o judô brasileiro voltou a brilhar neste domingo. Fora duas medalhas de ouro com Guilherme Schmidt e Gabriel Falcão, uma prata com Daniel Cargnin e um bronze com Keteleyn Quadros. Luana Carvalho e Aléxia Castilhos terminaram em quinto lugar.
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Guilherme Schmidt
Na categoria até 81 kg, Guilherme Schmidt estreou direto nas quartas de final. Ele imobilizou o canadense David Popovic para vencer por ippon e avançar para a semifinal. Depois, o atleta de 22 anos derrotou o dominicano Medickson Del Orbe com um estrangulamento e se garantiu na decisão da medalha de ouro.
Na decisão da medalha de ouro, Guilherme Schmidt enfrentou o chileno Jorge Perez e toda a torcida que lotou a arena. “Quando eu estava no corredor, ouvi aquela gritaria toda, eu só falei: hoje é meu dia e vou conquistar essa medalha de ouro. Minha mãe estava na arquibancada, então eu foquei só em escutar a voz dela e a voz do meu técnico. Querendo ou não, essa energia que a torcida chilena fez foi muito bom para mim também porque me desafiou a conquistar a medalha”.
Quando a luta começou, o brasileiro nem deixou a torcida chilena se entusiasmar. Guilherme Schmidt mostrou porque vive uma grande fase e logo aplicou um waza-ari no adversário. Depois, conseguiu imobilizar o rival até conseguir o ippon para conquistar a medalha de ouro. “Eu consegui a projeção e depois aproveitei a oportunidade na transição, que é uma coisa que estou trabalhando muito. É um ponto forte meu e eu tenho como inspiração o Flávio Canto, que era um mestre no chão no judô. Então, eu me espelho muito nele, que foi medalhista olímpico na minha categoria. E eu estou treinando bastante para ganhar mais lutas na transição e aproveitar para já jogar e finalizar no chão”, revelou o medalha de ouro.
Gabriel Falcão e Daniel Cargnin
A categoria mais dominante do Brasil neste domingo foi a 73 kg, cuja final foi disputada por dois representantes do país. O campeão Daniel Cargnin venceu Matteo Etchechury, da Argentina, por ippon, Antoine Bouchard, do Canadá, com um waza-ari, e se garantiu na decisão ao derrotar o colombiano Andrés Sandoval nas punições. Do outro lado da chave, Gabriel Falcão passou por Jack Yonezuka, dos Estados Unidos, por WO (USA), superou o mexicano Gilberto Cardoso no golden score e avançou para a final ao derrotar o dominicano Antonio Tornal por shido.
Na decisão, Daniel Cargnin, que sofreu um entorse no tornozelo esquerdo durante a semifinal, foi vetado pelo departamento médico da seleção brasileira com uma suspeita de fratura. “Queria muito lugar, mas realmente não consegui”, afirmou o medalhista de bronze de Tóquio, mostrando o tornozelo inchado para a reportagem do Olimpíada Todo Dia. Com isso, Gabriel Falcão conquistou a medalha de ouro sem precisar voltar ao tatame para lutar a final.
No pódio, os dois brasileiros comemoraram a dobradinha, que não é muito comum no judô. Normalmente, a modalidade conta com apenas um atleta de cada país por categoria, mas o Brasil teve dois porque Gabriel Falcão se classificou pelos Jogos Pan-Americanos Júnior de Cáli-2021.
“Estou muito feliz com o Brasil mostrando um judô muito forte com essas medalhas e vamos que vamos porque tem mais dias e mais medalhas porque o Time Brasil no judô é muito forte”, comemorou o campeão.
Ketleyn Quadros
A exemplo de Guilherme Schmidt, Ketleyn Quadros estreou nas quartas de final da categoria até 63 kg. A medalhista de bronze dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 derrotou a americana Sara Golden nas punições, mas parou na semifinal diante da canadense Isabelle Harris.
Com isso, a experiente judoca enfrentou na disputa pelo bronze a colombiana Cindy Meira e com um waza-ari de vantagem conquistou a primeira medalha de sua carreira em Jogos Pan-Americanos. “Para mim, é super especial, apesar de eu ter uma bagagem bem grande na modalidade. Foi meu primeiro Pan e ter essa oportunidade de estar competindo e sair com a medalha é uma resposta positiva do trabalho, que eu entendo como se fosse uma colinha para os Jogos Olímpicos de 2024 por causa de toda a dinâmica e de todo esse cenário”, afirmou a atleta.
Luana Carvalho e Aléxia Castilhos
Na estreia da categoria até 70 kg, Luana Carvalho imobilizou Yasmin Alamin, dos Estados Unidos, por 20 segundos e conseguiu o ippon. Na luta seguinte, no entanto, Luana Carvalho vencia Celinda Corozo, do Equador, com um waza-ari, mas sofreu o ippon e foi para a repescagem.
Para chegar à disputa pelo bronze, a brasileira conseguiu um lindo ippon diante da argentina Victoria Delvecchio e avançou para a luta pela medalha. A decisão foi contra a venezuelana Elvismar Rodríguez, mas a brasileira sobreu uma chave de braço e acabou batendo, dando a vitória à adversária.
Também na categoria até 70 kg, Aléxia Castilhos, a exemplo do que fez Luana Carvalho, venceu sua luta de estreia diante da mexicana Katia Castillo por imobilização. Na segunda luta, não resistiu à chave de braço da venezuelana Elvismar Rodríguez.
Mas na repescagem, Aléxia Castilhos superou Luisa Bonilla com um ippon clássico e voltou para a briga por medalha. Na disputa do bronze, diante da equatoriana Celinda Corozco levou a melhor, deixando a brasileira na quinta posição.