Após conquistar a medalha de prata na marcha 20 km dos Jogos Pan-Americanos, Caio Bonfim fez um desabafo contra o que ele chama de “torcedor urso”. “Se fala muito do ouro, ouro. Eu acho que o quadro de medalhas tem um erro. Acho até que tinha que partir da imprensa o ouro valer três pontos, a prata dois e o bronze um porque senão fica só ouro, ouro, ouro. Aí o torcedor urso, que hiberna quatro anos e só acorda em Jogos Pan-Americanos e Olimpíada, fica cobrando ouro”, reclamou.
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Para Caio Bonfim, o problema é a falta de cultura esportiva do Brasil, que faz com que resultados imporantes como o conquistado por ele neste domingo sejam desvalorizados. “O Brasil só tem dois esportes: o futebol e o que está ganhando. Como o skate está bem e a ginástica, então agora só tem futebol e ginástica e não tem os outros esportes. Então, eu sei do trabalho que eu tenho feito. Não é para qualquer um estar entre os 12 melhores da América. Tive que provar muita coisa para estar aqui. Estou muito satisfeito. 1h19min56, só o Sérgio Galdino no Brasil fez. E eu já baixei sete vezes de 1h20min. Então, estou muito feliz com este resultado”.
Como Brasil x Argentina
Para explicar a dificuldade do que foi a marcha atlética nesta edição dos Jogos Pan-Americanos, Caio Bonfim usou como exemplo o tempo que fez em seu melhor resultado olímpico. “Fui quarto na Olimpíada com 1h19min42s. Então você vem aqui para os Jogos Pan-Americanos, ganhei de um medalhista olímpico, medalhista em Mundial, do último campeão pan-americano, também medalhista em Mundial. O Hurtado é o mais novo dessa garotada, foi vice-campeão mundial júnior. Então é um nível muito alto. Quando você para os Jogos Pan-Americanos é como um Brasil x Argentina no futebol”.
Caio Bonfim conquistou neste domingo sua terceira medalha em Jogos Pan-Americanos. Ele foi bronze em Guadalajara-2011 e prata em Lima-2019. O sonho de subir no lugar mais alto do pódio, no entanto, foi adiado. “Quem é que da delegação do Brasil estava em 2011? Eu estava lá em 2011. Aí você vem desqualificado (em 2011), medalha de bronze (em 2015), medalha de prata (em 2019) e aí você fala: está na hora do ouro. Mas o esporte não é com a narrativa que você quer. Fiz o meu recorde em Jogos Pan-Americanos. Quando a gente passa a linha de chegada e olha para trás e fala: olha o tanto que eu me dediquei. Me dediquei demais para esta prova com muita vontade de trazer o ouro. É isso que nos dá a satisfação”, completou.