Santiago – A velha máxima de perder na hora certa apareceu na já história campanha do Brasil no beisebol dos Jogos Pan-Americanos de Santiago. O time vinha de quatro vitórias em quatro jogos, todas fundamentais para garantir vaga na inédia disputa da final às 15h deste sábado, contra a Colômbia. Um dia antes, derrota contra o México em um jogo que não valia nada mais do que cumprir tabela. Apesar de lamentar o revés, os jogadores da seleção não se abateram e afirmaram que seguem com a confiança lá em cima para tentar vencer mais uma vez os colombianos na capital chilena.
“O que aconteceu hoje, fica hoje. Vamos com tudo para a final”, afirma o arremessador Felipe Natel, que iniciou nas vitórias sobre as tradicionais Venezuela, sexta do ranking mundial, e Cuba, dona de 12 medalhas de ouro, sendo dez seguidas, nas 18 edições do torneio de beisebol de Jogos Pan. Somadas as duas partidas, Natel atuou por oito entradas e dois terços, o que mais jogou, cedendo apenas uma corrida e impondo cinco strike outs. Contra o México, não foi para o montinho e analisou a derrota. “Viemos para ganhar. Pra nós, não existe jogo amistoso. Temos de ganhar pra subir no ranking, erguer nosso país. Temos de trabalhar muito pelo beisebol. Conseguimos quatro vitórias importantes para o nosso país, hoje entramos com 100%, mas infelizmente não saímos com a vitória.
Vamos confiantes
Entre as partidas contra Venezuela e Cuba, uma vitória antológica em cima da mesma Colômbia da final pan-americana. “É muito parecido com o time da gente. Bem unido. A diferença é que a gente vem treinando junto desde março e eles se juntaram há pouco tempo para jogar essa competição. Em questão de preparação, estamos mais preparados e vamos confiantes”, avaliou Natel. “O foco é fazer o primeiro ponto, sair na frente, e defender bem. Jogar bastante strikes, a defesa estar preparada para as bolas e seguir no foco. Não vai ser fácil, mas estou bastante confiante que vamos conseguir essa medalha de ouro.”
Orgulhoso
Outra referência da seleção brasileira no Pan é Paulo Orlando, que atua no campo externo. Experiente, é o primeiro jogador do país a ser campeão da Major Lague Baseball (MLB), a principal liga de beisebol dos Estados Unidos. Levantou a taça em 2015, com o Kansas City Royals. “Estamos ansiosos, claro. Hoje não foi um bom dia, mas a cabeça focada para a disputa da medalha. Espero que amanhã todos estejam inspirados, motivados para trazer o ouro para o Brasil”, afirmou, reforçando estar orgulhoso de representar o Brasil “e mostrar que é um país também de beisebol”. “Me sinto abençoado por ser, querendo ou não, um espelho para essa juventude, muitos não me conheciam, só a minha história. É sempre bom compartilhar com eles e falar que é possível ser jogador de beisebol.”
Cabeça no lugar
Um dos jovens que Paulo Orlando cita é terceira base Osvaldo Carvalho, de 22 anos. Ele foi peça fundamental na quarta vitória do time, sobre o Panamá, já pela Super Rodada. O duelo foi acirrado e permaneceu empatado em 1 a 1 até a sétima entrada. Foi quando Osvaldo foi para o bastão com bases lotadas e mandou uma paulada funda para o campo externo central, quase no muro, impulsionando nada menos do que três corridas para a seleção. A vitória praticamente sacramentou a classificação do Brasil para a disputa da medalha de ouro. “Ansiedade. O Brasil nunca disputou uma final dos Jogos Pan-Americanos, é a primeira vez, e vamos em busca da medalha de ouro. Eles vão vir com toda a força possível, e nós também. Cabeça no lugar, fazer o nosso jogo.”
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