O Brasil superou um início de jogo muito ruim, quando chegou a estar perdendo por 12 a 0, mas depois conseguiu se impor para vencer com tranquilidade a Venezuela por 94 a 47. Foi a segunda vitória da seleção brasileira de basquete feminino nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Na estreia, a equipe dirigida por João Camargo venceu o México e nesta sexta-feira enfrenta a Colômbia, às 10h30, em busca do primeiro lugar do Grupo B.
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“O comecinho não foi tão bom. O time estava um pouco nervoso e a bola não queria entrar, mas ao longo do jogo e, principalmente no segundo quarto, a bola foi caindo. O jogo foi fluindo, a defesa melhorou e quando a defesa começa a fluir, o ataque fica natural”, explicou a pivô Licinara.
A veterana Érika, de 41 anos, foi a cestinha da vitória brasileiro e quase saiu de quadra com um duplo duplo. A pivô fez 14 pontos e pegou nove rebotes. Mas a pontuação da seleção foi bem dividida com Aline e Licinara com 13 pontos e Emanuely e Leila com 12.
Susto no princípio
No começo do jogo, a Venezuela conseguiu surpreender o Brasil e abriu incríveis 12 a 0 nos minutos iniciais. A equipe brasileira demorou para entrar no jogo e terminou o primeiro quarto perdendo por 21 a 16.
“Ai gente, é jogo de basquete, né? Até parece que vocês não estão acostumados a ter emoções num jogo de basquete. Foi um sufoquinho, mas depois de uma bronquinha básica do João Camargo (técnico), voltamos conscientes e sabendo que o jogo seria difícil e que tínhamos que manter a nossa dureza e graças a Deus conseguimos jogar o nosso basquete e saímos com a vitória, que era o mais importante”, afirmou Érika.
Mas foi só a partir do segundo quarto que o Brasil tomou conta do jogo. Neste período, a equipe dominou completamente as adversárias tanto no ataque quanto na defesa. Foram 31 pontos das brasileiras contra apenas cinco das venezuelanas, que fizeram o jogo ir para o intervalo com o placar de 47 a 26.
O destaque do Brasil no primeiro tempo foi a pivô Licinara, com 11 pontos marcados. A ala Leila, com nove pontos e cinco assistências, foi outra que chamou a atenção pelo bom desempenho.
Domínio do garrafão
Na volta do intervalo, o Brasil seguiu superior em praticamente todos os fundamentos. Mas a maior diferença estava justamente na briga dentro do garrafão. Ao longo de todo o jogo, as brasileiras pegaram 61 rebotes contra apenas 24 das venezuelanas.
“O nosso time é um time de pivô, né? Time de muitas pivôs, com muitas qualidades, todo mundo faz um pouquinho de tudo, mas sempre tentando ajudar uma a outra. E temos um time que coloca a bola para dentro. Isso faz toda a diferença. Então, fica fácil de jogar. Com uma ajudando a outra, as coisas fluem”, comemora Licinara.
Com tanta diferença, o Brasil não teve dificuldades para ampliar a vantagem. A exemplo do que aconteceu no segundo quarto, a Venezuela só conseguiu fazer cinco pontos no terceiro, enquanto o Brasil fez mais 28. Com isso, chegou a 44 pontos de diferença: 75 a 31.
No último quarto, o Brasil, atual campeão do basquete feminino nos Jogos Pan-Americanos, relaxou um pouco na defesa, mas não foi nada que pudesse atrapalhar a vitória tranquila da equipe diante da Venezuela.
“O lado bom foi que a equipe foi resiliente. Sair perdendo por 12 a 0 numa competição como esta mostra que a gente sempre tem que estar com o máximo de concentração. O mais importante, para mim, é como elas reagem a uma dificuldade. Isso é uma equipe que quer ser campeã, que trabalha para ser campeã, que quando aparece uma dificuldade tenta trabalhar para superar essa dificuldade”, analisou o técnico João Camargo.
“Foi um jogo importante pela forma como começou e como terminou, mas já ficou para trás e nosso foco agora é a Colômbia amanhã. Espero que a gente entre mais concentrado para enfrentar esse difícil adversário”, finalizou o treinador.