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Santiago 2023

Coração carrega seleção de beisebol para marcar a história

André Rienzo e Paulo Orlando, dois dos maiores nomes da modalidade no país, exaltam união e espírito guerreiro do grupo para colocar a equipe onde ela nunca havia chegado

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(Alexandre Loureiro/COB)

Santiago – André Rienzo é um dos maiores nomes do beisebol brasileiro. Joga na seleção há mais de uma década e tem história na badalada Major League Baseball (MLB), a liga dos Estados Unidos. Apesar de consagrado, enrolou-se na bandeira do Brasil para comemorar a já histórica campanha que o time faz em Santiago 2023. Venceu os três gigantes que enfrentou na fase de classificação e pela primeira vez vai disputar medalha em uma edição dos Jogos Pan-Americanos. A confirmação do feito ocorreu nesta terça-feira (24), com uma vitória contundente sobre a poderosa Cuba.

“A gente joga com o coração antes de tudo. Nosso coração vem em primeiro lugar. Pensamos no time, no conjunto, coletivo e nosso coração é gigante”, disse, ainda no campo de jogo do Centro de Béisbol y Sóftbol da capital chilena. “Uma honra enorme estar aqui e a gente já fez história, mas queremos fazer história com medalha. Esse é só um primeiro passo para o que a gente quer fazer, sempre com humildade e pé no chão. Já mostramos para o mundo, e principalmente para o Brasil, que existe beisebol (no país). Ganhamos de três potências mundiais, onde o beisebol é profissional. O nosso é amador. No ranking mundial, estamos muito lá atrás”, acrescentou. “Foi um feito muito legal, a molecada está de parabéns. Somos guerreiros e vamos até o final.”

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André Rienzo arremessando contra Cuba (Natan Pires/Tailgate Zone)

Outra história

André Rienzo, hoje com 35 anos, foi nada menos do que o primeiro arremessador brasileiro a começar um jogo na MLB. Jogou três temporadas por lá, primeiro pelo Chicago White Sox e depois pelo Miami Marlins. Nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, não começou nenhum dos três jogos da seleção, mas entrou contra Cuba, na parte final do duelo, quando são ainda mais fundamentais as eliminações dos rebatedores adversários. “Já fizemos história. Pela primeira vez nos classificamos para a ronda final. Queremos fazer outra história que é conseguir a medalha. Quem sabe com esses jogos, não abrimos alguma portinha para fazer esse esporte que eu amo muito cresça no país.”

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Arrepiado

Outro ícone do beisebol brasileiro é Paulo Orlando, o primeiro do país a ser campeão da MLB, com o Kansas City Royals em 2015. Orlando joga no campo externo central, jogou os três no Pan de Santiago com aproveitamento de 27%. Foi ao bastão 11 vezes, rebateu três, sendo uma dupla, anotou três corridas e impulsionou outra. Assim como Rienzo, orgulha-se de fazer parte da história escrita na capital chilena. “Tive a oportunidade de representear o Brasil na Major League Baseball e no primeiro ano fui campeão, mas nada comparado a defender as cores do Brasil. Toda vez que colocamos esse uniforme é uma emoção diferente. Até me arrepia agora (enquanto fala). Somos o exemplo para a molecada que vem por aí para jogar beisebol e tem sonho de ser profissional.”

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Paulo Orlando foi campeão da MLB (Alexandre Loureiro/COB)

Paulo Orlando quer mais com a seleção. “Viemos para algo maior, então estamos jogando cada jogo como se fosse o último. Continuamos focados, temos em meta uma medalha”, diz. Para chegar até lá será necessário bater mais um gigante do beisebol mundial. “Independente de quem vai vir, se for Panamá, México, temos bastante conhecimento. Os atletas estão focados em cada um fazer seu trabalho”, acrescentou, enaltecendo os crescentes apoio e visibilidade que a campanha está gerando. “É maravilhoso o apoio de todos que estão acompanhando o beisebol, inexplicável. Tem uma união muito grande, com a ajuda da comissão, COB, todo mundo sempre animado.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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