8 5
Siga o OTD

Santiago 2023

Após prata no geral, Flavinha vai em busca do ouro no Pan

Flávia Saraiva ficou perto do ouro no individual geral nos Jogos Pan-Americanos e está agora focada nas finais por aparelho

Flávia Saraiva compete nos Jogos Pan-Americanos Santiago-2023
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Flávia Saraiva ficou muito próxima da medalha de ouro no individual geral da ginástica artística dos Jogos Pan-Americanos Santiago-2023, ficando apenas um décimo atrás da medalhista de ouro. Mesmo assim, a ginasta ficou contente com seu resultado na final e foca agora nas disputas por aparelho onde terá três chances de levar uma medalha dourada.
+ Compartilhe no WhatsApp
+ Compartilhe no Telegram

A primeira final de Flávia será nesta terça-feira (24), nas barras assimétricas. O aparelho é o mais fraco da brasileira, mas ela evoluiu nos últimos anos, já que após algumas lesões no tornozelo, ela ficou um bom tempo sem poder treinar os aparelhos que causam impacto maior nos membros inferiores. “A paralela é um pouco mais difícil para mim, tanto que é minha primeira final de paralela em Jogos Pan-Americanos. Mas após ter feito as cirurgias eu consegui evoluir bastante. O Chico foi muito paciente comigo e a gente tem trabalhado cada vez mais a execução”, comentou a ginasta em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
+ Diogo Soares leva a prata no individual geral masculino
+ Jade Barbosa celebra crescimento da escola de ginástica brasileira

+ Equipe feminina do Brasil fica com a prata em Santiago
+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIKTOK E FACEBOOK

Melhor trave do Pan

Nas outras duas finais, que acontecem na quarta-feira (25), Flávia Saraiva tem mais chances de ouro. A principal é na trave, onde a ginasta fez uma grande apresentação na final do individual geral, tirando a maior nota no aparelho até o momento em Santiago. A ginasta até comentou sobre uma conexão extra que ela fez para aumentar sua nota de dificuldade na final de ontem. “Eu consegui fazer uma trave muito boa, nem eu acreditei quando fiz aquela ligação. Pensei: gente, estou que nem a Rebeca montando a série ali no meio, eu não faço isso não”, brincou Flavinha.

Por conta da superfície mais rígida, a trave foi o último aparelho que Flávia voltou a treinar após a sua cirurgia mais recente no aparelho. Ela tem feito uma série mais simples, sem todos os elementos que a ginasta costumava fazer até o ano passado. Mas a meta de Flavinha é voltar com toda a sua dificuldade para tentar uma final e, quem sabe, uma medalha olímpica no aparelho em Paris-2024. “Eu ainda estou voltando a fazer trave, foi o último aparelho que eu consegui fazer depois da cirurgia, porque era o que mais doía o meu pé. Tem elementos que eu ainda não voltei a fazer, mas quero voltar a fazê-los para que ano que vem eu possa voltar a trave mais forte possível. Eu quero pegar a final olímpica de novo porque eu amo trave”, explicou.

Diminuindo o impacto

Para encerrar sua competição nos Jogos Pan-Americanos, Flávia Saraiva terá a final do solo, onde conquistou a medalha de bronze no Campeonato Mundial no começo desse mês. A ginasta contou que só voltou a treinar sua série completa para o Mundial apenas duas semanas antes da competição. “Eu voltei a fazer a série de solo que eu ganhei medalha no Mundial faltando duas semanas. Eu nunca tinha feito algo assim e foi um trabalho muito grande, com toda a equipe multidisciplinar por trás”, explicou.

Para o Pan, Flávia está fazendo uma versão mais simples da sua série de solo. A intenção é evitar o impacto no tornozelo para poupar o corpo da atleta para a próxima temporada. “Não dá para ficar batendo o pé toda hora no solo. São duas cirurgias seguidas no tornozelo e não podemos bobear porque ano que vem tem os Jogos Olímpicos. Então eu e meu treinador conversamos e decidimos fazer uma série mais fácil, para não ficar tendo tanto impacto”.

Mesmo fazendo provas mais simples do que todo o seu potencial permite, Flávia Saraiva ainda tem conseguido boas notas na trave e no solo. Isso acontece porque a ginasta consegue uma boa execução nas suas apresentações. E essa é uma das metas de Flavinha, se tornar cada vez mais uma das melhores ginastas do mundo no quesito. “Eu quero ser uma ginasta muito limpa e ter a melhor execução. É muito bom ser referência de saltos ginásticos, mas também quero ser referência de limpeza e de tudo que for possível como atleta”, finalizou.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

Mais em Santiago 2023