Santiago – Pela segunda vez consecutiva o brasileiro Paulo Melo conquistou a medalha de bronze no taekwondo dos Jogos Pan-Americanos. Após subir no pódio em Lima 2019, repetiu a dose neste sábado (21) em Santiago 2023, na categoria até 58 quilos. Por outro lado, quem não conseguiu repetir no Chile a dose de quatro anos atrás foi um Edival Pontes, o Netinho. Ele chegou como uma das grandes esperanças de ouro, mas perdeu logo na primeira luta da categoria até 68 quilos e foi eliminado.
No caminho do bronze, Paulo Melo começou arrasador e fez 2 a 0 na primeira luta, contra o dominicano Cristofer Reyes. Aplicou sonoros 7 a 1 e 14 a 1 nas parciais. A seguir, pelas semifinais, enfrentou o argentino Lucas Guzman e saiu perdendo por 9 a 2 na primeira parcial. Na segunda, precisando vencer, o brasileiro começou atrás por 4 a 2, mas virou para 5 a 4 após uma revisão de vídeo.
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Virada no ‘VAR’
Melo, então, cresceu e chegou a ampliar para 11 a 5. Os dez segundos finais foram eletrizantes. Perdendo por 11 a 7, Guzman foi para cima e virou para 12 a 11. No último segundo, o brasileiro encaixou um golpe e fez 13 a 12 com o cronômetro zerado. Porém, o técnico rival pediu revisão de vídeo e, após uma tensa demora, foi confirmado um último golpe de Guzman, que venceu por 14 a 13.
Na disputa pela medalha de bronze, Paulo Melo pegou o equatoriano Adrian Ramon, que avançara da repescagem, e venceu por
Surpresa amarga
Na categoria até 68 quilos do taekwondo no Pan, Netinho sofreu um duro revés. Caiu por 2 a 1 para o colombiano David Rocha. O brasileiro venceu o primeiro round por 6 a 2, mas tomou a virada com 8 a 3 no segundo e 2 a 1 no último. Como o colombiano perdeu na luta seguinte, Netinho não foi para a repescagem, por onde poderia pelo menos chegar ao bronze.
Mais do que o fim do sonho do bicampeonato em Santiago 2023, ele não consegue somar no ranking olímpico a pontuação que almejava, pois planejava ter os 40 pontos que o campeão recebe na capital chilena. O revés também dificulta a meta do taekwondo brasileiro de superar os dois ouros da histórica campanha realizada no Peru há quatro anos. Projetou-se três em 2023 sendo um deles de Netinho.
Hora de avaliar
Ainda sem muito tempo para avaliar com precisão o que aconteceu, o brasileiro disse que talvez tenha sentido um pouco a pressão a mais que carregou por chegar como campeão do torneio. “Quando eu vim para o primeiro (Lima), era ‘só’ mais um pan-americano e isso me ajudou bastante. Nesse me atrapalhou um pouco ficar observando o tamanho que é o evento. Não sei muito bem. Antes da luta, tava sentindo que não era eu. Tinha a expectativa de ganhar mesmo assim, tenho potencial para isso. Mas não estava me sentindo tão bem como nas duas últimas competições”.
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Bom começo
“Comecei bem, muito confiante. É muito bom pra mim ganhar os dois (primeiros) rounds. No terceiro, sempre tenho uma dificuldade a mais. Meu rendimento cai um pouco. Aqui, infelizmente, no finalzinho do segundo levei um chute nas costas que virou.” Na volta para o último e decisivo, Netinho tentou uma estratégia de se defender bem e apostar na precisão, seu ponto forte. “Infelizmente faltando trinta segundos ele fez 2 a 0 e fica muito difícil buscar com o condicionamento do terceiro round”, tentou explicar. “Tenho de parar para pensar um pouco e ver o que aconteceu”.
Briga continua
Sobre a corrida olímpica do taekwondo, bola pra frente. “Ainda tenho muita esperança. Nos últimos dois grand prix fui muito bem, com os principais atletas. A confiança continua a mesma, sei que estou entre os três melhores do mundo. Vamos fazer o cálculo para ver o que preciso fazer, se preciso ser campeão, medalhar. A briga continua.” O grand prix a que Netinho se refere é o que fecha a corrida olímpica no final deste ano, dando 60 pontos para o campeão.
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