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Santiago 2023

Previsões OTD: vagas olímpicas para o Brasil no Pan de Santiago

Brasil pode conquistar 132 vagas diretas, além de índices no atletismo e natação. Previsão do Olimpíada Todo Dia é que país ganhe 40 vagas

Geovana Meyer compete na carabina na Copa do Mundo de tiro esportivo Cairo
(Foto: Arquivo/Miriam Jeske-COB)

Um dos principais objetivos do Brasil em Santiago-2023 é aumentar a sua delegação olímpica para Paris-2024. Nos Jogos Pan-Americanos o Brasil pode conquistar 132 vagas diretas, além de 2 provisórias na ginástica trampolim, e incontáveis índices no atletismo e na natação. Enquanto o Brasil é favorito em vários esportes, em outros a situação é mais difícil. A previsão do Olimpíada Todo Dia é que o Brasil conquiste 35 vagas, além de 5 índices olímpicos no atletismo e natação, totalizando 40 novos atletas. No total serão até 242 vagas em disputa, além de índices em outras categorias.

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O Brasil pode conseguir o seguinte número de vagas olímpicas em Santiago-2023: boxe (13), breaking (2), escalada esportiva (4), ginástica artística (1), handebol (28), hipismo adestramento (3), hipismo CCE (3), hóquei sobre grama (16), nado artístico (8), pentatlo moderno (2), polo aquático (24), saltos ornamentais (2), surfe (1), tênis (4), tiro (12), tiro com arco (1), vela (12). Além disso, pode vir a vaga na disputa de dupla mista no tênis de mesa e provisoriamente a ginástica trampolim pode garantir 2 vagas, mas só serão confirmadas no ano que vem após as Copas do Mundo. Em outros esportes a competição garante pontos no ranking.

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É importante notar que nossa previsão tenta balancear esportes e modalidades em que podemos surpreender com vagas em que somos favoritos, mas não seria nenhuma grande zebra se sairmos sem vagas. Em alguns esportes como ginástica rítmica e hipismo saltos já não estamos mais na briga por vagas olímpicas.

Geovana Meyer é a primeira brasileira que pode carimbar uma vaga olímpica, na carabina de ar 10m a ser disputada na manhã de sábado, ainda que sua principal prova seja a de três posições a 50m.

Esportes em que o Brasil é favorito

Boxe (30 vagas)

30 vagas serão distribuídas nos Jogos Pan-Americanos: os finalistas de todas as 13 categorias, além das semifinalistas nas categorias 57kg e 60kg feminino. Como não havia cabeças de chave, o sorteio foi considerado bom para o Brasil, já que a maioria dos atletas escapou dos rivais mais duros rumo a vaga olímpica. O boxe brasileiro hoje é próximo ao do cubano em nível de qualidade e a expectativa é por ótimas finais entre os dois países.

Previsão: 5 vagas para o Brasil.

Handebol (28 vagas)

O time feminino, apesar de desfalques, ainda é considerado o favorito a conquistar a vaga. O time masculino tenta não repetir o fiasco do Pan passado quando foi medalhista de bronze. Desta vez não terá a oportunidade da repescagem mundial se ficar em terceiro, a não ser que seja vice-campeão. O Chile chega embalado com a torcida e a Argentina é sempre o grande rival.

Previsão: 14 vagas para o Brasil, no feminino.

Ginástica Artística (2 vagas)

O campeão do individual-geral em cada um dos gêneros garante vaga, mas é importante notar alguns asteriscos. Em primeiro lugar, países com equipes classificadas não estão elegíveis (caso de Brasil, Canadá e EUA no feminino, e Canadá e EUA no masculino). O México também não está elegível no feminino, pois já conquistou as três vagas individuais, assim como Hillary Heron, do Panamá, não é elegível, pois já conquistou uma vaga nominal.

O Brasil, com duas vagas garantidas no masculino, pode garantir a terceira vaga pelo resultado do AA – lembrando que Diogo Soares não está elegível pois conquistou a vaga nominal via Mundial. Porém, as Copas do Mundo de 2024 por aparelhos têm prioridade e portanto pode haver realocações.

A princípio, Arthur Nory é o grande favorito especialmente depois que ele voltou a treinar as argolas, aparelho em que não compete desde Lima-2019. Mas Patrick Sampaio ou qualquer outro brasileiro que disputar o AA tem chances.

Previsão: 1 vaga para o Brasil no individual-geral masculino

Tênis de Mesa (de 2 a 4 vagas)

Os finalistas na dupla mistas levam vaga para a competição. O Brasil que já tem equipe masculina e feminina garantida poderia então participar de todas competições. Porém, é importante ressaltar que o país não ganharia nenhuma vaga extra, afinal os representantes na dupla mista – a vaga é nominal – precisam obrigatoriamente participar das equipes. Bruna Takahashi e Victor Ishiy representam o Brasil.

Previsão: a dupla brasileira garante vaga nas duplas mistas.

Hipismo Adestramento (8 vagas) e Hipismo CCE (6 vagas)

O Brasil tenta vaga por equipes tanto no adestramento e para CCE. Em ambas modalidades, os dois primeiros países conseguem as vagas por equipes. No adestramento outras duas vagas individuais estarão em disputa. Se o Brasil conseguir as vagas, também tem que ter atenção para os cavaleiros conseguirem os índices individuais de qualidade técnica até o fim do ano. 

Previsão: 6 vagas.

Esportes em que o Brasil disputa a vaga

Tênis (4 vagas)

Os finalistas das provas de simples garantem vagas nominais, contanto que o país não tenha excedido o número de 4 por evento. Porém, se o atleta conseguir uma vaga via ranking, a prioridade é a vaga continental e é a vaga do ranking que passa a ser realocada. O torneio de duplas não oferece vagas. Para confirmar a vaga, o atleta precisa estar no top400 ao fim do ranking olímpico.

Um exemplo prático do último ciclo olímpico: a final feminina foi entre Nadia Podoroska (Argentina) e Caroline Dolehide (EUA). Nadia estando no top50 se classificou oficialmente via Pan e sua vaga no ranking foi realocada. Já Dolehide não entrou porque os EUA já tinha classificado 4 via ranking e portanto, foi realocada para a medalhista de bronze no Pan, Veronica Cepede, do Paraguai. 

Para a equipe brasileira que conta com bons atletas no top400 mas nenhum atualmente no top100 a vaga via Pan pode ser uma boa. Laura Pigossi, Carol MEligeni, Thiago Monteiro e Gustavo Heide terão fortes concorrentes, já acostumados com o saibro sul-americano no fim de temporada.

Previsão: 1 vaga para o Brasil.

Tiro com Arco (até 6 vagas)

A dupla mista campeã leva uma vaga, assim como os finalistas no individual masculino e feminino. No caso do Brasil, Marcus D’Almeida já garantiu a vaga individual pelo Mundial, e um país só pode ter 1 atleta em caso de não classificar a equipe completa. Portanto, as chances do Brasil crescer a delegação para Paris-2024 recaem no individual feminino e nas duplas mistas. Em caso de ouro brasileiro – que seria o primeiro da história no esporte – a vaga feminina das Américas iria para o Brasil e a masculina seria realocada para o pré-olímpico do ano que vem na Turquia.

Previsão: 1 vaga

Surfe (2 vagas)

Os atletas campeões garantem vaga nos Jogos. O Brasil já garantiu 2 atletas no masculino e 1 no feminino e portanto só pode brigar por uma segunda vaga no feminino, com Silvana Lima.

Previsão: 1 vaga

Ginástica Trampolim (de 0 a 2 vagas)

Teoricamente, o trampolim dá uma vaga para os vencedores do continental, mas cheio de asteriscos. Afinal, a prioridade é das vagas via Mundial, que acontece em novembro. Em seguida da série de Copas do Mundo que acontece entre 2023 e 2024. Só ao final de tudo isso, os continentes ainda sem vaga terão direito a uma vaga. Camila Gomes está na disputa por uma das vagas olímpicas, mas se ela não ganhar via Copa do Mundo é improvável que ninguém do continente tenha conquistado. Portanto, a vaga do Pan provavelmente não será usada.

Previsão: 0 vagas

Tiro Esportivo (18 vagas)

Tanto no torneio feminino quanto no masculino, as duas provas de carabina, além da pistola de ar 10m darão apenas uma vaga. Enquanto isso, pistola 25m e as duas provas de tiro ao prato (fossa olímpica e skeet) darão duas vagas.

Geovana Meyer tem boas chances de conseguir vaga tanto na carabina de ar 10m quanto na carabina três posições 50m. Na primeira, ela ficou apenas duas posições atrás da peruana Goretti Alejandra Zumaya Flores e duas posições a frente de Fernanda Russo, que podem ser suas rivais pela vaga olímpica. Já na segunda, ela ficou apenas atrás de outra peruana dentre as possíveis rivais. Os EUA já tem duas vagas em ambas, o que ajuda.

Ainda baseado nos resultados do mundial, Georgia Furquim Bastos ficou apenas atrás da mexicana Gabriela Rodriguez, sendo que há duas vagas em jogo. Os EUA já tem 2 vagas e o Chile 1.

No tiro ao prato, Hussein Daruich foi o melhor dos americanos elegíveis no mundial, sendo que Jaison Sandro Santin ficou bem perto também. 

Na pistola de ar 10m, Philipe Chateaubrian já tem vaga, alcançada no Pan de 2023. Os EUA não tem vaga e os representantes devem ser os principais adversários de Felipe Wu.

O tiro esportivo é muito dinâmico e portanto difícil prever. Porém, como não podemos ficar em cima do muro:

Previsão: duas vagas para o Brasil.

Vela (28 vagas)

Todas expectativas estão com Martine Grael e Kahena Kunze. Depois de um mal mundial – algo muito raro na carreira das bi-campeãs olímpicas – a expectativa é que o retorno a boa forma venha com o ouro e a vaga olímpica garantida.

Outras boas chances estão com Gabriela Kidd (laser radial) e Bruna Martinelli (IQFoil). Maria do Socorro Reis também é uma das candidatas para a vaga sul-americana.

Previsão: 3 vagas para o Brasil

Pentatlo Moderno (10 vagas)

A campeã e o campeão garantem vaga nominal direta para os Jogos Olímpicos de Paris. Além disso, 2 atletas da América do Norte/Central e 2 atletas da América do Sul garantem suas vagas também em ambos os gêneros, com limite de 1 por país. Os representantes do Brasil estão na briga tanto pelas medalhas e principalmente pelas vagas olímpicas. 

Previsão: 1 vaga para o Brasil

Esporte em que o Brasil tem poucas chances

Breaking (2 vagas)

O esporte estreia nos Jogos Pan-Americanos e ainda que é uma incógnita para as previsões olímpicas, os brasileiros não são favoritos para a disputa de medalhas e consequentemente pela vaga olímpica – apenas a campeã e o campeão garante.

Escalada (4 vagas)

O Brasil tem melhorado no esporte e a geração jovem promete. Porém, ainda é cedo para considerar um ouro no pan-olímpico, única chance de garantir a vaga olímpica em Santiago em cada uma das modalidades.

Nado artístico (10 vagas)

Todos os países disputam uma vaga para a competição por equipes, sendo que o país terá direito a participar da disputa por dueto. Além disso, um dueto de um segundo país se classifica somente para a prova de duetos. Se fosse até ano passado, diríamos que as vagas seriam altamente improváveis. Porém, com o novo sistema de notas, muita coisa mudou no esporte e está mais difícil de prever – o que é ótimo. Porém, o Brasil segue sem ser favorito para as vagas.

Saltos Ornamentais (4 vagas)

Apenas os medalhistas de ouro nas provas individuais levam vaga. Se os campeões já tiverem vagas via Mundial (caso de Ingrid Oliveira e Isaac SOUZA FILHO na plataforma de 10m feminina e masculina) a vaga não vai para o medalhista de prata e portanto fica sem realocação.

Previsão: sem vagas para o Brasil

Polo Aquático (24 vagas)

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) abriu mão da participação do polo aquático nacional no Mundial de Fukuoka para focar nos treinamentos para o Pan. Ainda que o Brasil seja favorito à medalha de bronze e pode sonhar com uma final, as derrotas precoces dos EUA no masculino e feminino foram uma piscina de água fria para a seleção brasileira. Afinal, só a medalha de ouro garante vaga.

Hóquei Sobre a Grama (32 vagas)

Os países campões garantem vaga. A Argentina é favorita para os dois gêneros, com os EUA na disputa. O Brasil está somente na competição brasileira, mas é zebra para a disputa de medalhas.

Índices no atletismo e natação

Ambos esportes seguem com a janela olímpica aberta. No atletismo, existe um limite de participantes por prova, mas historicamente a Atletismo Mundial libera todos que conquistam o índice, com limite de 3 pro prova.

Na natação, o Brasil possui critérios mais rigorosos do que o Aquáticos Mundial. Haverá uma seletiva em 2024, mas índices A (os chamados OQT) alcançados na final de cada prova poderá servir de salvaguarda no caso do país não obter as duas vagas na seletiva, Ou seja, de fato, o país garante uma participação na prova, restando a definição de qual atleta.

Previsão: 5 índices entre os 2 esportes

Esportes em que o Brasil não disputa vagas no Pan

Ginástica Ritmica (6 vagas)

A campeã no individual geral e na equipe garantem vaga, mas como o Brasil já tem a vaga garantida, não vale nada. 

Hipismo Saltos (12 vagas)

Os três medalhistas garantem vagas olímpicas para suas equipes. O Brasil já está garantido, mas se ganhar a vaga será realocada na Copa das Nações.

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

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