Santiago – Quatro anos atrás, Isabela Abreu foi medalhista do pentatlo moderno dos Jogos Pan-Americanos de Lima. Conquistou o bronze no revezamento feminino ao lado de Priscila Oliveira. Agora em Santiago 2023 certamente quer trilhar o caminho do pódio mais uma vez, mas não hesitaria em mudar de rumo desde que o destino fosse Paris 2024. A competição na capital chilena ofedece vagas para a Olimpíada na capital francesa, mas apenas para o campeão e os dois melhores da América do Sul.
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“A medalha traz um reconhecimento maior, tem algo material para demonstrar o resultado. Mas a vaga é indescritível. Todo o atleta busca e essa é primeira oportunidade que estamos tendo. Depois são pelos pontos do ranking mundial e começa a ficar mais complexo. Tem de viajar, competir. Aqui é direto. É sonho”, afirmou Isabela Abreu nesta terça-feira (17), logo depois de sair da piscina no primeiro treino da seleção realizado na Escuela Militar, onde o pentatlo moderno será disputado em Santiago 2023.
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Mudar as chaves
A estratégia para sair com a vaga está montada. “Uma modalidade depois da outra. Estar presente na que estou fazendo no momento. No primeiro dia, focar 100% na esgrima. Depois conseguir mudar as chaves. Sair da esgrima e ir pra natação, depois a corrida com tiro (combinado Laser Run). Pensar uma de cada vez vai fazer vai fazer toda a diferença”, diz.
O pentatlo moderno tem esgrima, natação, o combinado de corrida com tiro esportivo, chamado de Laser Run, e hipismo. No Laser Run, o atleta corre por um circuito fechado e, a cada volta, para e efetua disparos em um alvo. Cada erro acarreta em punição no tempo final da corrida. “O hipismo é uma parte delicada, porque é sorteio”, diz Isabela, referindo-se à divisão dos cavalos que os atletas usam.
A brasileira vem em uma boa fase. “Eu competi muito ano passado, temos um projeto grande no Paraná de incentivo ao esporte, e fiz todas as etapas da copa do mundo. Subi muito no ranking e cheguei à minha melhor posição, 25ª do mundo, por causa das competições. Os grandes atletas hoje estão fazendo todas as etapas, todas as competições.”
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Volta por Paris
A vaga olímpica também é o objetivo maior de William Muinhos, estreante em Jogos Pan-Americanos. “Já estou super satisfeito até aqui, mas quero mais. Quero aproveitar a primeira oportunidade de participar dos jogos pan e me classificar também, carimbar meu passaporte.”
Apesar de ser estreante na competição, William tem 30 anos e chegou até a já deixar as competições após penar com uma lesão no tornozelo. Em maio do ano passado, após quatro meses parado, o sonho de Paris trouxe ele de volta. “Um dos motivos de eu voltar foi acreditar que eu poderia me classificar e brigar por uma vaga olímpica aqui. Estou com os brilhos nos olhos.”
Esgrima é diferencial
A satisfação de estar em Santiago 2023 vem junto com confiança. “Estou bem treinado e acho que tenho condições de brigar com os principais adversários em disputa direta, que são os sul-americanos.” O caminho para chegar está na cabeça. “Sempre acredito que o diferencial é a esgrima. Tem o hipismo também, que tem o sorteio e pode pegar um cavalo difícil, mas pra começar é a esgrima. Começando bem nela, tira mais gás para o restante”.
Sobre adversários, foco obviamente nos sul-americanos. Argentina, Chile e Equador. “Todos os atletas, não tem o fulano que é favorito. Todo mundo está ali. São cinco provas. Pode acontecer de todo mundo ser eliminado e aquele que ninguém dava nada e a vaga cair no colo dele. Vai ser decidido no detalhe mesmo”. Ele lembra ainda que, como é uma vaga por país, “pra classificar tem de ser melhor do país, pra começar a brincadeira, e depois ver se entra na cota dos dois melhores sul-americanos.